Itaú (ITUB4) lucra R$ 8,43 bilhões no 1T23, alta de 14,6% no período

Tempo de leitura: 3 minutos

Imagem mostra fachada de agência do Itaú (ITUB4)
Imagem mostra fachada de agência do Itaú (ITUB4)

O Itaú (ITUB4) reportou lucro líquido gerencial de R$ 8,43 bilhões no 1° trimestre de 2023 (1T23). O número, que veio em linha com o consenso dos analistas ouvidos pela Bloomberg, representa alta de 14,6% na comparação com o mesmo período do ano passado e de 10% em relação ao trimestre imediatamente anterior.

Nos três primeiros meses do ano, a margem financeira com clientes alcançou R$ 24,04 bilhões, crescimento de 20% ante o 1T22. Segundo o banco, a alta do indicador deve-se ao maior volume de crédito, à melhora da margem com passivos e à reprecificação positiva do capital de giro, itens que compensaram os menores spreads de crédito.

Já na margem com o mercado (resultados de tesouraria), o resultado do banco foi de R$ 645 milhões, queda de 36% na comparação anual e de 13,8% ante o trimestre anterior. A alta da Selic é a responsável pela piora dessa linha, tanto no Itaú quanto em seus pares.

A rentabilidade, medida pelo retorno gerencial sobre o patrimônio líquido (ROE), fechou em 20,7% no 1T23, praticamente estável em relação ao mesmo período de 2022 e 1,4% ponto percentual (p.p.) acima do último trimestre. O lucro líquido por ação foi de R$ 0,84 no 1T23, contra R$ 0,75 em igual período de 2022 e R$ 0,78 no trimestre anterior.

O banco atribui a melhora do resultado principalmente ao crescimento da receita com prestação de serviços e seguros e da margem financeira com clientes.

“As receitas com prestação de serviços e seguros aumentaram 6,7% na comparação anual. Esse aumento ocorreu em função do maior faturamento na atividade de cartões, tanto em emissão quanto em adquirência, dos maiores ganhos com administração de recursos e pela evolução positiva do resultado com seguros. As despesas não decorrentes de juros cresceram 7,7%, enquanto o índice de eficiência recuou 2,0 p.p.”, informou o Itaú na divulgação dos resultados.

Essa melhora ajudou a compensar a alta de 28,7% na PDD (provisão para créditos de liquidação duvidosa), que saltou de R$ 6,9 bilhões no 1T22 para R$ 9 bilhões de janeiro a março deste ano. O aumento do risco foi puxado pelo varejo, que atende a pessoas físicas e empresas de pequeno porte.

Já na comparação com o trimestre anterior, observa-se recuo de 9,1% da PDD. Lembrando que, nos últimos três meses do ano passado, o Itaú provisionou todo o risco junto a Americanas, no valor de R$ 1,3 bilhão.

Inadimplência estável e carteira de crédito com pequeno crescimento

No 1t23, o índice de inadimplência acima de 90 dias permaneceu praticamente estável, em 2,9%. Já o índice de inadimplência entre 15 e 90 dias atingiu 2,5%, alta de 0,3 p.p. devido à sazonalidade do primeiro trimestre.

A carteira de crédito do Itaú alcançou R$ 1,15 trilhão, alta de apenas 1% em relação ao final de 2022. Segundo o Itaú, o crescimento mais moderado deve-se à política mais restritiva adotada pela gestão de riscos, devido ao atual cenário mais desafiador.

“A carteira para pessoas físicas no Brasil cresceu 0,9% no trimestre. No período, nossa carteira foi impactada pela
sazonalidade do primeiro trimestre, com impacto negativo na carteira de cartão de crédito, que recuou 3,5%, e positivo na carteira de crédito pessoal, que apresentou crescimento de 5,3%. A carteira de crédito imobiliário apresentou crescimento de 3,2% em função de nossa eficiência operacional e por demanda de nossos clientes. O crescimento desta carteira está em ritmo menor do que verificado nos trimestres anteriores por conta da taxa básica de juros”, informou o banco.

Projeções para 2023 se mantiveram inalteradas

Na divulgação dos resultados, o Itaú reiterou as seguintes projeções para 2023:

  • – Carteira de crédito total: + 6% a 9%
  • – Margem financeira com clientes: + 13,5% a 16,5%
  • – Margem financeira com o mercado: + R$ 2 bilhões a R$ 4 bilhões
  • – Receita com prestação de serviços e resultado de seguros: + 7,5% a 10,5%
  • – Índice de eficiência: abaixo de 40% no consolidado e abaixo de 38% no Brasil

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