Após duas semanas de queda, o Ibovespa perfurou patamar dos 100 mil pontos em movimento ascendente em meio à temporada de balanços trimestrais e semana relevante para economia americana. A tão esperada reunião do Fed, banco central americano, teve seu fim nessa quarta-feira enrijecendo a política monetária da principal economia do mundo, mas o impacto acabou sendo diferente do esperado. E as desavenças militares na Europa perduram, com Rússia tomando medidas mais duras sobre fornecimento de energia e China acirrando discurso sobre apoio americano a Taiwan.
Cenário Brasileiro
Balanços sólidos e mercado internacional favorável pavimentam caminho do Ibovespa aos 100 mil pontos com diversos setores se valorizando em bloco. Após pedido do governo por dividendos extraordinários, Petrobras lidera as altas da semana com dividendos recordes no horizonte. Disposição por risco favorece mercado e moeda, alavancando setor aéreo num primeiro momento e penalizando escalada de setores beneficiados por câmbio fraco, como frigoríficos.
Cenário Internacional
Uma semana de grande impacto não só para economia dos EUA, mas para a economia global, o FED decidiu na quarta-feira aumentar a taxa básica de juros em 0,75% levando-a à 2,5%. A decisão convergiu com o projetado e o discurso apaziguador de Jerome Powell, Presidente do FED, aumentou o apetite por risco tracionando bolsas pelo mundo e moedas em países emergentes, caso do Real. Na Europa, as bolsas seguem índices americanos e reagem a balanços de grandes empresas da região, mas com tensões políticas e dados econômicos à espreita.
Na Carteira Semanal Top 5 realizamos uma alteração, saindo Carrefour (CRFB3) após bom desempenho e iniciando a recomendação de compra em Cosan (CSAN3).
Em 12 Meses, a Carteira apresenta uma valorização de 2,86% ante o Ibovespa com baixa de -18,76%.
Confira o que foi Manchete na semana:
Internacional
– Gazprom reduzirá ainda mais fluxo de gasoduto que liga Rússia a Alemanha sobre alegação de que não é possível manter a operação sem equipamentos necessários. Alemanha vê motivação política em ato.
– Moody’s reduz projeção de PIB americano, de 2,8% para 2,1%. Mas acredita que recessão não deve se concretizar.
– Nancy Pelosi insiste em visita a Taiwan e gera desconforto com a China.
– Federal Reserve anuncia incremento de 0,75% e taxa básica de juros americana vai a 2,50% ao ano.
– Primeira leitura do segundo trimestre do PIB dos EUA registra queda de 0,9% em termos anualizados. Esse é o segundo trimestre com PIB encolhendo.
– E na China, credores passam a questionar versão da Evergrande sobre apreensão de fundos em quase US$ 2 bilhões por bancos locais.
Nacional
– Em mais uma semana, projeção de IPCA cai a 7,30% com preços administrados chegando a 0,01%. Expectativa de PIB chega em 1,93% e Selic se mantém.
– Promessas de manutenção de Auxílio Brasil fazem Bolsonaro e Lula se distanciarem ainda mais de outros candidatos na corrida presidencial, segundo FSB/BTG.
– Petrobras anuncia nova redução de R$ 0,15 no preço da gasolina em refinarias, essa é a segunda redução consecutiva e passa a valer a partir de sexta-feira.
– Instabilidade em economia chinesa penaliza faturamento do setor de mineração que cai 24% comparado ao primeiro semestre de 2021.