Último dos grandes bancos a divulgar os resultados do 1° trimestre de 2023 (1T23), o Banco do Brasil (BBAS3) reportou lucro líquido ajustado de R$ 8,55 bilhões no período. O indicador veio 4,9% abaixo do trimestre imediatamente anterior, mas superou em 29% o lucro do mesmo trimestre de 2022, fechando em linha com o consenso de mercado. Analistas ouvidos pela Bloomberg projetavam lucro de R$ 8,47 bilhões para o período.
Segundo o banco, a melhora do resultado na comparação anual se deve ao crescimento da margem financeira bruta, das receitas de prestação de serviços e do resultado de participações em controladas, itens que foram parcialmente afetados pelo aumento das provisões de janeiro a março de 2023.
- Itaú (ITUB4) lucra R$ 8,43 bilhões no 1T23, alta de 14,6% no período
- Bradesco (BBDC4): lucro do 1T23 cai 37% e inadimplência dispara
- Santander (SANB11): lucro cai 47% no 1° trimestre de 2023
- B3 (B3SA3) lucra R$ 1,21 bilhão no 1T23, acima das expectativas
O BBAS3 encerrou o 1T23 com margem financeira bruta de R$ 21,16 bilhões, o que representa uma queda de 1,4% frente ao 4T22 e um crescimento de 38% em comparação a igual trimestre do ano passado. Em relação ao último trimestre, a pequena retração do indicador deve-se, principalmente, ao menor resultado de tesouraria (-7,8%) e ao aumento da despesa financeira de captação comercial (+3,1%), itens parcialmente compensados pela maior receita financeira de operações de crédito (+4,6%).
Já na comparação com 1T22, o crescimento da margem foi motivado, em especial, pela maior receita de operações de crédito (+35,1%) e maior resultado de tesouraria (+72,1%). Ambos os fatores foram impulsionados por maiores volumes e taxas no período.
Em que pese a boa performance do período, a PDD ampliada do Banco do Brasil chamou atenção no 1T23, que fechou em R$ 5,85 bilhões, mais do que o dobro de igual período de 2022. No relatório de resultados, o banco explicou a alta da PDD por imparidade, referente a um cliente do Large Corporate (setor agro) em recuperação judicial que mudou seu perfil de dívida.
“Esta operação impactou os componentes da despesa de PCLD Ampliada. Houve a liquidação de operação de crédito bancário, concomitante à emissão de debêntures com reconhecimento imediato de perda por imparidade em 100% do valor de face do título emitido, com impacto neutro na PCLD Ampliada”, disse o BB.
As receitas de prestação de serviços alcançaram R$ 8,13 bilhões no 1T23, alta de 8,1% na comparação ano a ano. Contribuíram para a evolução do indicador o aumento das receitas com comissões de seguros, previdência e capitalização (+10,7%), rendas de cartões (+20,4%), e administração de fundos (+4,9%).
No 1T23, o índice de eficiência (despesas administrativas / receitas operacionais) atingiu 29%, praticamente em linha com o último trimestre de 2022 e 5,3 pontos percentuais (p.p.) na comparação com o 1T22.
Ao final de março de 2023, a carteira de crédito ampliada do BB era de R$ 1,03 trilhão, crescimento de 16,4% em 12 meses, com desempenho positivo em todos os segmentos:
- – Carteira PF: +11,7%, no total, influenciada pelo crédito consignado (+9,6%), não consignado (+9,3%) e financiamento de veículos (+126,8%)
- – Carteira PJ: +12,7% no total, com destaque para recebíveis +(24,8%), capital de giro (+10,7%) e desembolso de R$ 2,5 bilhões de Pronamp.
- Carteira Agro: +26,7% no total, com ênfase para as operações de custeio (+45,6%) e investimento (+49,8%).
BBAS3: projeções para 2023
Junto com os resultados, o banco também divulgou as suas projeções para o ano x realizado no 1T23:
Números 1T23 | Projeções para 2023 | |
Carteira de crédito (%) | 17,9 | 8,0 a 12,0 |
Margem financeira bruta (%) | 38,0 | 17,0 a 21,0 |
PDD ampliada (R$ bilhões) | -5,9 | -23,0 a -19,0 |
Receitas de prestação de serviços (%) | 8,1 | 7,0 a 11,0 |
Despesas administrativas (%) | 6,1 | 7,0 a 11,0 |
Lucro líquido ajustado (R$ bilhões) | 8,5 | 33,0 a 37,0 |
Quanto à carteira de crédito, o banco destaca o desempenho positivo de todo o portfólio, em especial do crédito rural. Já a margem financeira bruta foi influenciada pelos bons resultados do crédito e tesouraria. Por fim, as despesas administrativas deverão ficar dentro do previsto quando se intensificarem os investimentos em TI nos próximos tempos.