A Cielo (CIEL3) abriu a temporada de balanços do quarto trimestre de 2022 com lucro líquido recorrente de R$ 490 milhões, valor 63% acima do registrado no mesmo período período do ano anterior. Já o resultado acumulado do ano atingiu R$ 1,48 bilhão, uma alta de 78% em relação ao fechamento de 2021.
A companhia divulgou os números logo após o fechamento do mercado dessa quinta (26). Segundo O relatório, “o resultado recorrente segue trajetória de recuperação, sustentado por melhorias no resultado operacional da Cielo Brasil e Caetano”.
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Destaques da Cielo (CIEL3) do 4T22
Eventos não recorrentes
A Cielo (CIEL3) reportou dois eventos não recorrentes no 4T22, registrados como outras despesas operacionais:
- – a descontinuação do equipamento LIO V2, o que impactou negativamente o resultado em R$ 30,2 milhões valor já líquido de efeitos fiscais e
- – o earn-out na venda da MerchantE, cuja parcela era de US$ 25 milhões, o que impactou contabilmente o resultado de outras controladas.
EBITDA
No 4T22, o EBITDA recorrente da Cielo foi de R$ 1,04 bilhão, aumento de 34,7% em relação ao igual período do ano anterior. Por sua vez, a margem EBITDA fechou em 39,7%, o que representa um crescimento de 6,9 pontos percentuais no comparativo anual. Segundo a companhia, o crescimento das receitas e o maior controle dos gastos da Cielo Brasil e Caetano impulsionaram esse resultado, que se refletiu no maior lucro líquido do período.
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Volume capturado
O volume capturado – uma importante métrica para empresas do segmento da Cielo – totalizou R$ 231 bilhões no 4T22. O valor é um recorde na história da empresa, e corresponde a um crescimento de 11% em relação ao mesmo período de 2021. No acumulado do ano, a cifra atingiu R$ 872 bilhões, um aumento de 22% na comparação com o acumulado do ano anterior.
Produtos de prazo
Os produtos de prazo oferecem antecipação dos recebíveis de transações, sejam elas de crédito à vista ou parcelado. No 4T22, esses produtos bateram novo recorde histórico da Cielo, alcançando R$30,2 bilhões em volume antecipado, o que representa um crescimento de 25% no comparativo anual. Entre esses produtos, destaca-se a linha de aquisição de recebíveis, cuja receita aumentou 140% em relação ao último trimestre de 2021.
Liquidez e endividamento
No final de 2022, o total de caixa e equivalentes da Cielo era de R$ 2,16 milhões, valor abaixo dos R$ 3,769 milhões em relação a 31 de dezembro de 2021. Segundo a empresa, a redução da conta deve-se ao aumento de recursos alocados em produtos de prazo.
Quanto ao endividamento, o total de empréstimos no final do ano passado era de R$ 6,64 bilhões, cifra R$ 348 milhões maior no comparativo anual. De acordo com o relatório, O aumento da rubrica deve-se principalmente à 6ª emissão de debêntures públicas, e foi parcialmente mitigado pela liquidação de bonds relativos à aquisição da MerchantE.
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