Como funciona o consórcio? Conheça as principais características da modalidade

Tempo de leitura: 7 minutos

Imagem mostra como funciona o consórcio de veículos
Imagem mostra como funciona o consórcio de veículos

Para quem deseja comprar um bem – como um carro, uma moto, ou até mesmo uma casa – e não dispõe de recursos próprios, é interessante saber como funciona o consórcio. Esse tipo de financiamento é baseado em grupos de pessoas que se reúnem justamente com o objetivo de formar uma poupança comum para adquirir bens e serviços, com prestações que caibam no bolso dos participantes.

Embora a lógica do consórcio seja simples, há algumas peculiaridades que precisam ser bem entendidas na hora da contratação. Por exemplo, diversidade de prazos, contemplação por sorteio ou por lances, tudo isso é previsto pela modalidade, e entender esses e outros detalhes é importante para utilizar bem essa ferramenta de autofinanciamento.

Neste conteúdo, você saberá como funciona o consórcio e verá as respostas para algumas das perguntas mais frequentes sobre o produto. Continue a leitura e confira a seguir!

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O que é e como funciona o consórcio?

O consórcio é um grupo de pessoas que se unem com a finalidade de adquirir um determinado bem ou serviço. Para isso, elas  contribuem com parcelas mensais que formarão fundo de recursos para a compra do bem ou serviço em questão.

 Para antecipar o recebimento do bem, o consorciado pode dar lances (veremos mais adiante como isso funciona). Mensalmente também é possível ser sorteado pela loteria federal (essa é a periodicidade mais comum nos consórcios) para determinar quem será contemplado. Depois de receber o valor do consórcio, o sorteado continuará pagando as parcelas até o final do prazo que foi contratado.  

O que é um grupo de consórcio?

O grupo de consórcio é uma reunião de pessoas físicas ou jurídicas que pagam parcelas para a formação de um fundo comum. Posteriormente, esses recursos serão utilizados para a aquisição do bem ou serviço que todos desejam obter.  

Tudo começa com a assinatura do contrato por parte do consorciado. A partir disso, a administradora tem 90 dias para formar os grupos. Caso não consiga encontrar o número suficiente de interessados, ela precisa devolver o dinheiro ao contratante acrescido dos juros de sua aplicação financeira.  

Também existe a possibilidade de que um interessado entre em um grupo já constituído (ou em andamento).  Isso pode acontecer de duas formas: quando existem cotas ainda não vendidas, ou quando um consorciado transfere sua cota a outro. Esse último caso pode ocorrer, por exemplo, quando a pessoa que entrou no consórcio não tem mais condições financeiras de arcar com as parcelas mensais.

Quando existirem cotas vagas, o interessado deve negociá-las diretamente com a administradora e pagar todas as parcelas que os outros participantes já pagaram. Já no caso de transferência de cotas, as condições devem estar previstas no contrato de adesão, podendo inclusive prever o pagamento de taxas. Além disso, a administradora precisa dar o aval na venda que é feita pelo consorciado.

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O que são as assembleias?

Assembleias são reuniões dos membros dos grupos de consórcios. Elas podem ser ordinárias, para realizar sorteios e lances, ou extraordinárias, que é quando há algum assunto específico para ser discutido, como alguma mudança no prazo, no objeto do consórcio, ou outra relevante.  

No caso das ordinárias, a administradora deve prever antecipadamente a sua realização e distribuir um calendário com as datas ao grupo. Já as extraordinárias ocorrem sempre que há algo importante a ser discutido, e devem ser anunciadas com antecedência de oito dias.  

O que é lance?

O lance nada mais é do que um adiantamento de parcelas que o consorciado pode propor em assembleia para antecipar a sua contemplação. Nesse sentido, a lógica é a mesma de um leilão, ou seja, quem der o maior lance tem o direito de receber o bem, mesmo sem ter sido sorteado.  

Não existe um valor máximo para o lance, mas a administradora pode definir em contrato um valor mínimo para a oferta. Quem define o número de sorteios e lances é a assembleia geral do consórcio, pois a administradora precisa verificar o valor que sobrou no fundo, depois de deduzidos os créditos sorteados. Quando uma oferta vence, o lance é abatido do saldo devedor do consórcio, reduzindo a quantidade ou o valor das parcelas.  

Em um consórcio podem existir diferentes tipos de lances, sendo os principais os que veremos a seguir.

Lance livre

Esse é um dos tipos de lances mais comuns nos consórcios, no qual o consorciado pode ofertar o valor que quiser, a partir do mínimo estipulado na carta de crédito. Se houver empate, a administradora define o vencedor de acordo com as regras do contrato de adesão do consórcio.

Lance fixo

Como o nome indica, o lance fixo corresponde a um valor já determinado pela administradora, que representa um percentual da carta de crédito.

Por exemplo, se em um consórcio imobiliário o valor da carta de crédito for de R$ 400 mil e o lance fixo for de 25%, será contemplado o participante que der o lance de R$ 100 mil. Prevendo que mais de um consorciado possa oferecer esse valor, a administradora pode estabelecer que o critério de desempate seja, por exemplo, um sorteio restrito somente aos que participaram do lance fixo.

Lance embutido

O lance embutido é quando se utiliza uma parte da carta de crédito para fazer a oferta. Vamos usar como exemplo um consórcio de imóvel, com carta de crédito no valor de R$ 100 mil. Digamos que um consorciado queira dar um lance de R$ 30 mil, mas não tem o dinheiro em mãos para isso. Nesse caso, ele pode deduzir os R$ 30 mil da carta de crédito, e receber a diferença (R$ 70 mil) na contemplação.   

Quem determina o percentual sujeito a lance embutido é a administradora, o qual pode variar de acordo com cada grupo, sendo de 20% a 30%.  

Nos consórcios de imóveis, pode-se utilizar o saldo do FGTS para dar um lance, seja para completar o valor da carta de crédito ou para liquidar o total da dívida. Nesse sentido, as regras para a utilização do fundo são as mesmas definidas pela Caixa Econômica Federal.  

Como funciona a contemplação de um consórcio?

A contemplação marca o recebimento da carta de crédito. Quando isso acontece, é hora de conhecer todas asa opções disponíveis para a aquisição do bem.

Por exemplo, em um consórcio de imóvel, é possível escolher o tipo (casa, apartamento, terreno, sítio, e assim por diante), ou um mais caro do que o calor da carta e completar a diferença. Ou ainda um mais barato, e utilizar o excedente do crédito para pagar as parcelas que ainda faltam. Nesse caso, a administradora reduz o prazo do saldo devedor, pois as parcelas são antecipadas de trás para frente.

Essa flexibilidade vale também para veículos, pois dá para escolher um modelo diferente do previsto na carta de crédito, de acordo com as regras da administradora.

Escolhido o bem, o próximo passo é a administradora liberar os recursos. Para isso, é comum as administradoras solicitarem alguma garantia, principalmente quando a renda comprovada não cobre o saldo devedor. Depois, é preciso apresentar documentos do contemplado (seja ele pessoa física ou jurídica) e do bem (documentos que atestem a regularidade do imóvel, do carro, da moto, etc).

No link abaixo, você pode conferir detalhadamente todo o processo de contemplação do consórcio:

 Fui contemplado no consórcio: o que fazer agora?

Quais os custos de um consórcio?

Os consórcios possuem uma taxa de administração, que, como o nome diz, serve para remunerar o trabalho da administradora, e varia de acordo com cada caso. Essa taxa é calculada sobre o valor do objeto do consórcio, dividida pelo prazo de duração do grupo e cobrada junto com as parcelas.   

A conta é bastante simples: Imagine que o preço do bem é R$ 50.000, a taxa de administração é de 18% e o prazo do consórcio é de 60 meses. Para encontrar o valor da taxa, basta multiplicar R$ 50.000 por 18%, e chegaremos a R$ 9.000. Com isso, sabemos que o custo deste consórcio é de R$ 59.000,00, logo, dividiremos esse valor por 60 meses e teremos uma parcela de R$ 983,33.

Se houver previsão no contrato, o consórcio também poderá cobrar valores destinados a um fundo de reserva e seguro. O fundo de reserva serve para cobrir eventual inadimplência ou insuficiência de recursos do fundo comum, despesas bancárias, contemplação por sorteio, entre outras situações. Se, no final do consórcio, esse fundo tiver saldo, ele será dividido entre todos os participantes, assim que o grupo for encerrado.  

Por fim, há casos em que se exige também seguro nos consórcios para cobrir determinadas eventualidades. Alguns exemplos são inadimplência por parte de quem perde o emprego, seguro prestamista no caso de morte do consorciado ou mesmo possíveis fraudes no grupo.

O consórcio sofre reajustes?

Sim. Tanto a carta de crédito quanto as parcelas do consórcio sofrem reajustes, de acordo com o índice estabelecido no contrato. No caso de veículos, a correção é feita com base na tabela do fabricante e também segue o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Já no caso de imóveis, o índice que corrige anualmente as parcelas é o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção).  

Esse reajuste é necessário para que o consorciado não perca o poder de compra quando o preço do bem sobe. Lembrando que não há atualização retroativa para as parcelas já pagas, ou seja, somente os valores a pagar é que serão reajustados quando necessário.

Vantagens de fazer um consórcio

Uma das principais vantagens do consórcio é a acessibilidade, pois não é exigido um valor mínimo inicial (o equivalente à entrada de um financiamento, por exemplo). Isso faz com que ele não pese no bolso de quem ainda está formando suas reservas financeiras.

Outro ponto positivo é a burocracia bem menor, pois não existe análise de crédito inicial no consórcio. A exigência das administradoras é de que, no momento da contemplação, o consorciado não tenha restrições em seu nome. Isso lhe dá tempo para regularizar eventuais pendências enquanto está no grupo e pagando as parcelas.

E mesmo quem não está pensando em adquirir algo, pode utilizar o consórcio como alternativa de investimento. A Modalidade de Contemplação Acelerada (MCA) oferece taxas atrativas para quem está em busca de diversificação da carteira de longo prazo.

Desvantagens de fazer um consórcio

Por outro lado, o consórcio pode não ser a melhor alternativa para quem tem urgência na posse do bem. Com sorte, é possível ser contemplado já nos primeiros sorteios, ou dar um lance e receber a carta de crédito. Mas o normal é contar com vários meses (ou alguns anos de espera) até a contemplação, para que não se criem frustações.

Lembrando que, como vimos anteriormente, existem diferentes formas de se antecipar os lances. Logo, essa desvantagem passa a não ser tão relevante no contexto da operação.

Converse com um especialista

E então? Convencido sobre as vantagens do consórcio? Se você tem dúvidas, ou se deseja mais informações a respeito, saiba que a Terra Investimentos possui uma equipe de especialistas na área que pode lhe ajudar a encontrar o plano de consórcio mais adequado aos seus objetivos.

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