VGBL: quando vale a pena esse tipo de previdência privada?

Tempo de leitura: 4 minutos

Imagem mostra família que fez um VGBL para os filhos
Imagem mostra família que fez um VGBL para os filhos

Aqui no blog, já falamos algumas vezes sobre a importância da previdência privada para formar as reservas financeiras que complementarão a renda após a aposentadoria. Ao lado do PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre), o VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) é um dos tipos de previdência privada que você pode encontrar no mercado.

Embora a lógica dos dois investimentos seja a mesma, cada um deles possui características próprias. E, dependendo de fatores como renda, dependentes e despesas dedutíveis do Imposto de Renda, um ou outro será mais adequado.

Neste conteúdo, mostraremos como funciona o VGBL, para quem ele é mais indicado e quais os cuidados que você deve ter ao escolher um plano de previdência privada. Continue a leitura a seguir e tire as suas dúvidas!

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O que é VGBL?

O Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) é um dos tipos de previdência privada aberta disponíveis no mercado. Diferentemente dos planos fechados, restritos a funcionários de uma empresa ou a uma classe profissional, a previdência aberta é acessível a qualquer pessoa. Você pode encontrar um plano de previdência privada em instituições como bancos, corretoras de seguros e corretoras de investimentos.

Ao contrário do PGBL, o VGBL visa atender investidores que fazem a declaração simplificada do Imposto de Renda ou são isentos do tributo. Isso porque ele não conta com o benefício fiscal do PGBL, que é a dedução das contribuições da base tributável até o limite de 12% da renda anual. Por outro lado, no VGBL, o Imposto de Renda incide somente sobre os rendimentos da aplicação, e não sobre o montante total (principal + juros) como acontece no PGBL.

Logo, para quem não possui despesas dedutíveis – como dependentes, gastos com saúde, educação, entre outros – o VGBL acaba sendo a melhor alternativa.

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Como funciona o VGBL?

Todo o investimento em previdência privada prevê duas fases distintas. A primeira fase é a da acumulação, que é quando fazemos os aportes mensais, de acordo com os valores e prazos definidos no momento da contratação do plano.

Durante o período de acumulação, a instituição financeira aplicará os recursos em fundos de investimento alinhados ao perfil do cliente. Lembrando que, quando você contrata um plano de previdência, a instituição deve lhe fornecer o regulamento da aplicação, a exemplo do que acontece com outros fundos de investimento.

Ao término do período de acumulação, começa a fase do usufruto, que é quando o investidor recebe todo o montante investido ao longo dos anos acrescido dos juros. Esse recebimento pode ser todo de uma vez, ou em parcelas mensais, exatamente como uma renda ao longo dos próximos anos.

No momento da contratação de um plano de previdência privada, você também pode escolher o tipo de renda que deseja receber. Isso é especialmente importante para quem tem dependentes e pensa em determinar beneficiários caso venha a falecer. Clique abaixo para saber mais detalhes:

Tipos de renda na previdência privada: como escolher o melhor?

Cuidados na hora de escolher um plano de previdência privada

Além do tipo de previdência privada (VGBL ou PGBL) e da forma de recebimento da renda, há outros fatores que você precisa avaliar com cuidado na hora de escolher o investimento. Veja a seguir quais são eles.

Forma de tributação

A tributação da previdência privada pode seguir a tabela progressiva ou a tabela regressiva do Imposto de Renda.

A tabela progressiva é a mesma aplicada aos salários. Ou seja, as alíquotas vão aumentando de acordo com a renda, de acordo com os valores atualmente em vigor (2023):

Renda mensalAlíquota do IRParcela a deduzir
Até R$ 2.112,00isento
De R$ 2.112,01 a R$ 2.826,657,5%R$ 158,40
De R$ 2.286,66 a R$ 3.751,0515%R$ 370,40
De R$ 3.751,06 a R$ 4.664,6822,5%R$ 651,73
Acima de R$ 4.664,6827,5%R$ 884,96

Suponha que você já esteja aposentado pelo INSS e recebendo a renda mensal do seu VGBL. Para fins de incidência do IR, é preciso considerar o somatório de toda a renda tributável (aposentadoria do INSS + VGBL mensal).

Por exemplo, se você receber R$ 3.000 do INSS por mês e R$ 3.000 do seu VGBL (rendimento total de R$ 6.000 por mês) você estará enquadrado na faixa mais alta de alíquota do IR, que é de 27,5%.

Já a tabela regressiva do IR não considera o valor da renda mensal, e sim o tempo da aplicação. Nesse sentido, o objetivo é incentivar o investidor a deixar os recursos aplicados por mais tempo.

Na tabela regressiva, existem seis faixas de alíquotas, que iniciam em 35% e vão reduzindo cinco pontos a cada dois anos, até chegar na alíquota mínima de 10%:

Prazo do investimentoAlíquota do IR
Até 2 anos35%
De 2 a 4 anos30%
De 4 a 6 anos25%
De 6 a 8 anos20%
De 8 a 10 anos15%
Acima de 10 anos10%

Perceba que, em comparação à tributação progressiva, a tabela regressiva só começa a ser vantajosa para resgates a partir de 4 anos do início da aplicação. Por isso, para optar por esse tipo de tributação, o ideal é ter certeza de que os recursos poderão ficar aplicados, no mínimo, por esse prazo. Caso contrário, se houver alguma dúvida quanto a precisar ou não do dinheiro antes, o melhor é optar pela tabela progressiva.

Além disso, dependendo da escolha, existem restrições quanto a uma eventual mudança de plano. Isso porque somente a tabela progressiva permite migração para tabela regressiva. O contrário (tabela regressiva para progressiva) não é permitido.

Risco do fundo

Nem todo plano de previdência é igual, pois existem alternativas para todos os perfis de investidores. Ou seja, você pode encontrar diversas opções, que vão desde fundos mais conservadores aos mais arrojados.

Por isso, é preciso entender o risco do fundo antes de contratar um plano de previdência, seja ele VGBL ou PGBL. Nesse sentido, é importante saber em que ativos o gestor investe, e essa informação, assim como outras igualmente relevantes, consta no regulamento do fundo.

Custos

Além do Imposto de Renda, os fundos de previdência privada possuem taxas que incidem sobre o valor aplicado. A taxa de administração é comum a todos os fundos de investimento, e, além disso, também pode haver a cobrança de taxa de performance e taxa de carregamento.

De acordo com cada instituição financeira, essas taxas apresentam variações. Como elas impactam no rendimento da aplicação, é importante conhecê-las na hora de optar por um ou outro plano.

Você já pensou em previdência privada para os filhos?

Normalmente, a gente lembra da previdência privada só para a aposentadoria. Mas ela pode ser uma excelente ferramenta de planejamento financeiro, inclusive para quem tem filhos, ou pensa em ter futuramente.

Que tal saber mais sobre isso? Confira o vídeo abaixo e entenda como esse investimento pode facilitar a sua programação financeira para o futuro!

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