Long Short, Long Biased e Long Only: qual a diferença entre as estratégias?

Tempo de leitura: 5 minutos

Imagem mostra investidor avaliando fundo long short
Imagem mostra investidor avaliando fundo long short

Além de ser uma forma acessível de diversificar a carteira, os fundos de investimento oferecem diferentes estratégias que levam em conta não só o perfil do investidor, mas também o momento do mercado. Neste conteúdo, falaremos sobre três estratégias específicas que podem ser adotadas por fundos de ações e multimercados: long only, long biased e long short. Para entender como funcionam e quando uma ou outra pode ser mais interessante para rentabilizar os investimentos, continue a leitura a seguir.

O que são Long Only, Long Biased e Long Short nos fundos de investimento?

Para que possamos compreender melhor cada estratégia, é importante antes conhecermos os termos utilizados quando nos referimos a elas. Acompanhe:

  • – Long: na linguagem do mercado, long significa “comprado”. Ou seja, é quando o investidor aposta na valorização do ativo.
  • – Short: por sua vez, short corresponde à estratégia ou ponta “vendida” de uma operação, e ela acontece quando se acredita que um ativo cairá de preço.
  • – Biased:biased remete a expressões como “enviesado”, “predisposto” ou “influenciado”, representando algo que segue uma determinação ou tendência.

Dito isso, vejamos agora cada uma das estratégias acima.

Long Only

Os fundos Long Only são os que operam totalmente comprados em determinado ativo ou, dependendo do regulamento, em derivativos também. Essa estratégia é adotada em momentos de alta do mercado, ou quando o gestor acredita na valorização de um determinado ativo ou grupo de ativos.

Pelas normas, os fundos de ações Long Only devem investir, ao menos, 67% do patrimônio em ações ou títulos que representem companhias, como cotas de fundos de ações, BDRs ou bônus e recibos de subscrição, por exemplo. Já os fundos multimercado que adotam a estratégia são totalmente livres para investir nos percentuais que desejarem em cada ativo ou derivativo.

A lógica dessa estratégia é bastante simples, pois ela investe nos ativos que, teoricamente, têm os maiores potenciais de valorização. Porém, para encontrá-los, o gestor deve realizar um trabalho minucioso, que envolve a análise de indicadores financeiros das empresas e variáveis macroeconômicas que permitam entender o momento do mercado.

Além disso, normalmente o gestor busca ativos que estejam descontados, ou que tenham potencial de valorização no médio e longo prazo. Para tanto, costuma utilizar técnicas como o value investing, justamente para encontrar ações abaixo do valor intrínseco e que tenha bons fundamentos. Dessa forma, consegue alavancar os resultados do investimento.

Long Biased

Como vimos, a expressão biased remete à predisposição ou tendência, e é justamente isso o que faz essa estratégia. Ou seja, os fundos Long Biased, operam predominantemente comprados, mas, ao contrário do Long Only, isso não é uma regra, e sim um viés.

Isso significa que, se determinado ativo apresentar tendência de queda, o gestor pode aproveitar essa oportunidade para ficar comprado nele e tentar lucrar com a sua desvalorização. Ou seja, a estratégia Long Biased é mais flexível na seleção de ativos para o fundo.

Um exemplo ajuda a entender a dinâmica dessa estratégia. Imagine que você, como investidor, costume acompanhar a performance de uma empresa e perceba que seus fundamentos estão se deteriorando. Ao analisar a evolução do preço das ações, percebe que eles já vêm caindo, e, pela sua análise, essa tendência deve persistir por algum tempo.

Para tentar lucrar com essa tendência, você pode procurar um investidor que tenha essa ação, alugá-la e imediatamente vendê-la. Depois de certo tempo, será preciso devolvê-la ao dono mas, caso suas projeções se confirmem e o título se desvalorize, você o comprará por um valor menor do que vendeu e, dessa forma, terá lucro com a diferença entre os preços de venda e de compra.

Basicamente essa é a lógica do aluguel de ações e fundos imobiliários, que ilustra bem o que é operar vendido. Nessa negociação, normalmente o dono do ativo (doador) é um investidor buy and hold , que pretende ficar com o título no longo prazo mas procura formas de rentabilizar a carteira quando o mercado está em baixa. Por outro lado, quem opera na ponta vendida (tomador) fica com o título somente no curto prazo, pois o objetivo é esperar que se desvalorize para poder recomprá-lo por um preço mais baixo.

E é esse movimento que faz o gestor de um fundo Long Biased: quando o mercado está em baixa, ele assume posições vendidas buscando potencializar o resultado.

Long Short

Por fim, no Long Short, o gestor mantem simultaneamente posições compradas (long) em alguns ativos e vendidas (short) em outros. Isso porque o objetivo da estratégia é fazer com que o fundo possa aproveitar de momentos de alta e de baixa do mercado ao mesmo tempo.

À primeira vista, pode parecer difícil diferenciar essa metodologia do Long Biased, pois ambas podem conter pontas compradas e vendidas. No entanto, quem utiliza o Long Short tem foco somente no resultado dos ativos que estão em cada ponta, e não no desempenho do mercado. Nesse caso, o que importa é que a posição comprada se valorize e a vendida se desvalorize, pois quanto maior a diferença entre esses resultados, maior também será o ganho do fundo.

Basicamente, quem adota o long & short utiliza um par de ativos e foca somente no resultado de ambos, não importando o desempenho do mercado. Em outras palavras, o long & short aposta na valorização da ponta comprada e na desvalorização da ponta vendida. Quanto maior for essa diferença, maior também será o ganho da operação.

Imagine um cenário de queda mais acentuada do dólar, o que beneficiaria empresas importadoras e não seria favorável para quem vende ao exterior. Nessa situação, o gestor de um fundo poderia fazer Long Short comprando ações de companhias importadoras e assumindo posições vendidas em exportadoras. Observe que o resultado do fundo dependerá basicamente da rentabilidade das duas pontas da operação, e não da performance do mercado de capitais como um todo. Teoricamente, quanto mais baixo estiver o dólar, mais favorecidas serão as companhias importadoras (ponta long) e pior será o desempenho de quem tem receitas na moeda estrangeira (ponta short).

Por outro lado, no Long Biased, o gestor opera predominantemente comprado e lança mão de posições vendidas somente quando fazem sentido para rentabilizar o patrimônio, em momentos específicos do mercado ou de determinados ativos. Nessa estratégia, o foco é apostar na valorização mas com espaço ara aproveitar eventuais janelas em operações short.

Como escolher um fundo para investir?

Conhecer as diferentes estratégias dos fundos de investimento é um importante passo para fazer a melhor escolha. Mas além disso, há outros aspectos que devem ser considerados, como taxas e forma de tributação (que impactam diretamente na rentabilidade), prazo do investimento, grau de risco, e assim por diante.

Nos links abaixo, você pode encontrar mais informações que lhe ajudarão a selecionar o melhor fundo, de acordo com o seu perfil e objetivos de investimento. Clique e confira!

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