O Nubank (NUBR33) reportou lucro líquido de US$ 224,9 milhões no 2° trimestre de 2023 (2T23), resultado que reverteu o prejuízo de US$ 29,9 milhões auferido um ano antes. Por sua vez, o lucro líquido ajustado do período foi US$ 262,7 milhões, comparado a um resultado positivo de US$ 17 milhões no mesmo trimestre do ano passado.
De acordo com a instituição, a evolução do indicador se deve simultaneamente ao aumento da base de clientes e à maior utilização de produtos e serviços por parte dos clientes já ativos. Foram 4,6 novos clientes no 2T23 e 18,4 milhões na comparação anual, o que resulta em uma base atual de 83,7 milhões de clientes, um crescimento de 28% em 12 meses.
“No Brasil, o ritmo de adições líquidas mensais manteve-se em quase 1,5 milhões de clientes, estabelecendo o Nu como a quarta maior instituição financeira do país em número de clientes”, declarou a instituição na divulgação de resultados ocorrida na terça-feira (15) à noite.
- Banco do Brasil (BBAS3) lucra R$ 8,78 bilhões no 2T23
- Itaú (ITUB4) supera projeções e entrega lucro de R$ 8,7 bi no 2T23
- Bradesco (BBDC4): lucro cai 35% no 2T23 e fecha em R$ 4,5 bi
Expansão da receita e manutenção do custo por cliente
A receita líquida somou US$ 1,86 bilhão no 2T23, um crescimento de 61% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Segundo o Nubank, a evolução do indicador deve-se, basicamente, a três fatores: maior receita da carteira de crédito ao consumidor (expansão do crédito pessoal e cartões de crédito), modificação do mix de crédito (mais parcelas e aumento da originação de negócios) e aumento médio de 3,11% do CDI na comparação anual.
Segundo o relatório de resultados do 2T23, o número de clientes que utilizam a instituição como banco principal também cresceu. A ARPAC (receita média mensal sobre cliente ativo) foi de US$9,3 no 2T23, alta de 18% em relação ao 2T22. Essa base de clientes consumiu mais produtos financeiros e de maior rentabilidade, o que ocasionou o crescimento da receita total.
O custo médio mensal de servir por cliente ativo se manteve em US$ 0,8, em linha com o 2° trimestre de 2022 e abaixo do esperado (US$ 1).
Inadimplência segue conforme esperado
A inadimplência de 15 a 90 dias atingiu 4,3%, em linha com as expectativas, segundo o banco. Para mais de 90 dias, o indicador acusou aumento trimestral de 5,5% para 5,9%, devido ao efeito acumulado da inadimplência até 90 dias de períodos anteriores.
Já as renegociações de crédito se mantiveram em cerca de 9% da carteira no 2T23, sendo que, segundo o Nubank, quase metade desses créditos não estavam vencidos no momento da renegociação.
Margem financeira líquida e índice de eficiência
A margem financeira líquida (NIM, na sigla em inglês) do 2T23 foi de 18,3%, um avanço de 8,3 pontos percentuais na comparação ano a ano, o equivalente a uma receita líquida de juros de US$ 1 bilhão.
O índice de eficiência do Nubank alcançou 35,4%, ou 29,2% excluindo a remuneração baseada em ações, em comparação aos 58,2% registrados no mesmo trimestre de 2022.
Outras informações sobre os números do 2T23
O relatório de resultados aponta um Índice de Basiléia no Brasil de 20,2%, acima dos 10,5% mínimos exigidos.
Ao final de junho de 2023, o Nubank contabilizava um portfólio sujeito a ganho de juros de US$6,3 bilhões, enquanto os
depósitos totais eram aproximadamente três vezes maiores, atingindo US$18,0 bilhões. Dessa forma, o índice de
empréstimos/depósitos era de 35%.