A crescente demanda mundial por energias limpas se reflete também no mundo dos investimentos. O mercado de brasileiro de fundos já conta com mais um fundo imobiliário de energia renovável: o CPV Energia FII, negociado sob o código RENV11 e valor da cota-base de R$ 10.
O RENV11 tem foco em energia solar, e sua primeira captação, concluída em maio de 2024, resultou em R$ 10 milhões. Este valor inicial corresponde a investimentos em duas usinas fotovoltaicas, localizadas em Goiás e no Ceará.
De acordo com a CPV Asset, gestora do fundo, a meta é alcançar um patrimônio de R$ 500 milhões sob gestão e 50 megawatts de capacidade de geração no portfólio até o final de 2025.
“A captação inicial ocorreu em 15 dias, o que nos indica uma forte demanda do investidor”, disse Luiz Curado, sócio-fundador da CPV Asset, ao Valor Invest.
Características do FII de energia renovável RENV11
Primeiramente, o RENV11 estará disponível somente para investidores qualificados – quem possui investimentos financeiros acima de R$ 1 milhão ou certificação aprovada pela CVM como profissional de investimentos. Nesse universo, estão os administradores de carteira, analistas, consultores, agentes autônomos, entre outros. Segundo a gestora, a expectativa é de que, dentro de 90 dias, o fundo seja aberto ao público em geral.
A taxa de administração e gestão do REVN11 é de 1,25% ao ano, e também haverá taxa de performance de 20% sobre o valor que superar o IPCA + 7%.
A CPV Asset contará com a Armor Capital como cogestora do fundo. Já o portfólio, gestão de risco e prospecção de novos ativos que formarem o RENV11 terão a consultoria especializada da Armor Energia.
O RENV11 é o segundo fundo imobiliário de energia renovável do mercado de capitais brasileiro. O primeiro foi o Suno Energias Limpas FII (SNELL11), lançado em dezembro de 2022 e que, em julho deste ano, divulgou dividendos de 13,9% ao ano.
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Mercado de energia renovável no Brasil
Em 2023, 93% de toda energia elétrica gerada no Brasil veio de fontes renováveis, como mostrou estudo da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), um recorde para o País.
E o movimento permanece favorável à geração de energias limpas, como mostram dados do primeiro semestre de 2024. Isso porque algumas empresas de energia solar, eólica e biomassa se destacam na produção de energias renováveis, reforçando a oferta nacional.
De acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), 84% da energia gerada no Brasil em março desde ano o Brasil veio de fontes renováveis, com destaque para a hídrica (55% do total), eólica (15%) e biomassa (8%). Em entrevista à CNN Brasil, Agnes Maria da Costa, diretora da ANEEL, atribuiu essa evolução a políticas públicas realizadas nos últimos tempos e à tecnologia.
“O desenvolvimento tecnológico dos últimos anos é parte da transição energética, porque permite incorporar comportamentos e decisões tomadas pelos consumidores nessa mudança, o que antes não era possível”, disse à emissora.
Outro aspecto positivo é o custo das energias renováveis, que está mais acessível do que há tempos atrás, segundo a CCEE.