Com novo registro deflacionário, a última semana se mostrou como positiva para o mercado brasileiro de ações, apesar da alta volatilidade. Dias antes da divulgação dos novos dados de inflação, o presidente do Banco Central do Brasil reafirmou o compromisso da instituição com o controle da inflação e deixou o mercado de mau-humor, que se recuperou depois da realização de um cenário mais tranquilo do que se antecipava. O exterior também esteve otimista, com dados melhores da economia chinesa e pacotes emergenciais às famílias a fim de conter a crise energética na Europa.
Cenário Brasileiro
Logo no início última semana, dirigentes do Banco Central do Brasil, entre eles o presidente Roberto Campos Neto, fizeram alguns comentários indicando um possível ajuste final na taxa básica de juros brasileira, algo que não agradou o mercado por acreditarem que esse poderia ser um prelúdio a dados ruins de inflação na divulgação que aconteceria na sexta. Porém, o IPCA registrou novamente deflação no período em 0,36%, e a alta nos preços administrados não teve a relevância que se esperava. Assim, o mercado ingressou num movimento de alta e recuperou as perdas da semana.
Cenário Internacional
A Europa foi o foco no mercado internacional, com decisão do Banco Central Europeu sobre a trajetória de juros do bloco, que aumentou as taxas de refinanciamentos, depósitos e empréstimos em 75 pontos-base, porém, o impacto no mercado foi mínimo, considerando que o aumento já era projetado pelos investidores. O Partido Conservador do Reino Unido elegeu Liz Truss como a primeira-ministra do Reino Unido, que depois já anunciou medidas para prover liquidez ao setor de energia e reduzir escalada inflacionária. Na China, dados demonstram aumento menor na inflação, o que alavancou os índices acionários do país.
Na Carteira Semanal Top 5 não realizamos nenhuma alteração nessa semana.
Em 12 Meses, a Carteira apresenta uma valorização de 17,42% ante o Ibovespa com baixa de 3,08%.
Confira o que foi Manchete na semana:
Internacional
- OPEP+ anuncia corte na produção em 100 mil barris por dia. Em resposta, presidente Joe Biden, diz que está determinado a ampliar a oferta de energia e reduzir seus preços.
- Os contratos futuros de gás natural atingem variação próxima a 30% no dia, após estatal russa Gazprom anunciar interrupção do fluxo do Nordstream 1 por tempo indeterminado em razão de vazamento de óleo em um dos motores.
- Parlamento Britânico estabelece teto para preços domésticos de energia para residências e empresas. A medida terá validade de dois anos e impedirá que as contas domésticas médias superem 2,5 mil libras por ano.
- Rússia registra queda de 4,1% no PIB do segundo trimestre de 2022, em comparação ao mesmo período do ano passado.
- Banco Central Europeu decide por aumentar a taxa básica de juros em 75 pontos-base, levando a 1,25%. Taxa de depósitos e refinanciamentos também são elevadas em 75 pontos-base.
Nacional
- PMI Composto S&P Global do Brasil recua para 53,2 em agosto. Em julho, indicador esteve em 55,3.
- Presidente do BC Roberto Campos Neto, ressalta que situação inspira cuidados e que batalha contra a alta de preços no país ainda não está ganha. Assim, não pensa em queda de juros agora, apenas em convergir a inflação.
- Índice IGP-DI recua 0,55% em agosto, após cair 0,38% em julho. Queda foi além da estimativa de mercado, -0,53%.
- IPCA registra deflação de 0,36% em agosto, aquém da projeção de mercado de -0,40%. A taxa acumulada no ano fica em 4,39% e o acumulado em 12 meses em 8,73%.
- Brasileiros realizam a maior retirada de aplicação em cadernetas de poupança desde 1995. Os novos dados do Banco Central apontaram saldo negativo de R$ 22,02 bilhões em aplicações nas tradicionais aplicações em agosto.
