7 dicas para criar uma cultura de investimentos na família

Tempo de leitura: 4 minutos

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Não há dúvidas sobre a importância de se formar reservas financeiras, seja para emergências, para planos de médio ou longo prazo, ou mesmo para ter alguma segurança financeira na aposentadoria. O que acontece é que, normalmente, o primeiro passo acaba sendo o mais difícil, que é criar uma cultura de investimentos dentro de casa.

Por que é difícil criar uma cultura de investimentos?

Muitas vezes, esse obstáculo não é só financeiro, como explica o professor de Finanças André Massaro. Simplesmente porque, segundo ele, guardar dinheiro não é algo que o ser humano faz naturalmente, pois investir significa abrir mão de algo no curto prazo para obter um “possível” retorno no futuro. Ou seja, precisamos sacrificar gastos que nos satisfazem imediatamente para contar com um resultado no longo prazo que não sabemos se iremos usufruir ou não.

“Ao longo da evolução, o ser humano foi moldado para priorizar as recompensas de curto prazo. Isso é algo que herdamos dos primórdios, pois nossos ancestrais nunca sabiam quando teriam a próxima refeição. Como a expectativa de vida era curta, essa estratégia evolutiva foi bem sucedida, mas não serve mais para os dias de hoje”, analisa Massaro.

Não é preciso nem retroceder tanto para que se entenda a importância de investir, e cada vez mais cedo. Com a maior expectativa de vida, a seguridade pública não terá capacidade de amparar todas as pessoas que estão envelhecendo – o que, de fato, já acontece.

No caso de países como o Brasil, há também o agravante do passado econômico que, durante décadas, forjou o comportamento das famílias. Os mais jovens não sentiram no bolso os efeitos da hiperinflação dos anos 80 até meados dos 90. Mas quem viveu naquela época, certamente ainda lembra da aventura que era ir ao supermercado para comprar tudo o que se podia antes que o dinheiro desvalorizasse.

Com preços que subiam, literalmente, da noite para o dia, era mais negócio fazer estoques em casa do que investir. Essa visão de curtíssimo prazo dificultou bastante o planejamento financeiro da população brasileira.

O que fazer para criar uma cultura de investimentos?

Como diz Massaro, “aquele homenzinho paleolítico que vive na nossa cabeça ainda não entendeu que é preciso fazer sacrifícios para colher frutos no futuro”. Tendo consciência disso, separamos sete dicas que podem ajudar a criar uma cultura de investimentos de forma natural e sustentável, as quais veremos a seguir.

1 – Fale abertamente sobre dinheiro em casa

Em muitas famílias, falar sobre dinheiro ainda é um tabu. No entanto, para que investir seja uma coisa normal, é preciso trazer todos para o círculo de decisões financeiras, mesmo que como ouvintes, como no caso das crianças.

“Mesmo que os filhos sejam pequenos, é interessante que eles ao menos tenham uma impressão de participação, ainda que como observadores”, avalia Massaro. Isso ajuda a desenvolver a ideia de planejamento financeiro, e a estabelecer uma espécie de “responsabilidade fiscal familiar”, pois não adianta pensar em cultura de investimento se, dentro de casa, tem quem gaste de forma inconsequente.

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2 – Estabeleça objetivos e prazos para alcançá-los

Quando não estabelecemos objetivos para o dinheiro, fica mais difícil abrir mão das necessidades de consumo que criamos. Por outro lado, quando a família define metas e prazos para alcançá-las – seja no curto, médio ou longo prazo – todos ao redor se sentem mais engajados no planejamento.

3 – Mostre os efeitos dos juros compostos

Outra dica que costuma motivar quem começa a investir é mostrar como os juros compostos atuam sobre o capital ao longo do tempo.

No início, percebemos de forma mais lenta o efeito multiplicador dos juros compostos sobre o patrimônio. Isso faz com que muita gente comece a investir e acabe desistindo logo nos primeiros meses. Por outro lado, quem tem persistência para continuar investindo, percebe que, com o passar do tempo, o capital vai crescendo mais rapidamente. Fazer com que a família entenda essa dinâmica pode ajudar bastante a manter todos motivados e engajados no planejamento financeiro.

4 – Encontre conexão entre investimentos e interesses pessoais

Além de investir não ser algo natural do ser humano, o desafio se torna ainda mais difícil quando se tem filhos em idades diferentes. Nesse caso, encontrar conexões entre investimentos e interesses dos membro da família pode trazer bons resultados.

“Imagine um filho adolescente que não quer saber de dinheiro, mas gosta de tecnologia. Nesse contexto, você pode trazer o assunto investimento associado ao tema. Por exemplo, falar sobre as big techs americanas, como Microsoft, Apple e Nvidia, que são as mais valiosas das bolsas americanas”, observa Massaro.

Isso vale também para saúde, meio ambiente, entretenimento, moda, e qualquer outra área de interesse, pois tudo o que existe está representado no mercado financeiro.

5 – Associe finanças com acontecimentos do mundo

Seguindo a linha de associações, também podemos vincular o tema investimentos com eventos que acontecem no mundo. Essa é uma das formas que Massaro utiliza para motivar seus alunos a estudarem sobre o tema, pois tudo o que acontece no mundo passa pelo mercado financeiro, direta ou indiretamenta.

“A gente consegue ver eventos geopolíticos, discussões tecnológicas, mudanças culturais, guerras, tudo isso refletido no mercado financeiro. E, às vezes, o mercado até antecipa alguns deles. Se conseguirmos mostrar para a família de uma forma interessante que entender o mercado financeiro é uma maneira de entender o mundo, vai funcionar”, diz Massaro.

6 – Autonomia é muito importante

Para motivar e engajar ainda mais a família, também é interessante permitir e incentivar que experimentem investir por conta própria, mesmo que com pequenos valores.

Nesse sentido, Massaro sugere que cada um escolha uma ação, fundo de investimento ou algum ativo de renda fixa (com orientação dos mais experientes), ao menos para abrir as portas do mundo dos investimentos. Dessa forma, a família entende que investir também é tomar decisões.

“Deixar que outros tomem decisões por nós também é uma decisão. Quando ganhamos, o mérito é nosso; quando perdemos, a responsabilidade também é. Então, quanto mais cedo as gerações mais jovens aprenderem essa lição, menos problemas terão no futuro”, alerta o educador financeiro.

7 – Celebre as vitórias!

Por fim, não se pode esquecer de celebrar os ganhos nos investimentos, mostrando os efeitos dos juros na renda fixa, ou dos dividendos nas ações e fundos imobiliários, por exemplo. Para Massaro, comemorar essas pequenas vitórias faz com que a família entenda que ganhar dinheiro é algo natural e possível.

Se você está começando a investir, ou se já investe e está em busca de diversificação, confira os links abaixo:

Guia do Investimento (parte 1): como começar a investir?

Guia do Investimento (parte 2): como diversificar a carteira?

Vamos te ajudar a cuidar melhor do seu dinheiro!

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