A Azul (AZUL4) reportou lucro líquido de R$ 231,2 milhões no 4° trimestre de 2022, revertendo o prejuízo de R$ 945,7 milhões do mesmo período do ano anterior. De acordo com o balanço divulgado nesta segunda (6), contribuíram para a melhora do indicador o resultado positivo com derivativos e com variações monetárias e cambiais. Sem isso, a companhia teria encerrado o último trimestre de 2022 com prejuízo líquido de R$ 610,5 milhões.
No acumulado de 2022, a empresa conseguiu reduzir o prejuízo acumulado, que passou de 4,76 bilhões em 2021 para R$ 1,37 bilhão.
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No 4T22, a receita líquida da Azul alcançou R$ 4,45 bilhões, alta de 19,4% na comparação com o último trimestre de 2021. Esse aumento ocorreu por conta do transporte de passageiros, visto que cargas permaneceu em igual patamar ao de 2021.
O PRASK (receita de passageiros/total de assentos-quilômetro disponíveis) cresceu 10% na comparação com o 4T21. A companhia informou que conseguiu aumentar tarifas de forma a compensar o preço recorde do combustível. Já o RASK (receita operacional/total de assentos-quilômetro disponíveis) aumentou 8,2%.
De janeiro a dezembro do ano passado, a receita líquida da companhia foi de R$ 15,94 bilhões contra R$ 8,81 bilhões no acumulado de 2021, aumento de 60%. Em 2022, a receita com transporte de passageiros cresceu 65,7%, e a de cargas, 16,1% em comparação ao ano anterior.
Os custos e despesas operacionais da Azul cresceram 22,6% no comparativo trimestral, chegando a R$ 3,92% no 4T22. As maiores altas foram nos gastos com passageiros e tráfego (+59,4%, devido à retomada do serviço de bordo no pós-pandemia), combustível de aviação (+51,5%) e despesas comerciais e de marketing (+38,4%, por causa do aumento das comissões de cartão de crédito e da demanda por voos internacionais, que têm maiores custos).
A companhia conseguiu reduzir o resultado financeiro negativo, que passou de R$ 1,47 bi no último trimestre de 2021 para R$ 293,5 milhões no 4T22. A melhora do indicador ocorreu principalmente pelo ganho cambial de R$ 772,3 milhões no final do trimestre, o que reduziu o custo dos arrendamentos e empréstimos em moeda estrangeira.
O EBITDA bateu R$ 1,09 bilhão no 4° tri 2022, com margem de 24,6%. Já o lucro operacional do período foi de R$ 524,7 milhões, representando uma margem de 11,8%
Ao final do 4T22, a dívida líquida da Azul era de R$ 18,43 bilhões, alta de 2,8% em comparação ao mesmo trimestre do ano anterior. O indicador de alavancagem (dívida líquida/EBITDA) permaneceu estável em 5,7x.
Acordo com arrendadores de aeronaves
Na noite de domingo (5), a Azul anunciou acordo com arrendadores de aeronaves, os quais detêm 90% de seus passivos. Nesse sentido, a companhia prometeu ações e dívidas negociáveis em troca da redução dos valores dos pagamentos.
Segundo o acordo, a companhia emitirá ações e uma nota negociável com vencimento em 2030, “cujo preço reflete sua melhor geração de caixa, estrutura de capital e risco de crédito reduzido”, afirmou em comunicado.
“As negociações continuam com os arrendadores e demais parceiros, como os fabricantes de equipamentos, e estamos muito otimistas de que chegaremos a acordos com todos eles”, disse Alex Malfitani, vice-presidente financeiro da Azul.