O que explica o dólar caindo, e como investir nesse momento?

Tempo de leitura: 3 minutos

Imagem mostra moedas e cédulas - dólar caindo
Imagem mostra moedas e cédulas - dólar caindo

Quem acompanha a economia e o mercado financeiro percebe o dólar caindo já há algum tempo, tendo inclusive atingido cotações mínimas que não víamos nos últimos anos. Inclusive, o Goldman Sachs reduziu sua projeção para a moeda recentemente, para o patamar de R$ 4,40 no final de 2023. Segundo o banco, isso se deve à expectativa de melhora da economia brasileira e à melhora na perspectiva de mudança do rating (nota de risco) do Brasil anunciada pela S&P Global.

Tudo isso impulsionou o mercado de capitais brasileiro, a ponto de outra instituição financeira internacional divulgar prognósticos favoráveis. Dessa vez, foi o JPMorgan que se mostrou otimista com o Ibovespa, ao declarar à Bloomberg que acredita que a bolsa brasileira tem espaço para crescer 13% até o final deste ano.

Em momentos como este, é comum termos dúvidas se a boa fase se sustentará ao longo do tempo, e o que fazer com os investimentos frente às novas perspectivas. Se esse também é o seu caso, continue a leitura e saiba mais a respeito.

Afinal, por que o dólar está caindo?

Um dos aspectos que impacta diretamente na queda do dólar é o recuo da inflação nos últimos tempos. No mês de maio, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) fechou em 0,23%, o menor valor desde setembro de 2022. Além disso, as projeções para o índice vêm caindo sucessivamente nos últimos Boletins Focus, que estimavam inflação de 5,80% para 2023 há pouco mais de um mês. Hoje, essa projeção está em torno de 5,40%.

Outro fator que contribui para o dólar mais baixo é o avanço do PIB, que cresceu 1,9% no primeiro trimestre de 2023 na comparação com período anterior e 4% no comparativo anual. Segundo o IBGE, a alta do indicador foi puxada pelos setores agropecuário e de serviços. De acordo com o primeiro Boletim Focus de julho, a projeção de crescimento do PIB para este ano está em 2,19%. Por outro lado, a expectativa para o dólar permaneceu constante desde o último relatório, cotado a R$ 5,00 para o final do ano.

Além disso, o Brasil tem atualmente a maior taxa de juros real do mundo (juros nominais descontados da inflação). O patamar elevado dos juros acaba atraindo mais capital estrangeiro, o que força para baixo a cotação da moeda, valorizando o nosso câmbio.

Já no cenário internacional, o Fed (banco central norte-americano) manteve inalterados os juros, depois de 10 altas consecutivas das taxas. Embora a autoridade monetária tenha sinalizado com a possibilidade de novas altas, o mercado acredita que o aperto monetário tenha chegado ao fim por lá. Isso porque o próprio Fed declarou preocupação com possíveis danos que juros altos por muito tempo possam trazer à atividade econômica.

Quando os juros caem em economias mais fortes, isso favorece a entrada de recursos de fora em países como o Brasil, o que também contribui para manter o dólar em queda.

E como investir com o dólar caindo?

Em momentos de queda do dólar, o investidor pode aproveitar a desvalorização para diversificar a sua carteira em ativos internacionais. Aqui no blog, já falamos sobre algumas alternativas que não exigem a abertura de conta no exterior, como:

Fundos cambiais

Para ser considerado cambial, o fundo precisa investir, no mínimo, 80% de seu patrimônio em ativos relacionados a moedas estrangeiras. Normalmente, as moedas de referência mais frequentes desse investimento são o dólar e o euro. Mas também podemos encontrar fundos cambiais que investem em cestas de moedas, com participação de iene, yuan, e libra, por exemplo.

Embora os fundos cambiais estejam vinculados a moedas estrangeiras, elas somente serão a referência do investimento. Isso significa que as aplicações são em reais, e o investimento segue as regras brasileiras em relação à tributação.

ETFs (Exchange Traded Funds)

Já os ETFs são investimentos que têm como propósito replicar determinado índice ou ativo financeiro do mercado. Na bolsa brasileira, existem diversos ETFs, sendo que alguns deles são vinculados a importantes índices internacionais, como o S&P 500 e os MSCI, por exemplo.

BDRs (Brazilian Depositary Receipts)

Os BDRs são títulos negociados na bolsa brasileira que representam ações de empresas estrangeiras. Nesse sentido, eles oscilam de acordo com a moeda internacional, mas se submetem às regras do mercado de capitais brasileiro e são negociados em reais.

Atualmente,  há mais de 800 BDRs listados na B3, que vão desde gigantes mundiais até companhias de mercados emergentes de diversos setores da economia. Logo, para quem deseja diversificação internacional com ativos mais específicos, esses títulos são uma boa alternativa. Inclusive, há os BDRs de ETFs, que podem proporcionar ainda mais diversificação à carteira.

E se o dólar subir?

Como vimos, a queda do dólar pode ser um bom momento para aumentar a diversificação da carteira. Mas isso não significa que tenhamos que esperar a moeda desvalorizar para investir em ativos internacionais.

Se o investidor tem uma boa tolerância ao risco, para suportar as oscilações da moeda, pode (e deve) fazer isso a qualquer tempo. Isso porque a diversificação internacional equilibra o risco do patrimônio, uma vez que não ficamos mais totalmente expostos às turbulências do cenário doméstico.

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