PGBL: o plano de previdência que você pode abater do IR

Tempo de leitura: 5 minutos

Imagem mostra investidor aportando dinheiro em um PGBL
Imagem mostra investidor aportando dinheiro em um PGBL

Cada vez mais, os planos de previdência privada têm sido procurados por quem deseja manter o padrão de vida depois da aposentadoria. Entre as opções disponíveis no mercado, está o PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre), que possibilita ao investidor deduzir parte de suas contribuições da base de cálculo do Imposto de Renda.

Embora ofereça esse incentivo fiscal, é importante entender que o PGBL não é a melhor opção para todas as pessoas. Para explicar como funciona esse plano, quais as suas vantagens e em que contexto ele é adequado, preparamos este conteúdo. Portanto, se você está pensando em começar a formar as suas reservas para a aposentadoria, ou se já está fazendo isso mas tem dúvidas sobre o assunto, continue a leitura a seguir!

O que é o PGBL?

Ao lado do VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre), o PGBL é um dos tipos de previdência privada aberta comercializados no mercado. Aqui, cabe um parênteses para explicarmos qual a diferença entre previdência privada aberta e fechada.

A previdência privada fechada – também chamada de fundo de pensão – é restrita a um grupo específico de pessoas. Normalmente, esse grupo é formado por profissionais de alguma categoria ou por funcionários de uma empresa.

Uma das peculiaridades da previdência fechada é o beneficiário não poder sacar antecipadamente os recursos. Ou seja, ele só terá acesso ao dinheiro investido quando se aposentar ou for desligado da empresa.

Já a previdência privada aberta – que é a que nos interessa neste conteúdo – é a que os bancos, corretoras de seguros e corretoras de investimentos comercializam. Como o nome diz, esse investimento é aberto ao público em geral, não importando a profissão ou o empregador.

Em relação aos dois tipos de previdência privada aberta (PGBL e VGBL), a principal diferença está na forma de incidência do Imposto de Renda. É muito importante entender esse funcionamento, pois a correta escolha do plano impactará a rentabilidade do investimento, conforme veremos a seguir.

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Como funciona o PGBL?

O PGBL prevê aportes mensais, que formarão as reservas para o futuro. De forma geral, os planos de previdência privada são mais lembrados para a aposentadoria. No entanto, eles também podem ser uma excelente ferramenta de planejamento financeiro para outras finalidades, como pagar uma viagem ou os estudos dos filhos, por exemplo.

Tanto o PGBL quanto o VGBL possuem duas fases distintas: a fase de acumulação e a fase de usufruto. A fase de acumulação corresponde ao período em que são feitos os aportes mensais, de acordo com os valores e o tempo definidos no plano. Durante esse tempo, a instituição financeira fica responsável pelos recursos, que serão aplicados em fundos de investimentos em linha com o perfil de cada cliente.

Ao final da fase de acumulação, começa o usufruto propriamente dito, ou seja, o resgate dos recursos capitalizados pelos juros. É nesse momento que o investidor começa a receber a renda, conforme as condições que escolheu.

Por exemplo, é possível resgatar o investimento todo de uma vez, em parcelas mensais, determinar beneficiários, entre outras peculiaridades. Clique no link abaixo e entenda esse processo:

Tipos de renda na previdência privada: como escolher o melhor?

Para quem o PGBL é indicado?

O PGBL é a modalidade indicada para quem utiliza a declaração completa do Imposto de Renda. De forma geral, essas pessoas são as que estão em uma faixa mais alta de renda (no caso de vínculo empregatício) e que possuem despesas a deduzir, como dependentes, educação, gastos com saúde, e assim por diante.

No caso do PGBL, o valor que o investidor aportou no plano pode ser deduzido até o limite de 12% de sua renda bruta tributável.

Exemplo

Suponha que a renda bruta tributável de uma pessoa tenha sido R$ 200.000, e os seus aportes no PGBL nesse mesmo ano somaram R$ 30.000. Nesse caso, o contribuinte poderá deduzir da base de cálculo do IR o valor de R$ 24.000, correspondente a 12% dos seus rendimentos.

Agora veja a vantagem tributária que o PGBL proporcionou no ano:

Com PGBLSem PGBL
Renda tributável no anoR$ 200.000R$ 200.000
Contribuições dedutíveis no ano(R$ 24.000)
Base de cálculo do IRR$ 176.000R$ 200.000

Tributação do PGBL

Tanto no PGBL quando no VGBL, o Imposto de Renda incidirá somente no resgate do investimento. Porém, aqui está a grande diferença entre as duas modalidades: no caso do PGBL, o IR incidirá sobre todo o montante acumulado (principal + juros do período), ao passo que, no VGBL, a tributação alcança somente os rendimentos.

Voltemos ao exemplo anterior. Perceba que, do total de R$ 30.000 de PGBL investidos no ano, o contribuinte deduziu da base de cálculo do IR somente R$ 24.000 (12% de sua renda tributável). Nesse caso, teria sido mais vantajoso se ele tivesse investido os R$ 6.000 excedentes em um VGBL, para que somente os rendimentos desse plano fossem tributados.

Tabela progressiva e tabela regressiva na previdência privada: atenção!

Outro cuidado necessário na hora de escolher um plano de previdência privada é com o tipo de tributação, que pode seguir a tabela progressiva ou a tabela regressiva. Isso também impacta os rendimentos, como veremos a seguir.

Tabela progressiva

A tabela progressiva do IR na previdência é a mesma que se aplica aos salários. Ou seja, existe uma faixa de isenção e quatro faixas de tributação, e as alíquotas vão aumentando de acordo com a renda.

Atualmente, a tabela progressiva do IR em vigor é a seguinte:

RendaAlíquota do IRParcela a deduzir
Até R$ 2.112,00isento
De R$ 2.112,01 a R$ 2.826,657,5%R$ 158,40
De R$ 2.826,66 a R$ 3.751,0515%R$ 370,40
De R$ 3.751,06 a R$ 4.664,6822,5%R$ 651,73
A partir de R$ 4.664,6927,5%R$ 884,96

Imagine que você tenha investido durante anos em um PGBL e que esteja se aposentando. Na data de hoje, os seus rendimentos mensais (aposentadoria do INSS + PGBL) totalizam R$ 5.000. Nesse caso, a sua renda estaria enquadrada na última faixa de alíquota do IR, que é de 27,5%.

Tabela regressiva

Já na tabela regressiva, as alíquotas do IR iniciam em 35% e, a cada dois anos, reduzem cinco pontos percentuais, até chegar na faixa mínima de 10%:

Prazo da aplicaçãoAlíquota do IR
Até 2 anos35%
De 2 a 4 anos30%
De 4 a 6 anos25%
De 6 a 8 anos20%
De 8 a 10 anos15%
Acima de 10 anos10%

O objetivo da tabela regressiva do IR é justamente incentivar o investidor a deixar o dinheiro aplicado por mais tempo. Porém, ao escolher essa tributação, é importante ter certeza de que realmente não será preciso fazer saques antes de 4 anos do inicio da aplicação, para não cair nas duas faixas maiores de alíquotas (que superam a maior alíquota da tabela progressiva). Se há dúvidas quanto a precisar do dinheiro antes desse prazo, é melhor optar pela tabela progressiva, para que os rendimentos não sejam sacrificados.

Outro aspecto a observar são as restrições quanto a uma eventual mudança de plano. Se você escolher a tributação progressiva, será possível migrar posteriormente para uma previdência com tabela regressiva. Porém, se o plano contratado tiver tributação regressiva, não há como mudar para outro com tabela progressiva.

PGBL é só para a aposentadoria?

Como vimos, além de ajudar a formar reservas para a aposentadoria, o PGBL serve também para reduzir a base tributária do Imposto de Renda. Mas existem outros motivos pelos quais você deveria considerar fazer um plano de previdência privada, conforme mostramos no vídeo abaixo. Confira!

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