O Bradesco (BBDC4) reportou lucro líquido recorrente de R$ 1,59 bilhão no quarto trimestre de 2022 (4T22), queda de 76% em relação ao mesmo período do ano anterior. No acumulado do ano, o resultado alcançou R$ 20,68 bilhões, 21,1% abaixo do lucro acumulado do ano de 2021.
A forte queda do resultado foi causada principalmente pelo valor da PDD expandida, que saltou para R$ 14,88 bilhões, praticamente o dobro do que o banco provisionou no trimestre anterior. No acumulado de 2022, a conta somou R$ 32,29 bilhões, contra R$ 15 bilhões em 2021.
Sem citar o nome da Americanas, o banco informou que os recentes eventos envolvendo “um cliente large corporate específico” ocorridos no início deste ano fizeram a administração reavaliar os riscos inerentes. Dessa forma, 100% da operação junto a esse cliente foi provisionada, o que afetou o lucro do 4T22.
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A carteira de crédito expandida cresceu 9,8% em 12 meses e 1,5% no trimestre, totalizando R$ 891,9 bilhões no final de 2022. Nesse sentido, o destaque ficou com o segmento de pessoas físicas (em especial as operações com cartões de crédito), que cresceu 11,6% em 12 meses, alcançando R$ 361,1 bilhões. No segmento PJ, o crescimento foi de 7,9% no ano, somando R$ 530,8 bilhões. Além da Americanas, o Bradesco informou que esse aumento significativo da carteira, aliado ao mix de riscos e às condições específicas de mercado também impactou negativamente a PDD do ano.
A margem financeira total alcançou R$ 16,67 bilhões no quatro tri de 2022, praticamente estável em relação ao mesmo período do ano anterior e com aumento de 3,8% no acumulado do ano. Já as receitas de prestação de serviços somaram R$ 9,25 bilhões no trimestre, com destaque para as rendas de cartões e administração de consórcios. No acumulado de 2022, essa receita totalizou R$ 35,70 bilhões, um aumento de 4,7% em relação ao ano anterior.
As despesas operacionais cresceram 4,8% em comparação ao último trimestre de 2021 e 4,7% na base anual. O banco ressalta que o aumento ficou abaixo da inflação acumulada do período (IPCA 5,8% e IGP-M 5,5%) mesmo com os impactos dos acordos coletivos de 2021 e 2022 e com o aumento do volume dos negócios.
Outros indicadores financeiros do 4T22
- – ROAE: 3,9%
- – Índice de Eficiência Operacional (IEO): 47,7%
- – Preço/Lucro: 7,4
- – Preço/VPA: 1,0
- – Dividend Yield (DY): 2,8%