No final desta segunda-feira (6), o Itaú (ITUB4) reportou lucro recorrente gerencial de R$ 9,04 bilhões no 3° trimestre de 2023 (3T23), alta de 12% em relação ao mesmo período do ano passado, resultado em linha com as projeções compiladas pela Bloomberg. No acumulado de janeiro a setembro, o lucro foi de R$ 26,21 bilhões, 13,4% na comparação anual.
Já o lucro líquido do 3T23, que desconsidera efeitos extraordinários, fechou em R$ 7,53 bilhões. O banco reconheceu integralmente o impacto negativo de R$ 1,21 bilhão referente à venda integral de sua operação na Argentina para o Banco Macro.
“Em agosto de 2023, celebramos um acordo para a venda da totalidade das ações do Banco Itaú Argentina. Em função dessa alienação, o balanço patrimonial consolidado do Itaú Unibanco da data-base de setembro de 2023 já não conta com os números do Banco Itaú Argentina, enquanto a demonstração de resultado do terceiro trimestre levou em conta somente o resultado do mês de julho de 2023”, informou o Itaú no relatório gerencial do 3T23.
A margem financeira com clientes somou R$ 25,56 bilhões no 3T23, alta de 9,3% em relação ao mesmo período de 2022 e de 2,5% ante o trimestre anterior. Segundo o Itaú, o crescimento se deve, principalmente, ao maior volume de crédito, maior margem de passivos e da melhora do resultado de operações estruturadas no atacado.
Por outro lado, a margem financeira com o mercado caiu 33,1% no trimestre, devido, principalmente, a ganhos menores do trading no Brasil e pela redução da margem na América Latina (efeito Itaú Argentina).
- Santander (SANB11): lucro cai 12,6% no 3T23 e vai a R$ 2,73 bi
- Embraer (EMBR3) lucra R$ 167 milhões no 3T23, alta de 34%
A PDD do banco no trimestre foi de R$ 9,21 bilhões, valor 11,3% acima do mesmo período do ano passado, mas 4,1% abaixo do trimestre imediatamente anterior.
A inadimplência acima de 90 dias manteve-se estável ante o trimestre passado, o que, segundo o Itaú, é fruto da gestão de riscos especialmente de pessoas físicas e grandes empresas. Já o índice de inadimplência entre 15 e 90 dias recuou em todos os segmentos, com destaque para pessoas físicas no Brasil (-20 pontos-base). Na América Latina, o índice também recuou, principalmente em pessoas jurídicas no Chile.
O índice de eficiência (IE) do 3T23 foi de 40%, queda de 1,1 ponto percentual em relação ao mesmo período de 2022. No acumulado de janeiro a setembro, o IE fechou em 39,8% contra 41,2% no ano passado. Nesse sentido, o banco informou que o crescimento de 3,3% das despesas não recorrentes de juros – que totalizaram R$ 14,74 bilhões no trimestre – sofreram os efeitos do reajuste de 4,58% nos salários a partir de setembro e da maior participação nos resultados.
Já o aumento de 6,9% dessas despesas no acumulado até setembro deve-se, principalmente, ao maior investimento em negócios e tecnologia, segundo o Itaú.
Ao final de setembro, a carteira de crédito do Itaú totalizava R$ 1,16 trilhão, alta de 1% ante o trimestre anterior e de 4,7% em comparação a 12 meses atrás. A carteira de pessoas físicas cresceu 6,2% no acumulado do ano, em virtude do aumento de crédito pessoal (+18,2%), crédito imobiliário (+12,1%) e financiamento de veículos (3,1%).
Já a carteira de pessoas jurídicas avançou 2,4% no trimestre e caiu 0,2% em 12 meses. Segundo o Itaú, merecem destaque nesse segmento movimentos que ocorreram no crédito imobiliário, crédito rural e repasses do BNDES.