Até que idade vale a pena fazer uma previdência privada?

Tempo de leitura: 4 minutos

Idade para fazer previdência privada
Idade para fazer previdência privada

Quando se pensa em previdência privada, o melhor é começar a investir o quanto antes, para aproveitar mais o efeito multiplicador dos juros compostos. Mas isso não significa que exista um limite de idade para investir em previdência, pois esse investimento possui vantagens que vão além da formação de reservas financeiras para o futuro.

Além de ser uma alternativa para diversificar a carteira, a previdência privada pode ser uma boa ferramenta de planejamento financeiro, principalmente para quem tem família e dependentes. E é sobre isso que falaremos a seguir.

Portanto, se você tem dúvidas sobre investir ou não em previdência privada, se acha que sua idade pode já não ser adequada para o produto, ou se simplesmente deseja conhecer melhor as vantagens desse investimento, acompanhe a leitura!

Afinal, tem limite de idade para investir em previdência privada?

Como falamos inicialmente, o ideal para qualquer tipo de planejamento financeiro é começar a formar o patrimônio o mais cedo possível. Mesmo no início da vida profissional, quando o salário normalmente é baixo, fazer aportes mensais em alguma aplicação ajuda a criar uma cultura de investimentos. Mais importante do que o valor que se pode investir é a disciplina de reservar todos os meses uma parte do salário.

Essa lógica vale também para a previdência privada, especialmente por ser um tipo de investimento característico de longo prazo. No entanto, quem começou a investir mais tarde (e essa é a realidade da maioria dos brasileiros) também pode contar com as vantagens de um plano de previdência. Dentre elas, destacamos duas: benefício fiscal e planejamento sucessório, conforme veremos a seguir.

Benefício fiscal na previdência privada

Quem tem uma previdência privada do tipo PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) pode abater do Imposto de Renda até 12% da renda bruta tributável do ano.

Imagine uma pessoa que tenha recebido rendimento total de R$ 300 mil no ano – aqui, entra salário, aposentadoria, receitas de aluguéis, e assim por diante. Pelas regras do IR, essa faixa de rendimentos está sujeita a uma alíquota de 27,5%.

Considere também que essa pessoa tenha um PGBL, e que a sua contribuição total tenha sido de R$ 15 mil no ano. Agora veja a comparação da tributação sobre os rendimentos com e sem o plano de previdência:

RendaAlíquota IRPGBL a deduzirBase tributávelValor do IRParcela a deduzir*IR a pagar
R$ 300.00027,5%R$ 15.000R$ 285.000R$ 78.375R$ 10.752R$ 67.623
R$ 300.00027,5%NÃO TEMR$ 300.000R$ 82.500R$ 10.752R$ 71.748
* Valor referente à tabela de IRFF 2024

No exemplo acima, as contribuições à previdência privada proporcionaram uma redução de R$ 4.125 na base de cálculo do ano. Na prática, o PGBL tem o efeito de postergar o pagamento do imposto, que será cobrado no resgate sobre o valor do principal acrescido dos juros.

Previdência privada no planejamento sucessório

Quem já constituiu família, ou planeja fazer isso em algum momento da vida, precisa pensar em como será a sucessão patrimonial. Por mais delicado que seja o assunto, é importante pensar em formas de amparar financeiramente os herdeiros no futuro.

Quem já passou por um inventário, sabe o quanto todo o processo pode custar caro. Além do custo certo do ITCMD (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação), há também honorários advocatícios e outras despesas, que podem ser maiores ou menores dependendo do tempo que levar para a conclusão da partilha.

Muitas vezes, esses gastos pegam as famílias desprevenidas, e é aí que a previdência privada pode ajudar no planejamento financeiro. Em regra, os valores investidos em previdência não entram no inventário. Isso significa que a família pode acessar rapidamente esses recursos para arcar com as despesas legais que se fizerem necessárias sem precisar esperar pela liberação da Justiça.

LEIA TAMBÉM: Previdência privada para os filhos: você já pensou nisso?

E como escolher uma previdência privada?

Em primeiro lugar, é importante saber que existem dois tipos de previdência privada disponíveis no mercado: o PGBL, que vimos inicialmente, e o VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre). Depois, é preciso conhecer aspectos como taxas, risco e forma de recebimento da renda. Acompanhe.

PGBL ou VGBL?

Como vimos, o PGBL permite a dedução das contribuições feitas no ano até o limite de 12% da renda bruta. Por isso, esse tipo de previdência privada é ideal para quem tem despesas dedutíveis (com dependentes, educação, saúde, entre outras) e faz a declaração completa do Imposto de Renda, pois consegue reduzir o tributo devido no ano.

Por outro lado, o VGBL é mais adequado para quem faz a declaração simplificada ou é isento do IR. Nessa modalidade, as contribuições não são deduzidas da base de cálculo, mas o imposto incide somente sobre os rendimentos, e não sobre todo o capital investido, como no caso do PGBL.

Taxas

Todos os fundos de previdência possuem uma taxa de administração, que serve para remunerar o trabalho do gestor. Essa taxa é fixa e representa um percentual do patrimônio total do fundo.

Além disso, alguns fundos de previdência também podem cobrar uma taxa de performance, que incide sobre o valor que excedeu o referencial do investimento. Por fim, existe ainda a possibilidade de cobrança de uma taxa de carregamento, que incide sobre as movimentações financeiras de entrada e saída no fundo.

Atualmente, poucas instituições cobram taxa de carregamento. Mas é importante verificar se ela está presente no momento da contratação da previdência, para avaliar o seu impacto no resultado do investimento.

Risco do fundo

É muito importante entender em que ativos o fundo de previdência investe, pois existem opções para todos os perfis de investidores, dos mais conservadores aos mais arrojados.

Todas as informações sobre o fundo de previdência constam no seu regulamento. Lá, é possível verificar também a estratégia do gestor, os custos, as condições de resgate e assim por diante.

Forma de recebimento da renda

Quem contrata um plano de previdência pode receber o investimento de volta de várias formas no futuro. Por exemplo, a renda pode ser vitalícia, reversível ao cônjuge ou ao beneficiário indicado, mensal, por prazo determinado, entre outras alternativas.

De acordo com as novas regras da previdência privada, não é mais preciso definir a forma de recebimento da renda no momento da contratação do plano. Mas é importante saber quais são as alternativas possíveis, pois isso ajuda no planejamento financeiro de longo prazo.

Vamos te ajudar a cuidar melhor do seu dinheiro!

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