Exterior assumiu o papel de protagonista na última semana e apoiou a valorização do índice brasileiro, ao passo que as indefinições sobre a estabilidade fiscal e economia se mantém em âmbito nacional. A PEC da transição foi protocolada sem alteração no texto-base, sugerindo que o novo governo buscará negociar o valor e prazo proposto no plenário do Congresso. Sinais mais claros de desaceleração da atividade econômica nos Estados Unidos forçou uma mensagem clara do presidente da autoridade monetária do país de que o ritmo de alta dos juros será moderado. O fim de semana antecedente à última semana foi marcado pelos protestos na China, que pela primeira vez em anos, têm como alvo o Partido Comunista e seu líder, diante da insistência pela política de covid zero.
Cenário Brasileiro
Sem um consenso antecipado, a equipe de transição do novo governo protocolou a PEC da Transição com os mesmos termos estipulados logo no início das discussões. As negociações agora serão feitas diretamente no plenário do Congresso. O mercado espera que a proposta seja revista para um valor e prazo menores, tendo em vista o impacto na estabilidade fiscal. Os técnicos do novo governo, por sua vez, usam a revisão do crescimento nos últimos dois anos, realizada pela IBGE na última semana, para pleitear um valor maior, considerando a proporção dos com gastos com o PIB. Sobre o PIB do último trimestre, o Brasil segue crescendo, impulsionado pelo setor de serviços, apesar dos primeiros sinais de desaceleração.
Cenário Internacional
Dados divulgados na última semana indicaram uma forte retração da atividade econômica americana. No mesmo dia, o presidente do FED, Jerome Powell, reconheceu que o país já apresenta sinais de desaceleração e deixou uma mensagem explícita de que a autoridade monetária deve reduzir a velocidade do aumento dos juros, a fim de diminuir os impactos desse na economia. Entretanto, reiterou o compromisso da instituição em levar a inflação de volta a meta, e que as taxas terminariam o ciclo em nível mais alto. Milhares de pessoas foram às ruas na China, demonstrar o descontentamento com a política de covid zero, as críticas foram direcionadas ao Partido Comunista e ao presidente Xi Jinping, algo incomum em manifestações no país. As primeiras flexibilizações já foram concretizadas, mas a política deve resistir por mais alguns meses.
Na Carteira Semanal Top 5 não realizamos nenhuma alteração nessa semana.
Em 12 Meses, a Carteira apresenta uma valorização de 27,73% ante o Ibovespa com alta de 10,07%.
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Confira o que foi Manchete na semana
Internacional
– Presidente do FED, Jerome Powell, disse em pronunciamento que momento de moderar alta de juros pode chegar em dezembro, considerando os impactos dos juros na economia americana. Entretanto, assegurou que os juros devem seguir aumentando para garantir que estejam em níveis restritivos, provavelmente, num patamar maior do que projetado no primeiro momento.
– PMI dos EUA caiu de 45,2 em outubro para 37,2 em novembro, segundo divulgação do ISM. O resultado contrariou as projeções de alta para 47,0.
– Índice PCE sobe 0,3% em outubro ante setembro, enquanto o núcleo avançou 0,2% contra projeção de 0,3%. O indicador é a régua principal do FED para observar movimentos inflacionários.
– EUA criam 263 mil empregos em novembro, acima do projetado de 200 mil. A taxa de desemprego veio em linha com o esperado, mantendo-se em 3,7%.
– Índice PCE sobe 0,3% em outubro ante setembro, enquanto o núcleo avançou 0,2% contra projeção de 0,3%. O indicador é a régua principal do FED para observar movimentos inflacionários.
Nacional
– PIB cresceu 0,4% no terceiro trimestre em relação ao segundo trimestre. Na comparação com o terceiro trimestre de 2021, o PIB apresentou alta de 3,6% no período.
– Presidente da Câmara, Arthur Lira, teria alertado Lula que a PEC não será aprovada com o prazo de quatro anos. Lira acredita que, após as negociações no Congresso, a PEC será aprovada com vigência de dois anos e os gastos estipulados fora do teto menor.
– PEC da Transição foi protocolada com previsão de R$ 175 bilhões fora do teto e R$ 243 bilhões de receitas extraordinárias para investimentos, por um prazo de quatro anos. A expectativa do mercado é que esse valor e prazo sejam revistos nas negociações com o Congresso.
– IBGE revisou o desempenho econômico do Brasil nos últimos dois anos. Em 2020, a retração no PIB passou de 3,9% para 3,3%, enquanto em 2021, a expansão foi de 5,0% em vez de 4,6%. A partir da correção, o Barclays estima a dívida bruta em 74,3% do PIB, o menor nível desde 2017.
– Equipe de transição do novo governo usará revisão do PIB dos últimos anos para basear as negociações da PEC no Congresso e pedir R$ 148 bilhões em gastos extrateto, tendo em vista que o valor não representaria expansão dos gastos em relação ao PIB.