Dólar comercial e dólar turismo: você sabe qual a diferença?

Tempo de leitura: 4 minutos

Qual a diferença entre dólar comercial e dólar turismo?
Qual a diferença entre dólar comercial e dólar turismo?

Talvez você já tenha passado pela seguinte situação: quanto estava planejando uma viagem ao exterior, viu na televisão a cotação do dólar. Porém, ao chegar na agência de turismo para fechar o pacote, tomou um susto ao ver a diferença de preço entre dólar comercial e dólar turismo. E o pior: para viajar, o dólar que você utiliza é o mais caro – o turismo.

Embora ambas as cotações influenciem tanto a economia quanto o seu dia a dia, cada uma delas se aplica a diferentes situações. E é sobre isso que falaremos neste conteúdo. Portanto, para entender a diferença entre dólar comercial e dólar turismo, continue a leitura a seguir!

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Afinal, por que existe dólar comercial e dólar turismo?

Quando falamos em dólar comercial, estamos nos referindo à moeda utilizada nas transações comerciais entre economias do mundo inteiro. Por exemplo, se uma empresa brasileira exporta seus produtos ou decide comprar um equipamento importado, utilizará o dólar comercial para realizar essas operações.

Nesse caso, as operações são realizadas por meio de transferências de recursos, e somente por empresas e/ou instituições financeiras. Ou seja, não há uma circulação física de dinheiro.

Já o dólar turismo é a moeda física que você encontra nas casas de câmbio. Esse dólar é o que serve como referência para o preço da passagem aérea e do hotel que você reserva, e para os gastos que você tem lá fora. Em outras palavras, se você chega em uma casa de câmbio para comprar dólares, não pagará o preço do dólar comercial, mas sim do turismo.

E por que essas cotações são diferentes?

Uma das variáveis que interfere na cotação do dólar são os volumes negociados nas transações. Nesse sentido, o dólar comercial movimenta altos recursos, pois quem o utiliza são empresas e instituições financeiras.

Por sua vez, as transações com o dólar turismo registram menores movimentações, pois quem o utiliza são pessoas físicas. Logo, essas transações não têm o mesmo porte do que as realizadas entre empresas, governos e instituições financeiras. Isso faz com que os custos administrativos no caso do dólar turismo fiquem menos diluídos, o que encarece a sua cotação.

Além dos custos administrativos, há gastos com transporte, logística e segurança da moeda física. Isso também é computado na formação do preço. Lembrando que o dólar turismo sofre mais oscilações por causa da demanda, que é bem menor face ao comercial.

Por fim, é preciso lembrar também que as instituições financeiras têm sua margem de lucro nas transações de câmbio. Nesse sentido, há diferenças entre a taxa de câmbio e a margem de lucro praticada por cada uma delas. Outro fator que impacta na cotação é a cobrança do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), cuja alíquota depende do tipo de transação:

– moeda em espécie: IOF de 1,1% sobre o montante total adquirido;

– cartão de crédito: IOF de 6,38% sobre o valor de cada compra;

– cartão pré-pago: IOF de 6,38% sobre cada carga feita.

– transferências internacionais: IOF de 1,1% para transferência de mesma titularidade e de ,038% quando forem titularidades diferentes.

E o que mais influencia na cotação do dólar?

Além dos fatores acima, existem outros que influenciam diretamente a cotação do dólar, independentemente da categoria.

Situação da balança comercial

Em outras palavras, balança comercial se refere às exportações e importações do país. Quando o Brasil exporta mais bens do que importa, entram mais dólares na nossa economia. Nesse caso, o maior volume de dólares circulando tende a fazer com que o preço da moeda caia. Por outro lado, se gastamos mais dólares do que recebemos, isso aumenta a escassez da moeda. Dessa forma, a sua cotação tende a subir.

Gastos no exterior

Outro aspecto que mexe com a oferta e demanda do dólar são os gastos no exterior. Imagine que muitos brasileiros estejam dispostos a viajar para fora em um determinado período. Nessa situação, a demanda por dólar turismo aumenta, o que força o seu preço para cima.

Agora pense na situação contrária. Ou seja, o Brasil está sendo procurado por muitos turistas estrangeiros. Para custear as despesas por aqui, esses turistas trocam os seus dólares por reais. Isso faz com que aumente o volume da moeda estrangeira no país, reduzindo a sua cotação.

Movimento da taxa de juros

A taxa de juros é um dos instrumentos mais importantes do governo para o controle da inflação. Mas ela também influencia as cotações do dólar comercial e dólar turismo.

Em muitas situações, o aumento dos juros é um grande atrativo para recursos internacionais. Ou seja, taxas mais altas motivam os investidores a trazer dólares para receber melhores rendimentos. É claro que isso não ocorre isoladamente, pois há outros fatores que tornam um país atrativo ou não para receber capital estrangeiro. Mas, sem dúvida, juros altos estão entre os principais.

É importante saber que a situação contrária também mexe com o câmbio do país. Nesse sentido, o aumento de juros em países mais desenvolvidos acaba provocando uma fuga de recursos de economias emergentes, principalmente em épocas de instabilidades econômicas. Com receio dos mercados mais frágeis, investidores acabam optando por economias mais sólidas, ainda mais quando essas oferecem juros mais atrativos.

Vale a pena comprar dólar para investir?

Se você já foi a uma instituição financeira para comprar dólares, certamente percebeu que há diferença entre os preços de compra e venda do dólar turismo. Nesse sentido, o preço de venda (o que você paga pela moeda) é sempre maior do que o de compra.

E essa diferença não se aplica somente ao dólar. Independentemente da moeda, essa relação será a mesma, e tem a ver com os custos que vimos anteriormente.

Para negociar uma moeda estrangeira, a instituição tem gastos com a compra, estrutura, armazenamento, segurança, e assim por diante. Ou seja, há investimentos para que essas transações possam ser feitas. Logo, o foco de uma corretora ou casa de câmbio é a venda da moeda, e não a compra de pessoas físicas.

É claro que você pode dar a sorte de comprar dólar turismo ou outra moeda e, quando for vender, ela ter se valorizado bastante. No entanto, o ideal é não contar com isso como um investimento. Além disso, há também o risco desnecessário de você guardar dinheiro físico.

Logo, para quem quer dolarizar o patrimônio, há alternativas muito mais práticas e seguras. E você não precisa necessariamente abrir uma conta lá fora para fazer isso. Na bolsa de valores, há opções interessantes de BDRs e ETFs para quem quer investir em ativos internacionais.

Leia também:

BDRs: invista em empresas estrangeiras sem abrir conta no exterior (terrainvestimentos.com.br)

ETFs: o que são e como investir nesses fundos? (terrainvestimentos.com.br)

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