O resultado da Vale (VALE3) do 1° trimestre de 2023 (1T23) não surpreendeu o mercado: nos primeiros três meses do ano, o lucro líquido atribuível aos acionistas foi de US$ 1,83 bilhão, queda de 50,5% em relação ao trimestre anterior e de 58% na comparação com igual período do ano passado.
A receita líquida da companhia alcançou US$ 8,43 bilhões no 1T23, valor 29,4% abaixo do último trimestre de 2022 e 22% inferior na comparação anual. De acordo com o relatório de produção divulgado em 18 de abril, o volume de produção de minério de ferro do 1T23 foi de 66,7 milhões de toneladas, 17,4% abaixo do último trimestre de 2022.
Outro fato que penalizou a receita de vendas e, consequentemente, o resultado foi a queda de 10,6% do volume de vendas de finos e pelotas de minério em relação ao mesmo período de 2022, que fechou em 45,8 milhões de toneladas. Já na comparação com o último trimestre do ano passado, a queda do volume foi de 43,5%.
A companhia explica que a queda da receita ocorreu mesmo com o crescimento de 5,8% na produção de minério de ferro no 1T23. Segundo a Vale, a diferença entre a produção e a venda do minério deve-se a restrições de carregamento no Terminal Ponta da Madeira, ocorridas por causa das chuvas. Outro fator que prejudicou as vendas foi uma manutenção não programada no porto.
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O EBITDA ajustado proforma das operações continuadas (que exclui despesas relacionadas a Brumadinho) fechou em US$ 3,68 bilhões, queda de 26,4% frente ao último tri de 2022 e de 42,3% na base anual. Segundo a Vale, a piora do indicador deve-se principalmente aos menores preços realizados de finos de minério de ferro e pelotas, à queda das vendas de finos de minério de ferro e a custos maiores.
A dívida líquida da companhia cresceu 67,3% na comparação anual, passando de US$ 4,91 bilhões no 1T22 para US$ 8,22 bilhões ao final de março deste ano. Já a dívida líquida expandida (que inclui provisões de Brumadinho e Samarco) totalizou US$ 14,35 bilhões no 1T23 contra US$ 12,42 bilhões no mesmo período de 2022.
Pagamento de dividendos e recompra de ações
Em março de 2023, a Vale pagou US$ 1,8 bi de dividendos e desembolsou US$ 763 milhões para o terceiro programa de recompra de ações. Até o final de março, o programa estava 47% concluído, com desembolso total de US$ 3,7 bilhões para recompra de 233,7 milhões de ações (a previsão é de recompra de 500 milhões de ações).