A Marfrig (MRFG3) encerrou o 1° trimestre de 2023 (1T23) com prejuízo líquido de R$ 634 milhões, resultado em linha com o trimestre imediatamente anterior mas que reverteu o lucro de R$ 109 milhões auferido no mesmo período do ano passado.
A receita líquida da companhia somou R$ 31,75 bilhões, alta de 42,2% na comparação com o 1T22 que se explica pela consolidação dos resultados da BRF no período. Atualmente, 73% da receita da Marfrig corresponde ao mercado externo, contra 93% na comparação anual. Segundo a companhia, a maior participação no mercado nacional ficou por conta das receitas originadas pela BRF.
O lucro bruto atingiu R$ 2,77 bilhões no 1T23, 20,3% abaixo em relação a igual período de 2022, em virtude do aumento dos custos de produção (CPV), que totalizaram R$ 28,98 bilhões contra R$ 18,85 bilhões no comparativo anual (+53,7%). Segundo a Marfrig, a alta dos custos se explica pela consolidação dos resultados da BRF, parcialmente compensada pelo menor custo de matéria-prima do segmento de bovinos.
- BRF (BRFS3): prejuízo de R$ 1,02 bi no 1T23, acima do esperado pelo mercado
- JBS (JBSS3): lucro cai 63,7% no 4T22 e fecha em R$ 2,3 bilhões
- Minerva (BEEF3): receita cai e lucro permanece estável no 1T23
Já o EBITDA fechou em R$ 1,49 bilhão, queda de 45,5% ante os três primeiros meses de 2022. A piora do indicador se deve à performance da Operação América do Norte, parcialmente compensado pela melhora do EBITDA na América do Sul e da BRF. Por conta desse recuo, a margem EBITDA fechou em 4,7%, queda de 7,6 pontos percentuais (p.p) no comparativo anual.
A receita líquida da companhia somou R$ 31,75 bilhões, alta de 42,2% na comparação com o 1T22 que se explica pela consolidação dos resultados da BRF no período. Atualmente, 73% da receita da Marfrig corresponde ao mercado externo, contra 93% na comparação anual. Segundo a companhia, a maior participação no mercado nacional ficou por conta das receitas originadas pela BRF.
O resultado financeiro líquido do 1T23 ficou negativo em R$ 1,52 bilhão, o que representa um aumento de 44,2% da perda financeira na comparação anual. O crescimento das despesas financeiras se deve, principalmente, ao maior provisionamento de juros no período, que passou de R$ 526 milhões no 1T22 para R$ 1,2 bilhão no 1T23.
De janeiro a março de 2023, os investimentos consolidados somaram R$ 1,1 bilhão, dos quais R$ 434 milhões foram investimentos recorrentes na Marfrig (manutenção do parque fabril e projetos de crescimento orgânico). Os investimentos em manutenção fecharam em R$ 246 milhões e os investimentos em expansões e outros projetos em
andamento totalizaram R$ 188 milhões, queda de 43% em relação ao 4T22 e refletindo a fase final do ciclo de
investimentos em projetos de expansões.
No 1T23, o fluxo de caixa operacional consolidado, já considerando as informações financeiras da BRF, foi positivo em R$ 673 milhões. Os investimentos realizados no período foram de R$ 1,09 bilhão, e os gastos com despesas financeiras
foram de R$ 1.474 milhões. Como resultado, o fluxo de caixa livre do trimestre foi negativo em R$ 1,89 bilhão.
Ao final de março de 2023, a dívida líquida consolidada da Marfrig era de US$ 7, 9 bilhões, já considerando as dívidas da BRF. Em reais, a dívida líquida de fechamento foi de R$ 40.223 milhões.
A Marfrig afirmou que continua focada na melhora do perfil financeiro. “Durante o 1T23 anunciamos mais US$ 52 milhões em recompras de bonds, que somados as recompras anunciadas no ano anterior já passam de US$ 370 milhões. O objetivo desta gestão de passivos é de reduzir o endividamento bruto e as despesas financeiras e, assim, melhorar a nossa geração de caixa”, disse a companhia no relatório de resultados.
O índice de alavancagem, medido pela relação entre dívida liquida/EBITDA ajustado, fechou em 3,53 vezes, 2,2 pontos percentuais (p.p.) inferior a 12 meses atrás.