A Petrobras (PETR4) encerrou o 3° trimestre de 2023 com lucro líquido de R$ 26,62 bilhões, queda de 42,2% na comparação anual e de 7,5% em relação ao trimestre imediatamente anterior. No acumulado de janeiro a setembro, a companhia registrou lucro líquido de R$ 93,56 bilhões, um recuo de 35,5% frente aos três primeiros meses de 2022.
De acordo com o relatório de resultados divulgado na noite desta quinta-feira (10), a piora do indicador em relação ao último trimestre (maio a julho/2023) deve-se, principalmente, ao impacto da desvalorização do real frente ao dólar e ao maior volume de despesas operacionais – em especial, dos custos exploratórios – e ganhos menores com venda de ativos.
Já na comparação ano a ano, a queda do lucro se deve ao recuo do Brent no mercado internacional, o que, segundo a Petrobras, prejudicou os resultados do setor petrolífero como um todo.
Também sob efeito da queda do Brent, a receita líquida do 3T23 recuou 26,6% em comparação a igual trimestre de 2022, fechando em R$ 124,82 bilhões. Já na comparação com o trimestre anterior, o indicador cresceu 9,7%, devido à valorização do Brent e aos maiores volumes de vendas de derivados no mercado interno e de exportações de petróleo.
“No 3T23, a receita com derivados no mercado interno aumentou em decorrência, principalmente, dos maiores volumes de vendas, com destaque para o diesel. Este efeito foi parcialmente compensado por menores volumes de vendas de gasolina, que perdeu participação em relação ao etanol hidratado no abastecimento dos veículos flex”, disse a Petrobras.
A companhia também informou que os produtos que lideraram as vendas no 3T23 continuaram sendo o diesel e a gasolina, responsáveis por cerca de 75% da receita de derivados no mercado nacional.
Observou-se também um aumento do custo dos produtos vendidos (CPV) na ordem de 4,2% em relação ao 2T23, o que reflete, segundo a Petrobras, o maior volume de exportações de petróleo, mais gastos com participações governamentais e maior volume de vendas de derivados no mercado doméstico, especialmente diesel.
As despesas operacionais somaram R$ 17,55 bilhões no 3T23, alta de 41,6% frente ao mesmo período de 2022 e de 12,5% na comparação com o trimestre anterior. Em ambas as bases de comparação (anual e trimestral), o crescimento dessas despesas se deve, principalmente, ao aumento das despesas exploratórias para extração de petróleo e gás e ao menor ganho de capital com venda de ativos, devido ao fechamento dos polos Potiguar e Norte Capixaba, ocorrido no trimestre anterior.
De julho a setembro, a companhia auferiu resultado financeiro líquido negativo de R$ 9,76 bilhões, alta de 22,4% em relação à perda financeira de um ano antes. Contribuíram para o crescimento das despesas financeiras o aumento do custo de financiamentos (+9,2%) de arrendamentos (+36,4%) e variações cambiais (+13,7%).
“Estes efeitos foram, em parte, compensados por menor realização de hedge accounting e pelo efeito da atualização monetária pela taxa Selic no 2T23 sobre os dividendos complementares do exercício de 2022″, declarou a Petrobas.
O EBITDA ajustado recorrente do 3T23 foi de R$ 66,88 bilhões, queda de 27,8% na base anual mas 13,2% superior ao do trimestre anterior.
De julho a setembro, a companhia investiu US$ 3,4 bilhões, valor 4,7% acima do trimestre anterior. No acumulado de 2023 (até setembro), os investimentos somaram US$ 9,1 bilhões, um avanço de 31% em relação a 2022. Segundo a Petrobras, a projeção é de que, ao final de 2023, os investimentos cheguem a US$ 13 bilhões, com a manutenção da meta de produção projetada para o ano.
Confira os principais indicadores da Petrobras:
Pagamento de dividendos e JCP
A companhia anunciou que distribuirá R$ 17,5 bilhões em proventos aos acionistas, sob a forma de dividendos e juros sobre capital próprio (JCP).
A distribuição, que será realizada em duas parcelas – 20 de fevereiro e 20 de março de 2024 – seguirá a nova política de remuneração, que prevê o pagamento de 45% do fluxo de caixa livre no caso de dívida bruta até US$ 65 bilhões (valor definido no plano estratégico atual).
Em ambas as datas, o valor a ser pago por ação é de R$ 1,344365. A companhia explica que os valores já consideram a recompra de R$ 974 milhões realizada no 3T23, descontado da remuneração aos acionistas.
Por fim, a data de corte será 21 de novembro de 2023 para quem tiver ações da Petrobras negociadas na bolsa brasileira, e o record date para quem tem ADRs negociados na NYSE (bolsa de Nova York) derá 24 de novembro de 2023.