Maior produtora de proteína animal do mundo, a JBS (JBSS3) reportou prejuízo líquido de R$ 263,6 milhões no 2° trimestre de 2023 (2T23), revertendo o lucro de R$ 3,95 bilhões auferido no mesmo período do ano passado. Já o EBITDA ajustado ficou em R$ 4,47 bilhões no trimestre, queda de 56,9% na comparação anual.
Segundo a companhia, a piora dos indicadores se deve a fatores como o aumento da oferta de aves no mercado global e margens mais apertadas no negócio de bovinos nos Estados Unidos.
“Para os próximos meses, observamos também um cenário de maior equilíbrio na oferta de aves, com potencial positivo nos preços do setor, e já estamos capturando em nossa estrutura de custos a queda dos preços do milho, condição que também beneficia o negócio de suínos”, declarou o CEO da JBS, Gilberto Tomazoni, na divulgação dos resultados trimestrais.
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A receita líquida também retraiu no 2T23, totalizando R$ 89,38 bilhões contra R$ 92,19 bilhões frente ao mesmo trimestre de 2022, queda de 3%. No período, o mercado interno foi responsável por cerca de 76% das vendas, e as exportações responderam por 26%.
Com exceção da JBS Beef (unidade que responde pela maior fatia das vendas), que faturou R$ 28,77 bilhões (alta de 6%), o faturamento recuou em todas as unidades de negócios da JBS em comparação ao 2T22. Na Pilgrim’s Pride, segunda maior receita do grupo, a receita líquida somou R$ 21,31 bilhões (-6,4%); Na Seara, R$ 10,31 bilhões (-3,5%); na JBS Brasil, R$ 13,98 bilhões (- 0,9%); na JBS USA Pork, R$ 8,79 bilhões (-15,3%); e na JBS Austrália, R$ 7,47 bilhões (-9,3%).
A despesa financeira líquida cresceu 20,9% no 2T23, atingindo R$ 1,31 bilhão. Ao final de junho de 2023, a dívida líquida da JBS era de R$ 80,25 bilhões, um aumento de 2,8% em 12 meses. A alavancagem financeira ficou em 3,87 vezes contra 1,64 vezes um ano antes, devido à redução do EBITDA no período.
“Mesmo com os desafios de mercado, investindo na expansão das nossas operações e distribuindo R$ 2,2 bilhões em dividendos, mantivemos a nossa dívida líquida em dólar estável em relação ao primeiro trimestre de 2023. Estamos preparados para atravessar com segurança o atual cenário, já que alongamos o prazo médio de nossas dívidas, ampliamos a liquidez e reduzimos o custo do nosso endividamento”, disse o CEO da JBS.