O Itaú (ITUB4) reportou lucro líquido gerencial de R$ 8,74 bilhões no 2° trimestre de 2023 (2T23), alta de 13,9% na comparação com o mesmo período do ano passado. A cifra veio acima das projeções de analistas ouvidos pela Bloomberg, que esperavam lucro líquido de R$ 8,69 bilhões para o período.
No semestre, o indicador bateu R$ 17,17 bilhões, 14,2% acima do lucro auferido no 1S22. Segundo o banco, a margem financeira com clientes impulsionou o resultado do trimestre, devido ao crescimento da carteira associado à gradual mudança do mix para créditos com melhores spreads. O Itaú também destaca a evolução das receitas com seguros, que cresceram 4% no comparativo anual.
O 2T23 registrou aumento de 23% na Provisão para Devedores Duvidosos (PDD), que totalizou R$ 9,60 bilhões frente a R$ 7,81 no mesmo período de 2022. Segundo o banco, essa alta se deve principalmente ao provisionamento dos negócios de atacado no Brasil. Ao final de junho, a PDD era de R$ 18,52 bilhões, valor 27,8% acima do primeiro semestre de 2022, nesse caso devido a créditos sem garantias e aumento de descontos concedidos no segmento, crescimento esse compensado pela maior recuperação de créditos baixados como prejuízo.
O índice de inadimplência acima de 90 dias (NPL 90) aumentou 10 pontos base na comparação com o trimestre anterior, fechando em 3%. A alta tem relação com a carteira de micro, pequenas e médias empresas no Brasil, pois os segmentos de pessoas físicas e grandes empresas permanecem estáveis, de acordo com o banco.
Já o índice de inadimplência entre 15 e 90 dias (NPL 15-90) manteve a estabilidade no 2T23, em 2,5%, com destaque para a redução no segmento de pessoas físicas e sem grandes oscilações no indicador de micro, pequenas e médias empresas no Brasil. Por outro lado, a inadimplência em pessoas físicas e jurídicas no Chile puxou para cima o indicador na América Latina, que chegou a 2,5% contra 2% na comparação anual.
Do início de abril ao final de junho, o Itaú fechou 106 agências físicas e PABs em todo o Brasil. De acordo com o banco, o enxugamento da estrutura é parte da readaptação a comportamento e necessidades dos clientes, “levando sempre em consideração a disponibilização de pontos físicos e canais digitais, de acordo com a demanda e seguindo a estratégia digital”, explica. Isso fez com que o índice de eficiência ficasse em 37,7% no Brasil e em 39,6% no consolidado.
As receitas com prestação de serviços caíram 1,3% na comparação trimestre a trimestre, fechando o 2T23 em R$ 10,36 bilhões. Por outro lado, o indicador evoluiu 2,2% no semestre, atingindo R$ 20,70 bilhões.
“Houve aumento do faturamento de adquirência em cartões, parcialmente compensado por menores receitas de emissão. Além disso, as receitas com bancos de investimento cresceram por maiores volumes no período e houve alta do resultado de seguros por aumento de prêmios ganhos”, disse o Itaú.
Ao final de junho de 2023, a carteira de crédito do Itaú somava R$ 1,15 trilhão, um crescimento de 6,2% em comparação com o mesmo período de 2022. A alta do período foi impulsionada pelo segmento de pessoa física no Brasil (+8,9%), principalmente no crédito pessoal, imobiliário e consignado.
Revisão de projeções
O Itaú ajustou sua projeção de receita de prestação de serviços e seguros para 2023. Os novos números contemplam expectativa de crescimento entre 5% e 7% respectivamente para ambas, contra os anteriores 7,5% e 10%.
Já as projeções de crédito permaneceram inalteradas, de acordo com o resumo abaixo: