Você sabia que existem diferentes tipos de Tesouro Direto, e que cada um deles serve melhor para objetivos específicos de investimento?
Normalmente, quando ouvimos falar em títulos públicos, associamos o investimento a perfis mais conservadores. No entanto, isso não é uma verdade absoluta, pois esses títulos podem perfeitamente estar na carteira de todo investidor. Mas, para fazer a escolha certa, você precisa conhecer os diferentes tipos de Tesouro Direto, e é isso o que veremos a seguir!
Quais são os tipos de Tesouro Direto?
De acordo com a forma de remuneração, os títulos públicos podem ser de três tipos: pós-fixado, prefixado ou híbrido. Confira as características de cada um deles.
Tesouro Selic (ou pós-fixado)
Também conhecido como Letra Financeira do Tesouro (LFT), esse título acompanha a variação da Selic, a taxa básica da economia brasileira. Dessa forma, você só saberá qual será o seu rendimento no momento em que resgatar a aplicação.
A cada 45 dias, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) se reúne para deliberar sobre os rumos da Selic. Nessas ocasiões, decide-se pela alta, queda ou manutenção dos juros, e isso se refletirá diretamente na rentabilidade do Tesouro Selic.
Entre todos os tipos de Tesouro Direto, o Selic é o único que possui liquidez diária. Ou seja, o rendimento do título é somado ao montante aplicado todos os dias. Logo, o investidor pode resgatá-lo a qualquer momento, mesmo antes do vencimento, sem prejuízo da remuneração.
Tesouro Prefixado
Já no Tesouro Prefixado, você sabe desde o início quanto o título irá render, pois a taxa é fixa e expressa ao ano. Também conhecido como Letra do Tesouro Nacional (LTN), é o tipo de título público indicado para prazos mais longos, a partir de três anos. Isso não significa que, no caso de uma emergência, você não possa resgatá-lo antes do vencimento. No entanto, se fizer isso, poderá não conseguir o rendimento acordado no início da operação.
Nas palavras do mercado financeiro, esse tipo sofre marcação a mercado. Traduzindo: diariamente, o seu preço é ajustado, de forma a representar o quanto vale caso o investidor queira vendê-lo no dia. E, dependendo do momento do mercado, esse ajuste pode ser para cima ou para baixo.
Por exemplo, imagine que você tenha um título prefixado que paga 12% ao ano, com vencimento para daqui a três anos. Digamos que, para esse prazo, a previsão é de que os juros estejam mais altos. Se isso acontecer, o Tesouro Direto irá lançar no mercado títulos com juros mais altos do que o seu. Logo, o título que você tem será menos atrativo em termos de rentabilidade do que os novos lançados, e isso faz com que o preço do seu investimento seja ajustado para baixo.
Lembrando que o oposto também pode acontecer. Ou seja, se a expectativa é de que os juros caiam e você tem um Tesouro Prefixado, a marcação a mercado irá valorizar o seu investimento. De qualquer forma, não é possível prever para onde vão os juros. Logo, o melhor é não arriscar e investir no Tesouro Prefixado se tiver certeza de que não precisará do dinheiro antes do vencimento.
Tesouro IPCA+ (ou híbrido)
Por fim, temos o Tesouro IPCA+, que é híbrido justamente por que sua remuneração é formada parte por uma taxa fixa e parte pelo desempenho do IPCA, principal índice de inflação do Brasil.
O Tesouro IPCA+ é um dos investimentos mais indicados em tempos de inflação alta. Como o título acompanha a evolução do índice, isso preserva o dinheiro da desvalorização pela alta dos preços – há outros investimentos que também podem ser utilizados para proteger seu dinheiro da inflação.
Da mesma forma que o prefixado, o Tesouro IPCA+ também sofre marcação a mercado. Por isso, é indicado para o longo prazo, sendo que o resgate antecipado pode prejudicar o seu rendimento, conforme vimos anteriormente.
Forma de recebimento dos rendimentos do Tesouro Direto
Outro ponto importante para escolher entre os tipos de Tesouro Direto diz respeito à forma como você deseja receber os rendimentos.
Em relação ao Tesouro Prefixado e Tesouro IPCA+, existe ainda uma subclassificação. Nesse sentido, em cada um deles o investidor pode optar se deseja receber os rendimentos semestralmente ou somente no vencimento do título.
No caso do Tesouro Prefixado, quando o pagamento dos juros é semestral, chamamos o título de NTN-F. Já no Tesouro IPCA+, ambos os títulos são NTB-N, sendo que o que paga juros finais tem a palavra “Principal” logo depois da sigla.
Você pode estar se perguntando: e o que é melhor? Receber juros no final ou a cada seis meses? A resposta a essa pergunta dependerá principalmente do objetivo do seu investimento.
Se você deseja montar uma carteira para ter uma renda extra com investimentos, receber juros a cada semestre é uma boa alternativa. No entanto, é importante considerar que, cada vez que você recebe os rendimentos, isso faz o seu montante total diminuir. Nesse caso, os próximos juros incidirão sempre sobre um valor menor investido.
Por outro lado, se você investir e deixar o dinheiro até o vencimento, aproveitará muito mais o efeito multiplicador dos juros compostos. Ou seja, os juros capitalizarão um montante cada vez maior, e você receberá mais ao final da aplicação.