Muitos produtores são inseguros em fazer “hedge” ou “travar os preços” pois ficam receosos de fixar o preço e as cotações continuarem subindo….
“Poderia ter tido um lucro maior”…
“Meu vizinho vendeu melhor que eu”…
“Meu pai nunca travou e está no negócio há mais de 30 anos”…
“Toda vez que eu vendo os preços sobem”…
São frases costumeiramente ouvidas em conversas sobre a objeção em travar preços. Os produtores, que viram os preços das commodities dispararem de Agosto/2019 até Agosto/2022 atingindo altas em alguns momentos de +175% (Milho); +123% (Soja); +228% (Café) e +104% (Boi) ficam receosos em vender e perder tamanho movimento.
Para que travar se os preços não param de subir?
Tal argumentação pode ser estudada da melhor forma em finanças comportamentais (mas não é caso hoje – serei breve), como alguns padrões de comportamento abaixo que aparecem nas tomadas de decisão:
Ancoragem: o produtor cria uma referência de preço e dificilmente se desfaz dela. Por exemplo: pecuaristas não acreditavam que as cotações da arroba perderiam os R$ 300,00/@ e que voltariam para os R$ 350,00/@ (topo) – não aconteceu.
Excesso de confiança: tudo será como ele planejou ou previu… – não aconteceu.
Confirmação: busca informações, notícias e etc. que “confirme” o cenário que desenhou na sua cabeça e/ou planejamento. – não aconteceu.
“Efeito Manada”: “se todo mundo que conheço faz desse jeito (sem trava) eu também vou fazer” – será que esse ano deu certo? E como serão os próximos?
O cenário mudou rapidamente, e em 2023 (até setembro – momento em que escrevo) vemos fortes quedas na cotações (CEPEA): Boi (-17,67%); Milho (-33,23%); Café (-24,86%) e Soja (-21,95%)
Lembrando que se algo cai 30% é necessário subir 42,86%, se cai 50% é necessário subir 100% para retomar o preço! (saem de preços base diferente)
Receosos em “travar os preços” e o mercado “subir na cara” como no jargão do mercado financeiro, muitos produtores perderam a chance de fixar seus preços de comercialização e alguns estão tendo que comercializar agora com prejuízo.
O que quero trazer brevemente aqui é que existe SIM uma ferramenta para te proteger da queda dos preços e também participar de possível alta. São as OPERAÇÕES ESTRUTURADAS! Elas são estratégias que combinam 2 ou mais ativos financeiros para atingir um objetivo.
Para essas estratégias, utilizamos as famosas opções CALL e PUT. Caso ainda seja leigo ou com pouco conhecimento dessas estruturas, recomendo fortemente ler o conteúdos linkados abaixo no blog e entrar em contato com um dos assessores da TERRA Investimentos para lhe orientar da melhor maneira!
- O que são call e put no mercado de opções?
- Opções: conheça essa forma de investir na bolsa de valores
Vamos lá…
O primeiro passo para o amigo produtor “travar” a sua safra é “vende-la”. Seja fazendo Barter, vendendo a termo (prazo) com a contraparte (frigorífico, trading, cerealista, cooperativa, etc) ou mesmo com instrumentos financeiros: vendendo NDF, vendendo contratos futuros na bolsa, comprando opções PUT, outras operações estruturadas e etc.
Feito a “trava”, OK! Os preços podem cair que o amigo produtor garantiu a comercialização à um preço fixado e, portanto, com a previsibilidade da Receita, Renda, Faturamento ou como preferir…
Após a “trava”… se em algum momento identificar uma reversão de cenário em que os preços podem subir, ele pode utilizar de algumas ferramentas para participar financeiramente dos ganhos. Segue alguns exemplos abaixo:
Compra de CALL
É recomendável utilizar essa estratégia quando quer comprar um “seguro de alta” sem limite
Graficamente vemos:
Compra de Call Spread
É recomendável utilizar essa estratégia quando quer montar uma estrutura para aproveitar de eventual alta no preço do ativo, com menor custo e alta limitada
Como montar?
Comprar uma CALL (preço de strike perto ou acima da cotação atual)
Vender uma CALL (preço de strike maior que o da compra da CALL) – intuito de reduzir o custo da operação
Graficamente vemos:
Operação Fence
É recomendável utilizar essa estrutura quando um ativo tende à queda nos preços, mas também possui chance de alta (cenário otimista)
Como montar?
- Comprar uma PUT (preço de strike perto da cotação atual)
- Vender uma PUT (preço de strike menor que o da compra da PUT)
- Vender uma CALL (preço de strike acima do strike da compra da PUT)
Graficamente vemos:
Operação Seagull
É recomendável utilizar essa estrutura quando quer participar parcialmente da alta de um ativo, com baixo custo ou custo zero.
Como montar?
- Comprar uma CALL (preço de strike perto da cotação atual)
- Vender uma CALL (preço de strike acima da compra da CALL anterior)
- Vender uma PUT (preço de strike abaixo do strike da Compra da CALL)
Graficamente vemos:
Operação Long Condor
É recomendável utilizar essa estrutura quando quer participar parcialmente da alta de um ativo, esperando um mercado lateral. A perda ou ganho máximo é se a cotação subir ou cair muito.
Como montar?
- Comprar uma CALL (preço de strike abaixo da cotação atual)
- Comprar uma CALL (preço de strike acima da cotação atual)
- Vender uma CALL (preço de strike abaixo da cotação atual)
- Vender uma CALL (preço de strike acima da cotação atual)
Graficamente vemos:
Esses foram apenas alguns exemplos de operações estruturadas. Existem ainda a BUTTERFLY, STRADDLE, STRANGLE, SEAGULL BUTTERFLY, BULL INVERSE LINE, BEAR INVERSE LINE, IRON BUTTERFLY, EQUITY BUTTERFLY, STRIP, STRAP e por aí vai…
Tão importante quanto o conteúdo acima, são os lembretes abaixo:
Operações com derivativos possuem risco e, portanto, é importante o conhecimento necessário e/ou uma assessoria profissional
Para “operar” derivativos, o perfil de risco do investidor (API) precisa ser denominado Arrojado
Existem alguns fatores que influenciam nos preços das opções: Preço do Ativo objeto, Volatilidade do Ativo, Preço do Exercício (strike), Tempo até o vencimento e Juros
Quando tratado de Custos no artigo, refere-se ao preço desembolsado para comprar as opções ou montar a estrutura. Existem ainda despesas como corretagem, emolumentos, imposto de renda, etc.
As opções possuem vencimento e, portanto, é necessário acompanhamento do início ao fim da estratégia
Para executar as estratégias, muitas vezes é necessário uma Margem de Garantia, que é exigida pela bolsa de valores (B3) e pode ser calculada no site: simulador.b3.com.br
A margem de garantia exigida pode ser diversos ativos financeiros: Dinheiro, Títulos Públicos, Ações, CDB, LCI, LCA, dólar, Carta Fiança, entre outros.
VALE A PENA RELEMBRAR: A MESA AGRO DA TERRA POSSUI PROFISSIONAIS ESPECIALISTAS PARA LHE AJUDAR COM ESTRATÉGIAS NO MERCADO FUTURO NACIONAL E INTERNACIONAL.
Entre em contato:
Fone: (11) 91286.6627
Email: raphael.galo@terrainvestimentos.com.br
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