A Ambev (ABEV3) reportou lucro líquido de R$ 4,0 bilhões no 3° trimestre de 2023 (3T23), um crescimento de 25% em relação ao mesmo período do ano passado. No relatório de resultados, divulgado na manhã desta terça-feira (31), a companhia informou que o crescimento do EBITDA ajustado e a queda das despesas financeiras (em especial, os menores custos de hedge no Brasil e na Argentina) foram os principais responsáveis pela melhora do resultado do período.
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A receita líquida consolidada recuou 1,3% no 3T23, fechando em R$ 20,31 bilhões. No acumulado dos últimos 9 meses, o indicador totalizou R$ 59,74 bilhões contra R$ 57,01 bilhões de janeiro a setembro de 2022, alta de 4,8%.
No Brasil, a receita líquida somou R$ 11,35 bilhões, um crescimento de 5,5% na comparação anual, com volume praticamente estável (-0,1%). No acumulado de janeiro a setembro, as vendas brasileiras totalizaram R$ 32,77 bilhões, cifra 9,9% acima de 2022.
“O momentum do Brasil continuou no trimestre, liderado por Cerveja Brasil, onde nossos esforços contínuos em torno de premiunização, inovação e plataformas digitais (B2B e DTC) continuaram a gerar resultados. Nossas marcas de cerveja premium e super premium – lideradas por Corona, Spaten, Stella Artois e Original – cresceram acima de 10%, superando a indústria, com ganhos de participação de mercado e melhor saúde de marca”, declarou a Ambev.
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Nas operações internacionais, o destaque foi América Central e Caribe (CAC), cuja receita líquida totalizou R$ 2,46 bilhões no 3T23, alta de 11,3% na base anual e crescimento orgânico de 13,6%. O desempenho da região (em especial, República Dominicana) ajudou a compensar a queda da receita da América Latina Sul (-13,5%) e Canadá (-16,3%) no período. Na América Latina Sul, pressões inflacionárias têm exercido forte impacto sobre a demanda dos consumidores. Já no Canadá, o problema é a indústria fraca, segundo a Ambev.
De janeiro a setembro de 2023, o EBITDA ajustado foi de R$ 6,58 bilhões, alta de 17,6% frente ao 3T22. Já a margem EBITDA ficou em 32,4% no último trimestre, 5,2 pontos percentuais (p.p.) na comparação anual. A companhia atribui a melhora do indicador aos preços mais favoráveis de commodities (em especial, alumínio) nos custos de produção.
O fluxo de caixa das atividades operacionais foi de R$ 7,92 bilhões no 3T23 contra R$ 6,10 bilhões no mesmo período de 2022, alta de 29,7%. Segundo a Ambev, o indicador foi positivamente impactado pelo crescimento do EBITDA ajustado e pelo melhor desempenho do capital de giro.
Por fim, a companhia apresentou melhora também no indicador de despesas administrativas e de vendas (SG&A), que recuou 8,9% no 3T23 e fechou em R$ 5,65 bilhões, e nas despesas financeiras líquidas, que somaram R$ 837,9 milhões no período contra R$ 1,25 bilhão no 3T23, queda de 33%.