Índice de Sharpe: o que é e como utilizá-lo na avaliação dos investimentos?

Tempo de leitura: 4 minutos

Ilustração mostra análise de um investimento pelo índice de Sharpe
Ilustração mostra análise de um investimento pelo índice de Sharpe

Na hora de escolher um investimento, um dos aspectos mais importantes a considerar é a sua relação entre risco e retorno. Existem alguns indicadores que podem ajudar nessa análise, e um dos mais utilizados no mercado financeiro é o índice de Sharpe.

Esse indicador costuma ser utilizado com mais frequência para avaliar fundos de investimentos, mas pode ser aplicado a qualquer ativo. A seguir, entenda como ele funciona e como pode ajudar na tomada de decisões sobre a carteira.

O que é o índice de Sharpe?

O índice de Sharpe, criado pelo matemático e estatístico americano William Sharpe, é um indicador que mostra a relação entre retorno potencial e risco de um investimento. Para isso, ele apura o retorno de um ativo e a sua volatilidade em determinado período e compara esse resultado a uma taxa livre de risco.

Por sua vez, a taxa livre de risco é aquela que remunera o investimento considerado o mais seguro do mercado. Na prática, sabemos que nenhum investimento é totalmente isento de risco, mas as chances de o Tesouro Direto dar um calote nos investidores são muito menores em comparação a qualquer outro emissor. Por isso, no Brasil, as referências de taxa livre de risco são a Selic (que remunera o Tesouro Selic) e o CDI, que possui valor muito próximo à taxa básica de juros.

Leia também: CDI e Selic: você sabe qual a relação entre ambos?

Como utilizar o índice de Sharpe?

Avaliar somente a rentabilidade de dois investimentos não é o suficiente para dizer qual deles é o melhor, pois também é preciso considerar o risco de cada um. Foi justamente nisso que William Sharpe criou o índice em 1966, o que lhe rendeu o Prêmio Nobel de Economia anos depois, em 1990.

Em outras palavras, o índice Sharpe mostra até onde vale a pena assumir riscos em troca de determinado retorno. Afinal, se um investimento oferecer um alto rendimento, mas o risco também for elevado, pode ser mais interessante optar por outro menos rentável e mais seguro. Essa relação é demonstrada na fórmula que veremos a seguir.

Cálculo do índice

Para obter o índice, devemos aplicar a seguinte fórmula:

Índice de Sharpe = (taxa de retorno do investimento – taxa livre de risco) / volatilidade

Você também encontrará a fórmula de Sharpe com a seguinte representação:

IS = (Ri – Rf) / σi

A letra sigma (σ) representa a volatilidade do ativo – ou desvio padrão.

Não existe um valor mínimo ou ideal para o índice de Sharpe, pois a sua análise sempre será relativa, considerando a comparação entre dois ou mais investimentos. De forma geral, quanto maior for o valor resultante da equação, melhor tende a ser o retorno que o ativo pode trazer em relação ao risco que o investidor assumiu.

Em determinadas situações, um índice próximo a 1 já é o suficiente para que um investimento possa ser considerado interessante. Porém, dependendo do cenário, da tolerância ao risco e de outros fatores, o valor deve ser mais elevado.

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Exemplo de utilização do índice de Sharpe

Imagine que você esteja analisando os ativos “X” e “Y” para decidir em qual investir. O ativo “X” oferece um retorno médio de 12% ao ano e a sua volatilidade é de 5%. Já o ativo “Y” possui uma taxa de retorno de 17% e volatilidade de 10%.

No momento em que você faz essa análise, a taxa Selic (livre de risco) está em 10%. Com isso, já podemos calcular o índice para cada um dos ativos:

IS ativo “X” = (14 – 10) / 5 = 0,8

Segundo o índice, cada 1 ponto de risco que você correr com o ativo X lhe renderá 0,4 ponto acima do retorno que receberia em uma aplicação livre de risco.

Agora vejamos o cálculo para o ativo “Y”:

IS ativo “Y” = (17 – 10) / 10 = 0,7

Perceba que, embora a taxa de retorno do ativo “Y” seja maior do que a de “X”, a sua relação entre risco e retorno é pior. Ou seja, para obter mais rentabilidade, o investidor também corre mais risco, o que torna o ativo “X” mais interessante pelos critérios de Sharpe.

Quando o índice é muito baixo ou próximo a zero, estamos diante de um ativo cuja remuneração se aproxima da taxa Selic. Nesse caso, que vantagem existe em fazer o investimento e correr risco ao invés de optar pelo Tesouro Selic ou por um CDB que paga 100% do CDI, por exemplo?

Comparação entre fundos de investimento

Como vimos, o índice de Sharpe pode ser utilizado na avaliação de qualquer tipo de ativo. Porém, ele é especialmente útil nos fundos de investimentos, especialmente quando o patrimônio é bem diversificado – como nos fundos multimercados e nos fundos de ações, por exemplo.

Nesse sentido, é comum encontrarmos fundos com taxas de retorno semelhantes, mas com diferentes graus de volatilidade. Se dois fundos entregam um retorno médio de 15% ao ano, mas um deles tem desvio padrão de 6% e o outro, de 10%, podemos concluir que o primeiro é mais confortável para o investidor, pois as suas oscilações foram menores.

É sempre importante lembrar que, no universo da renda variável, a rentabilidade passada não garante ganhos futuros. Mas utilizar indicadores de volatilidade, como o índice de Sharpe e outros, auxiliam no gerenciamento do risco e na escolha de ativos mais adequados a cada perfil de investidor.

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