Aprenda como trabalhar seu dinheiro em anos eleitorais
O planejamento financeiro é um recurso capaz de ajudar tanto o investidor profissional quanto aquele que tem pouca experiência. Em ano de eleição, como é o caso de 2022, essa ferramenta se torna ainda mais necessária.
Isso porque o mercado financeiro costuma ser sensível às pautas trazidas pelos candidatos que, via de regra, apresentam as mais diferentes visões acerca da política-econômica que pretendem implementar no país.
Desta forma, um presidenciável em potencial com tendência pró-mercado tem mais chances de fazer os ativos ganharem escala, enquanto outro presidenciável em potencial com tendência pró-estado fará com que os ativos demandem diversificação para fins de proteção.
Isso porque o primeiro tem por viés a livre concorrência e o segundo traz no discurso o fortalecimento do Estado, com mais estatais, mais funcionalismo público e mais despesas governamentais. É a eterna briga entre o estado mínimo e o estado máximo.
Planejamento Financeiro: cuidando dos investimentos
Neste ambiente de corrida eleitoral, a postura do mercado costuma ser observar e analisar. É importante se ater aos relatórios produzidos pelos bancos de investimentos, por meio deles o investidor compreenderá a visão da corretora e saberá o que ela recomenda.
À medida que o pleito eleitoral vai avançando, o investidor precisará redistribuir seus ativos, e reajustar sua carteira com a finalidade de proteger e diversificar o patrimônio.
Na prática, a título de exemplo, um candidato que pretenda intervir no agronegócio obriga o investidor a se desfazer de ativos ou diminuir o número de papéis de uma processadora de carnes. O Brasil tem grandes companhias nesse segmento, como Marfrig (MRFG3), JBS (JBSS3) e Minerva (BEEF3).
Na outra ponta, ainda a título de exemplo, um candidato que tenha intenção de beneficiar um determinado setor, e declara publicamente, provoca uma corrida de investidores atrás daquele ativo. O atual presidente fez isso, indiretamente, ao anunciar previamente a liberação do porte de armas, bem como o interesse em alguns minérios distintos que existem no solo do país.
O investidor na dianteira
Por esta razão, o investidor deve sempre se colocar na dianteira, ou seja, precisa estar atento às notícias, aos relatórios e acompanhar os próprios candidatos. Afinal, seu lucro no mercado de capitais depende disso.
Isso vale também para outros setores da economia onde haja a alocação de capital, como poupança, renda fixa e investimento em outras moedas ou criptoativos, visto que ao longo da corrida eleitoral um dos candidatos possa se mostrar contrário às moedas digitais.
Quando o investidor começa a compreender a dinâmica do mercado acontece o seguinte fenômeno: primeiro ele se movimenta para se proteger, mas depois de um tempo ele se movimenta para obter lucro.
Na prática, significa dizer que ele já está suficientemente treinado para compreender a retórica dos elegíveis, conhecer de antemão seus interesses e preferências e, assim, antecipar movimentos comprando ou marcando posição em setores que serão beneficiados.
Fuja da bola de cristal
O investidor que utiliza o planejamento financeiro também consegue se proteger da famosa bola de cristal. Isso porque algumas corretoras ou casas de análises divulgam relatórios que estão para além do observar e analisar.
Eles podem incorrer no erro de cravar acontecimentos futuros, mas se esquecem que o mercado funciona como um organismo vivo e se autorregula. Também porque o discurso político é uma retórica construída com a finalidade de agradar a um público específico.
Assim, o mais seguro é sempre confiar nos números, gráficos e indicadores mais do que em sentimentos, projeções sem respaldo ou argumentos que podem mudar, a depender do ambiente. Nesse contexto, a diversificação é sempre a melhor solução.
O mercado de capitais não é lugar para futurologia, mas um espaço onde se deve analisar seriamente cada componente de maneira a não sofrer prejuízos de qualquer grandeza, se possível.
Planejando na prática: o passo a passo
>> Anote suas entradas e saídas (receitas x despesas);
>> Corte o excedente (geralmente há supérfluos);
>> Guarde dinheiro (se obrigue a criar uma reserva de emergência);
>> Investe uma porcentagem (estude renda fixa e renda variável);
>> Depois de investir uma porcentagem e deter um bom capital alocado, se obrigue a diversificar;
>> Depois de alcançar a diversificação no mercado interno, é hora de investir em BDRs, que são títulos de empresas estrangeiras ao alcance do investidor brasileiro;
>> Continue anotando as entradas e saídas (receitas x despesas);
>> Continue cortando o excedente;
>> Continue guardando dinheiro (reserva de emergência);
>> Continue investindo
Lembre-se que para chegar a um certo nível leva anos e, se parar ao atingir a primeira meta, você estará sempre se sabotando.
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