Resultados dos bancos: quem se saiu melhor no 3° trimestre?

Tempo de leitura: 4 minutos

Imagem mostra resultados dos bancos no Brasil
Imagem mostra resultados dos bancos no Brasil

Na temporada de balanços, alguns dos dias mais aguardados pelo mercado são os da divulgação dos resultados dos bancos. Nos dois primeiros trimestres do ano, as projeções dos analistas se mantiveram praticamente constantes, e, para o 3° trimestre de 2022, isso não foi diferente.

Em relação ao setor financeiro, o indicador que despertou mais atenção durante este ano foi a inadimplência. Além disso, renegociações e vendas de carteiras em atraso também exigem atenção ao analisarmos os bancos.

A seguir, você verá como foi a performance no 3T22 dos quatro maiores bancos que atuam em nosso mercado: Banco do Brasil, Santander, Bradesco e Itaú. Continue a leitura para conferir os principais indicadores e ver o que a equipe da Terra Investimentos tem a dizer sobre o desempenho dos quatro gigantes do setor financeiro do Brasil!

Banco do Brasil (BBAS3)

– Lucro líquido: R$ 8,36 bilhões

– Margem financeira: R$ 15,04 bilhões

– Carteira de crédito: R$ 969,21 bilhões

– Patrimônio líquido: R$ 147,12 bilhões

Mais uma vez, o Banco do Brasil alcançou resultado trimestral positivo de forma geral. Nesse sentido, Luis Novaes, analista da Terra Investimentos, observa que a deterioração dos ativos, vista amplamente no sistema financeiro com o aumento da inadimplência, não foi um problema para o banco. Isso porque esse e outros aspectos negativos do trimestre foram compensados pela maior lucratividade das operações do banco, superando inclusive as expectativas do mercado. Dessa forma, o guidance de lucro para 2022 foi revisado para cima, de R$ 27 a R$ 30 bilhões para R$ 30,5 a R$ 32,5 bilhões.

“No entanto, a valorização do banco nos próximos meses ainda é incerta, tendo em vista que ainda não se sabe qual será a postura do controlador sobre a manutenção desse modelo de negócios. Logo, isso pode significar uma desvantagem para o acionista no longo prazo”, alerta Novaes.

Santander (SANB11)

– Lucro líquido: R$ 3,12 bilhões

– Margem financeira: R$ 12,59 bilhões

– Carteira de crédito: R$ 484,25 bilhões

– Patrimônio líquido: R$ 82,39 bilhões

Novamente, o Santander apresentou resultados abaixo do esperado, mantendo uma tendência negativa nos balanços recentes. Nesse sentido, Novaes destaca que a instituição obteve lucratividade menor em ambas as atividades (mercado e clientes) e registrou um crescimento modesto no seu volume de crédito. Por sua vez, as provisões voltaram a subir, o que voltou a pressionar os ganhos.

“O cenário de juros altos sugere resultados menos robustos nos próximos trimestres. No caso do Santander, os resultados fracos foram atenuados pelo desempenho ruim do Bradesco. Isso porque SANB11 se desvalorizou após a divulgação de seu balanço, mas voltou a subir quanto rumores sobre os resultados do Bradesco começaram a surgir”, avalia o analista da Terra Investimentos.

Bradesco (BBDC4)

– Lucro líquido: R$ 5,2 bilhões

– Margem financeira: R$ 16,20 bilhões

– Carteira de crédito: R$ 878,61 bilhões

– Patrimônio líquido: R$ 156,92 bilhões

Segundo Novaes, os resultados do Bradesco no terceiro trimestre de 2022 foram excepcionalmente ruins, abaixo das expectativas do mercado. Nesse sentido, os principais fatores que impactaram negativamente os números do período foram: perdas significativas em tesouraria, maior custo de crédito e crescimento bilionário em provisões, impulsionado pela rápida deterioração da qualidade de crédito na carteira de pessoas físicas e microempreendedores.

Inclusive, o Bradesco informou que a PDD complementar foi reforçada em aproximadamente R$ 1 bilhão, fechando o terceiro trimestre de 2022 em R$ 9,7 bilhões. “Com poucos pontos positivos e perspectiva estável para o macro, o mercado não vê a recuperação do banco nos próximos trimestres”, diz.

Itaú (ITUB4)

– Lucro líquido: R$ 8,07 bilhões

– Margem financeira: R$ 23,90 bilhões

– Carteira de crédito: R$ 1,11 trilhão

– Patrimônio líquido: R$ 157,17 bilhões

De acordo com os números divulgados do 3T22, a inadimplência que abalou os principais pares do Itaú não teve grandes efeitos sobre a sua performance. A avaliação é da Terra Investimentos, uma vez que as ações do banco demonstraram que sua gestão foi eficiente ao abordar esse problema sistêmico.

Assim como em outros bancos, o Itaú também viu sua provisão para devedores duvidosos (PDD) crescer nos últimos tempos. Porém, isso foi compensado pela maior lucratividade das operações. Apesar da exposição maior em segmentos de crédito de alta renda, o Itaú também vem demonstrando crescimento saudável no varejo, o que pode se tornar uma vantagem competitiva clara sobre seus concorrentes no futuro. “Por todos esses aspectos, o resultado positivo do Itaú o coloca em boa perspectiva no mercado para os próximos trimestres”, analisa Novaes.

Entre os resultados dos bancos, qual foi o melhor no 3° trimestre de 2022?

Para o analista da Terra Investimentos, os resultados demonstram que a dupla Itaú e Banco do Brasil tiveram um trimestre significativamente melhor do que os de seus grandes pares, Bradesco e Santander. Porém, o Itaú se destaca como a melhor escolha do setor, em razão dos efeitos negativos que o Banco do Brasil pode sofrer em decorrência do controle estatal.

“A boa performance e perspectivas favoráveis do Itaú se devem à gestão responsável em relação ao ambiente de inadimplência crescente, como efeito dos altos juros, e crescimento em segmentos não explorados anteriormente, como o varejo, seguros e outros serviços, indicando uma tendência de alta nas ações do banco para os próximos meses”, conclui Novaes.

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