Em comparação a outras modalidades, o seguro de vida resgatável ainda é pouco conhecido e utilizado no Brasil. No entanto, tem ganhado mais adeptos com o passar do tempo, por ser uma ferramenta flexível de planejamento financeiro.
Esse tipo de seguro de vida possui algumas diferenças em relação às apólices tradicionais, que podem ser vantajosas para os usuários, inclusive na sucessão patrimonial. Neste conteúdo, mostraremos como funciona e em que contexto vale a pena contratar um seguro de vida resgatável. Para conhecer melhor o produto, continue a leitura e entenda se ele faz sentido para a sua realidade!
O que é o seguro de vida resgatável?
O seguro resgatável é um tipo de seguro de vida que oferece a possibilidade de resgate do prêmio (valor pago pelo cliente à seguradora), mesmo que não tenha ocorrido a morte do titular da apólice.
Este seguro possui um prazo determinado de contribuição, que pode ser de 10, 20 ou 30 anos, por exemplo. Ao final do período de pagamento, o contratante pode escolher se deseja ter um seguro de vida vitalício ou se irá resgatar o valor pago. O montante acumulado ao longo dos anos é corrigido de acordo com o que estiver disposto no contrato.
Como funciona o seguro de vida resgatável?
Para entender o diferencial deste seguro, vamos antes falar sobre o funcionamento do seguro de vida tradicional.
No formato mais conhecido, o segurado para o prêmio normalmente em parcelas mensais, e a apólice é renovada anualmente. Na prática, o seguro de vida tradicional funciona como um aluguel que deve ser pago para sempre, pois no momento em que os pagamentos cessam, perde-se a cobertura contratada.
Já no seguro resgatável, existe um prazo para o término dos pagamentos, que é definido no momento da contratação. A partir de dois anos, o segurado pode resgatar os valores pagos, porém estes são bem baixos nos primeiros anos. Quanto mais tempo a cobertura ficar ativa, maior será o montante a resgatar.
Se o contratante resolver não resgatar e vier a falecer antes do final dos pagamentos, os seus beneficiários receberão o valor segurado.
Em ambos os tipos de seguro de vida, o capital segurado é definido no momento da contratação, e normalmente é corrigido pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). No caso do resgatável, parte do prêmio fica investido a uma taxa prefixada, para assegurar a rentabilidade.
Prêmio nivelado
O prêmio nivelado é outro ponto importante que diferencia o seguro resgatável da modalidade tradicional.
No seguro tradicional, o prêmio é recalculado com o passar do tempo, pois leva em consideração a idade e o estado de saúde do contratante ao longo do tempo. Isso significa que pessoas mais velhas e/ou que venham a ter problemas de saúde pagarão mais caro pelo seguro com o passar dos anos.
Já no seguro de vida resgatável, o valor do prêmio considera a idade e saúde do segurado somente no momento da contratação. Dessa forma, a seguradora “congela” o risco, e as contribuições não sofrem alterações, sendo corrigidas somente em função da inflação.
Para dar essa estabilidade em relação aos valores das parcelas, o seguro resgatável é mais caro para o segurado. Em contrapartida, ele é um produto unilateral, ou seja, exceto em caso de fraude, somente o contratante pode desistir dele, ao contrário do tradicional, que pode ser recusado pela seguradora na renovação.
Quando vale a pena fazer um seguro de vida resgatável?
Uma das situações nas quais o seguro resgatável pode ser interessante é no planejamento sucessório.
Como ele é um seguro vitalício, o contratante define o valor que deseja deixar para a família no futuro. Por exemplo, digamos que ele estime que o inventário de seu patrimônio custe R$ 300 mil. Para custear as despesas da partilha de bens, ele pode contratar um seguro vitalício neste valor e começar a pagar antecipadamente.
Mesmo que outros investimentos ofereçam melhor remuneração, a vantagem do seguro de vida no planejamento sucessório é que ele não passa por inventário. Logo, se o segurado vier a falecer, os seus herdeiros não precisarão esperar o encerramento do processo para ter acesso aos recursos.
Outra situação é quando se deseja manter possibilidades financeiras em aberto, principalmente no caso de pessoas mais jovens. Para quem está começando a investir e ainda não tem bem certo o seu plano de vida (se vai ou não constituir família, se terá ou não dependentes, etc..) o seguro resgatável é uma forma de contemplar diferentes situações futuras. Ou seja, ele pode tanto dar suporte financeiro à família depois da morte do segurado quanto ser resgatado pelo mesmo e utilizado em algum investimento.
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Como escolher um seguro de vida resgatável?
Um dos pontos que devem ser avaliados é o prazo de pagamento do seguro, que pode levar algumas décadas. Caso o contratante opte por cancelar a apólice e fazer o resgatar, poderá perder boa parte do valor pago e incorrer em multas em alguns casos.
Em entrevista ao Estadão, Sandro Alves, head de Seguro e Previdência da Terra Investimentos, explica que as regras mudam de acordo com cada seguradora, banco ou corretora que oferece o produto. E também há tributação no momento do resgate.
“O lucro que foi gerado passará por uma tributação de % no resgate, mas é somente em cima desse valor, pois houve o aporte em uma operação financeira. O restante do capital fica a salvo do imposto”, disse ao portal.
Outro aspecto importante são as coberturas oferecidas, que também podem variar conforme a seguradora.
A Terra Investimentos conta com uma equipe especializada, que pode lhe ajudar a fazer a melhor escolha, de acordo com o seu contexto e planejamento financeiro. Entre em contato, e conheça melhor os nossos serviços!