Corretora de câmbio, banco ou fintech: o que é melhor?

Tempo de leitura: 4 minutos

Imagem mostra transações financeiras em uma corretora de câmbio
Imagem mostra transações financeiras em uma corretora de câmbio

Uma dúvida muito comum entre importadores e exportadores ocorre justamente no fechamento do câmbio. Afinal, será que é melhor utilizar uma corretora de câmbio, um banco ou uma fintech para poder pagar ou receber recursos do exterior?

Sobre o assunto, conversamos com Roberta Folgueral, head de Câmbio da Terra Investimentos. Para entender as diferenças entre corretora, banco e fintech e saber quando uma ou outra instituição pode ser mais vantajosa, continue a leitura a seguir! Mas antes, para acompanhar mais informações sobre câmbio, investimentos e mercado financeiro em geral, clique no link abaixo e faça parte do nosso grupo no WhatsApp!

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O que é melhor: corretora de câmbio, banco ou fintech?

Para responder a essa pergunta, é preciso entender o que faz exatamente cada uma dessas instituições. Acompanhe:

Fintech

Uma das primeiras coisas a saber é que nem toda fintech é um banco digital. Nesse sentido, essas empresas podem atuar em áreas específicas do mercado financeiro, como serviços de pagamentos e negociação de dívidas, por exemplo.

No entanto, nem todas oferecem serviços como movimentação de conta corrente, extratos bancários e outros que caracterizam um banco. Para que possa oferecer esses serviços, as fintech precisam estar conectadas a um banco, ou a uma corretora se for o caso de fechar câmbio.

“O cliente precisa entender que uma fintech é um software, um aplicativo que traz agilidade nas transações, mas tudo isso tem um custo. Para que ela possa dizer com precisão a qual taxa irá comercializar a moeda sete dias por semana durante 24 horas, aplicará um spread que traga segurança para sua operação”, explica a head de Câmbio da Terra.

Em relação às fintechs, outro ponto destacado por Roberta é o Valor Efetivo Total (VET) das operações de câmbio. Além da taxa de câmbio, o VET inclui tributos e tarifas que incidem sobre a operação.

Segundo Roberta, para quem atua no comércio exterior, um spread médio saudável não pode passar de 1%, pois as margens são muito apertadas.

“Acima disso, é como se o cliente tivesse feito todo o dever de casa para reduzir custos no processo de importação (cotou o melhor despachante, viu o agente de carga com a melhor condição, discutiu taxas de origem ou locais…) e daí, na hora do câmbio, ele topa fechar a 3%. Isso pode comprometer totalmente o resultado da operação, ainda mais se o valor for baixo e o item for de menor valor agregado”, afirma.

Outro ponto a avaliar em relação às fintechs é a capacidade que o cliente tem de autogerir a sua operação. Veremos isso com mais detalhes a seguir.

Banco

Normalmente, as empresas que utilizam bancos para fechar câmbio são as que precisam de produtos específicos e previsibilidade quanto à taxa.

Nesse sentido, Roberta observa que os “bancões” ofertarão taxas mais competitivas quando estiverem envolvidos produtos como hedge, derivativos e travas, por exemplo. “Nesse caso, é comum que uma empresa com altíssimos volumes negociados na mesa de câmbio queira ter mais certeza sobre as taxas que serão aplicadas para uma entrega futura. Daí, faz todo sentido operar com um banco”, diz.

Mas, se o cliente é um pequeno importador ou exportador e não têm uma reciprocidade expressiva no banco, dificilmente terá acesso à mesa de câmbio. Dessa forma, precisará fechar as operações via aplicativo. E isso acaba sendo um problema para o cliente que precisa de assessoria, tanto nos bancos quanto nas fintechs.

“Quando o cliente utiliza o aplicativo para fechar câmbio, ele está em um formato de self service total. Mas para que possa chegar a esse estágio, ele precisa saber analisar documentos, fazer classificações de mercadorias e observar diversos aspectos técnicos e legais que, se estiverem incorretos, podem acarretar multas que variam de 50% a 300% da operação”, alerta Roberta.

Tudo isso deve ser avaliado na hora de decidir com que tipo de instituição é mais vantajoso fechar o câmbio. Se houver necessidades específicas e um bom conhecimento que permita autonomia nas operações, os bancos podem ser uma boa opção. Caso contrário, é mais vantajoso utilizar uma corretora de câmbio, conforme veremos agora.

Corretora de câmbio

Sobre as corretoras de câmbio, Roberta observa um mito antigo que ainda persiste no mercado e que precisa ser derrubado: o de que o cliente “paga para a corretora e para o banco”.

Nesse sentido, a head explica que, antigamente, o câmbio tinha uma corretagem tabelada pelo Banco Central. Ou seja, a instituição determinava faixas e definia os respectivos percentuais de corretagem nas faixas. Porém, as corretoras pediram mais autonomia ao BC e foram atendidas. Dessa forma, puderam operar no mercado como se fossem bancos.

“Quando isso aconteceu, acabou com a história de pagar para a corretora e para o banco. Isso não existe mais há muitos anos, pois hoje as corretoras possuem custo regulatório, custo de observância, compliance e tudo mais que é exigido de um banco para operar no comércio exterior. Dessa forma, podem competir igualmente com os bancos em condições de preços”, afirma Roberta.

À primeira vista, pode ser que alguns clientes não compreendam a necessidade e importância de todo esse processo. Sobre isso, Roberta explica que cada vez mais o comércio exterior está adotando práticas de compliance no trade, como conheça seu fornecedor (KYP), seu empregado (KYE), seu cliente (KYC), e assim por diante.

“Essas práticas que, até então, eram só do mercado financeiro, também precisam começar a impactar quem opera no comércio exterior. Até porque existem programas internacionais, dos quais o Brasil é signatário. Um dele é OEA (Operador Econômico Autorizado), no qual a Receita Federal certifica que o importador ou exportador está to comply. Assim, ele recebe uma série de benefícios, como não ter conferência manual no desembaraço da carga, poder fazer o desembaraço sobre água, entre outras. Mas para o pequeno chegar nesse ponto, ele tem que desde já escolher bem com quem está trabalhando”, alerta a head da Terra.

Acompanhamento do mercado

Quem opera no comércio exterior entende perfeitamente a importância de fechar o câmbio nos melhores momentos do mercado. Para isso, ou o cliente faz o acompanhamento sozinho pelo aplicativo, ou ele pode contar com a assessoria de uma corretora de câmbio.

Nos bancos, a mesa de câmbio faz esse acompanhamento normalmente para os grandes clientes. Já as corretoras de câmbio oferecem esse serviço a todos, independentemente do tamanho da operação.

“O que é prioridade para você? Uma tecnologia à disposição? Quanto estou disposto a pagar por isso? Tenho condições de lidar sozinho com todos os aspectos formais e legais do câmbio? Para decidir entre uma corretora de câmbio, banco ou fintech, primeiro você precisa fazer uma análise da sua operação e decidir o que faz sentido para o seu negócio”, conclui Roberta.

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