Tesouro Direto com juros semestrais: vale a pena investir?

Tempo de leitura: 5 minutos

Imagem mostra reais em alusão aos juros semestrais do Tesouro Direto
Imagem mostra reais em alusão aos juros semestrais do Tesouro Direto

A cada ano, cresce o número de brasileiros que investem no Tesouro Direto, sendo a modalidade uma das mais procuradas por quem deseja diversificar o patrimônio com segurança. Entre as opções que esses títulos oferecem, há os que pagam juros semestrais , o que pode ser interessante para quem busca renda passiva com investimentos.

A princípio, a ideia de receber um dinheiro extra a cada seis meses soa muito bem, não é mesmo? No entanto, é importante saber que essa nem sempre é a melhor alternativa, e é sobre isso que falaremos neste conteúdo. Portanto, se você está pensando em investir no Tesouro Direto, mas tem dúvidas sobre qual a melhor forma de remuneração, continue a leitura a seguir!

Quais são os títulos do Tesouro Direto?

Atualmente, o programa possui seis títulos, que são os seguintes:

Tesouro Selic

Esse é o título do Tesouro Direto indicado para a reserva de emergência, pois ele tem liquidez diária. O Tesouro Selic acompanha a variação da taxa básica de juros da economia brasileira. Por isso, o seu rendimento só será conhecido no momento do resgate da aplicação.

Entre todos os títulos públicos federais, o Tesouro Selic é o único de curto prazo. Todos os que veremos a seguir possuem prazos mais longos, que podem variar entre três e quarenta anos, dependendo do título.

Tesouro Prefixado

O Tesouro Prefixado é aquele cujo rendimento é definido por uma taxa de juros fixa anual, que já conhecemos no inicio da aplicação. Ou seja, mesmo que a taxa Selic suba ou caia durante o prazo do investimento, as suas oscilações não irão interferir na rentabilidade do título.

Tesouro Prefixado com juros semestrais

Nesse título, a taxa também é fixa e anual. Porém o investidor recebe os juros da aplicação a cada seis meses, e não somente no vencimento da aplicação, como na modalidade anterior.

Tesouro IPCA+

O Tesouro IPCA+ é o título híbrido do Tesouro Direto. Isso significa que parte de sua remuneração vem de uma taxa fixa e a outra parte acompanha o IPCA, o índice oficial da inflação brasileira.

Tesouro IPCA+ com juros semestrais

Idêntico ao anterior em relação à forma de remuneração (taxa fixa + IPCA). No entanto, os juros do investimento são creditados semestralmente na conta do investidor.

Tesouro RendA+

O Tesouro RendA+ é o mais novo título do programa, lançado em janeiro de 2023. Aqui, a lógica é a de uma previdência privada, pois o produto prevê um período determinado de aportes, e depois o investidor recebe os recursos na forma de renda mensal.

Até o momento, existem oito datas de conversão disponíveis (momento em que se começa a receber o benefício acumulado): 2030, 2035, 2040, 2045, 2050, 2055, 2060 e 2065. Já o resgate ocorre em 240 parcelas mensais (20 anos), exatamente como uma renda complementar.

Em que datas o investidor recebe os juros semestrais do Tesouro Direto?

O calendário de recebimento dos juros dependerá do título específico que o investidor adquiriu. Normalmente, os juros são pagos nos meses de janeiro e julho, mas isso não é uma regra, pois as datas podem variar. Por isso, é importante que o investidor consulte a sua conta na página do Tesouro Direto para verificar essas datas.

Afinal, vale a pena investir no Tesouro Direto com juros semestrais?

Como vimos, os juros semestrais do Tesouro Direto são uma opção para quem deseja receber rendimentos periódicos, assim como os dividendos pagos pelas ações e fundos imobiliários, por exemplo. Logo, esse investimento faz sentido para quem busca um reforço para a renda de tempos em tempos.

No entanto, é preciso avaliar dois aspectos importantes que influenciam diretamente essa forma de remuneração: o efeito dos juros compostos e a tributação sobre os rendimentos. A seguir, explicaremos ambos com mais detalhes.

Efeito dos juros compostos

Quando optamos por algum investimento que pague juros periódicos, o montante da aplicação reduz a cada pagamento de juros. Dessa forma, os juros incidirão sobre um valor menor do que seria se não tivéssemos mexido no dinheiro, e isso faz com que o efeito multiplicador dos juros compostos também seja reduzido.

É por isso que o Tesouro Direto com juros semestrais é uma opção mais indicada para quem já passou da fase de acumulação de capital e está em busca de um reforço periódico para o caixa. Por outro lado, para quem ainda está ativo profissionalmente e construindo patrimônio, é mais interessante resgatar todo o investimento de uma vez só no vencimento, pois assim os juros incidirão sempre sobre um valor maio.

Lembrando que, no início, o efeito dos juros compostos sobre os investimentos é mais lento. À medida que o montante investido cresce, os ganhos também aumentam com mais velocidade. Logo, para quem investe valores mais baixos, acaba sendo mais vantajoso não fazer resgates periódicos até que o patrimônio cresça.

Tributação sobre os rendimentos

Outro ponto importante sobre o Tesouro Direto é o Imposto de Renda sobre os rendimentos, que obedece a tabela regressiva dos títulos de renda fixa. Nessa sistema de tributação, as alíquotas iniciam em 22,5% e vão reduzindo de acordo com o prazo do investimento.

No caso dos juros semestrais, o IR é cobrado da seguinte forma:

  • – 1° pagamento de juros: após 6 meses da compra do título, e o IR é de 22,5%.
  • – 2° pagamento de juros: 12 meses depois da compra do título, e a alíquota do tributo é de 20%.
  • – 3° pagamento de juros: 18 meses do início da aplicação, e o IR cai para 17,5%.
  • – 4° pagamento de juros: a partir de 2 anos da compra do título, e o IR alcança a menor alíquota de 15%.

Como os títulos de longo prazo do Tesouro Direto têm vencimento a partir de 3 anos, quem opta por receber juros junto com o principal sempre pagará a menor alíquota do IR, que é de 15%. Por outro lado, quando há recebimento de juros semestrais, a tributação é maior, pois passa por todas as alíquotas até chegar à mínima. Esse é mais um aspecto que influencia na rentabilidade total do investimento.

E qual o melhor título do Tesouro Direto para investir?

Até aqui, avaliamos somente as vantagens e desvantagens dos juros semestrais no Tesouro Direto. Porém, há outros elementos que precisam ser considerados na escolha de um título, pois, dependendo do propósito do investimento, haverá um ou outro mais adequado para cada situação.

Nesse sentido, o Tesouro Selic é a alternativa para quem está formando a a reserva de emergência. Como vimos, esse é o único título público federal possui liquidez diária, ou seja, seu resgate pode ser feito a qualquer momento sem prejuízo para o investidor.

Já para quem está pensando na carteira de longo prazo, o Tesouro Prefixado, IPCA+ e RendA+ são boas alternativas. Dependendo do cenário econômico e objetivos financeiros, podemos dar mais ênfase a um ou a outro. Por exemplo, se a expectativa é de que a Selic caia ou, ao menos, não suba mais, o prefixado é uma forma de garantir juros mais altos. No caso de perspectivas de inflação, o Tesouro IPCA+ ajuda a preservar o dinheiro da desvalorização da alta dos preços. E, se o objetivo for complementar a renda com recebimentos mensais depois de um tempo, o RendA+ cumpre essa função, além de também estar protegido da inflação.

E, em breve, teremos mais um lançamento no Tesouro Direto: um título voltado para a educação, que deverá estar disponível para o investidor a partir de agosto. Clique no link abaixo e saiba mais!

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