A Itaúsa (ITSA4), controladora do Itaú Unibanco, reportou lucro líquido recorrente de R$ 3,36 bilhões no 4° trimestre de 2022, queda de 18,7% em comparação ao mesmo período de 2021. No acumulado do ano, o resultado positivo ficou em % noT R$ 13,72 bilhões, 13,7% superior ao lucro líquido auferido no ano anterior. Segundo a Itausa, o aumento do lucro deve-se principalmente ao melhor resultado do Itaú Unibanco e da NTS e ao ganho de capital com as alienações de ações da XP Inc. realizadas durante o ano.
Em relação à rentabilidade, a ITSA4 teve um retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) recorrente de 18,7% no 4T22, o que representa uma queda de 7,3 pontos percentuais (p.p.) em relação ao 4° trimestre de 2021. Já no acumulado anual, o indicador mostrou estabilidade, fechando em 20% ao final de 2022.
- Resultados dos bancos: quem se saiu melhor no 3° trimestre?
- B3 (B3SA3): aumento de despesas ocasionou queda de 6,3% no lucro recorrente do 4T22
- Itaú (ITUB4): lucro de R$ 7,67 bilhões no 4T22, abaixo das expectativas do mercado
Ao final de 2022, o patrimônio líquido da ITSA4 era de R$ 72,79 bilhões, valor 10,5% superior ao de dezembro de 2021. Na mesma data, a capitalização de mercado (sem considerar as ações em tesouraria) era de R$ 82,55 bilhões contra R$ 78,78 bilhões no final de 2021, alta de 4,8%.
No 4T22, o resultado recorrente das empresas investidas totalizou R$ 2,97 bilhões, valor 16% inferior ao do mesmo período do ano anterior. Embora o resultado do Itaú Unibanco (principal participação) tenha crescido 4% no comparativo entre os dois trimestres, o indicador foi negativamente impactado pela queda do resultado do setor não financeiro. No acumulado de 2022, o resultado recorrente das investidas somou R$ 12,71 bilhões, alta de 8% na comparação com 2021.
“O Itaú Unibanco apresentou crescimento expressivo da carteira de crédito, o que resultou em uma melhor margem com clientes, além de maiores spreads e melhora no mix de receitas. Essas foram parcialmente compensadas por menor margem com mercado, aumento da inadimplência e por maior despesa com perdas esperadas em operações de crédito”, declarou a Itaúsa na divulgação dos resultados do 4T22.
As despesas financeiras líquidas somaram R$ 202 milhões no 4T22, ante R$ 101 milhões no último trimestre de 2021. No acumulado de 2022, o resultado financeiro foi negativo em R$ 618 milhões, volume R$ 409 milhões maior do que as despesas financeiras líquidas de 2021. Segundo a Itausa, o crescimento da rubrica deve-se principalmente ao aumento dos juros no período e ao maior endividamento bruto, em decorrência da 5ª emissão de debêntures, que aconteceu em agosto de 2022 para financiar a aquisição de participação na CCR.
“Em agosto de 2022, foi efetivada a 5ª emissão de debêntures não conversíveis em ações da Itausa, no montante de R$ 3,5 bilhões, com prazo de 3 anos e custo de CDI + 1,12% a.a., que foram utilizados, majoritariamente, para aquisição de participação acionária na CCR. Parte desse recurso também foi utilizada para reforço de caixa e pagamento de custos e despesas relacionados às atividades da holding”, diz a ITSA4.
Ao final de 2022, o saldo de caixa da Itausa era de R$ 2,64 bilhões.
Remuneração aos acionistas
A Itaúsa informou que pagará o total bruto de R$ 5,6 bilhões aos investidores que permaneceram como acionistas durante todo o ano de 2022. O valor representa R$ 0,58798 por ação, o que, dividido pela cotação da ação preferencial em 29.12.2022, resultou em um dividend yield de 6,9%.
Em 20 de março deste ano, o conselho de administração da holding declarou juros sobre o capital próprio (JCP) no valor de R$ 750 milhões (R$ 637 milhões líquidos) ou R$ 0,0773 por ação (R$ 0,065705 líquido por ação), com base na posição acionária ao final do dia 23.03.2023, a serem pagos até 31.08.2023.