O Santander (SANB11) reportou lucro líquido acumulado em 2022 de R$ 16,3 bilhões, queda de 21% em relação ao ano anterior. No resultado trimestral, o tombo foi ainda maior: o lucro do 4T22 foi de R$ 1,68 bilhão, 46% abaixo do apurado no mesmo período de 2021.
No acumulado do ano, a queda da margem financeira bruta (-6,8%) e o expressivo aumento da provisão para devedores duvidosos (+72,7%) foram os principais fatores que impactaram negativamente os números do banco.
No informe de resultados, o Santander declarou que a piora dos números foi “reflexo da estratégia de antecipação de ciclos de crédito implementada ainda no 4T21, com maior seletividade do crédito. Isso resulta em uma pressão nas receitas combinada à deterioração do custo de crédito, além do impacto do evento subsequente no segmento do Atacado”.
SANB11: principais números do 4T22
Queda da margem financeira bruta
Em 2022, a margem financeira bruta totalizou R$ 51,8 bilhões, queda de 6,8% em relação ao acumulado do ano anterior. De acordo com o banco, a sensibilidade à curva de juros impactou negativamente esse indicador. Já no 4T22, a maior seletividade na concessão de crédito e mix de produtos, com foco em garantias. Isso atenuou a queda da margem, que ficou em 0,6% no comparativo anual.
Aumento de despesas gerais
As despesas gerais totalizaram R$ 22, bilhões em 2022, alta de 7% em relação a 2021, em linha com a inflação.
Já as despesas com pessoal atingiram R$ 10 bilhões no ano, aumento de 10,5% em 12 meses. Segundo o Santander, o dissídio aplicado sobre os salários em setembro de 2021 influenciou os oito primeiros meses de 2022. A partir de setembro do ano passado, o novo dissídio provocou nova alta de 4,8% nessas despesas.
Resultado de créditos de liquidação duvidosa e custo de crédito
A PDD de 2022 atingiu R$ 23, 9 bilhões, alta de 72,7% no ano e 18,6% no comparativo trimestral. Segundo o Santander, isso foi causado pelo aumento da provisão na carteira de pessoa física e de “um evento subsequente no segmento do Atacado”. Por outro lado, as receitas de recuperação de créditos baixados para prejuízo caíram 12% no ano, e 19% no trimestre.
Em 2022, o custo de crédito atingiu 4,4%, alta de 1,7 ponto percentual (p.p) no ano e 0,6 p.p. no 4T22, enquanto o índice cresceu 5,2%, alta de 0,7 p.p. no trimestre. Nesse sentido, o banco declarou que ambos os períodos sofreram impacto do evento subsequente no Atacado no último trimestre de 2022.
Aumento das receitas de serviços e tarifas bancárias
As receitas de prestação de serviços e tarifas bancárias somaram R$ 19,3 bilhões em 2022, alta de 2,3% em relação a 2021. Segundo o Santander, o crescimento foi influenciado pelo aumento das receitas de cartões e corretagem e colocação de títulos.
Aumento da carteira de crédito
No final de 2022, a carteira de crédito somava R$ 489,7 bilhões, um aumento de 5,8% em relação a 2021, com todos os segmentos apresentando crescimento (pessoa física: +8,4%; pequenas e médias empresas: +2,9%; financiamento ao consumo: +1,8%). Na comparação trimestral, o crescimento foi de 1,1%, com destaque para a carteira de pessoa física (+2,7%).
Outros dados do 4T22
- – 60 milhões de clientes
- – 1.701 agências
- – 1.266 PABs
- – 11.527 caixas eletrônicos próprios
- – 52.603 funcionários
