Como escolher um título de renda fixa? Saiba o que avaliar

Tempo de leitura: 5 minutos

Imagem remente à dúvida sobre como escolher um título de renda fixa
Imagem remente à dúvida sobre como escolher um título de renda fixa

Em momentos de juros em alta, a renda fixa se torna ainda mais atrativa quando o assunto é encontrar alternativas para rentabilizar os investimentos. No entanto, além dos ganhos, existem outros aspectos importantes que o investidor precisa avaliar na hora de escolher um título de renda fixa.

Diferentemente do que muitos pensam, a renda fixa não é toda igual, pois pode oferecer graus de risco e potencial de rentabilidade distintos. Nesse contexto, como fazer a melhor escolha? É justamente o que veremos neste conteúdo, acompanhe!

Como escolher um título de renda fixa?

A seguir, falaremos sobre quatro aspectos: prazo do investimento, perfil de risco, tributação e momento da economia. Todos eles são importantes para que se possa tomar a decisão mais adequada aos objetivos financeiros, conforme veremos agora.

Prazo do investimento

Os títulos de renda fixa podem ter diferentes prazos de vencimento. Nesse sentido, alguns oferecem liquidez imediata; outros podem levar meses para que se possa fazer o primeiro resgate; e há também títulos que só podem ser resgatados no vencimento.

Por exemplo, se o seu objetivo é formar a reserva de emergência, a sua prioridade ao escolher um título de renda fixa deve ser a liquidez. Isso porque de nada adianta optar por uma alternativa mais rentável e não poder resgatar os recursos no caso de um imprevisto financeiro. Nesse caso, os CDBs com liquidez diária e o Tesouro Selic são boas alternativas para compor a reserva de emergência.

Por outro lado, se você já tem reservas para o curto prazo e pode deixar o dinheiro investido por mais tempo, pode optar por um título de prazo mais longo. Aqui, já dá para pensar em um CDB prefixado de longo prazo, em Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio (LCIs e LCAs), ou em títulos de crédito privado no caso de investidores mais arrojados, conforme veremos no próximo tópico.

Caso seja necessário resgatar um título de longo prazo antes do vencimento, o investidor poderá fazer isso no mercado secundário de renda fixa. Porém, a remuneração que ele conseguirá nesse ambiente dependerá do interesse de outros investidores. Com sorte, se as condições de mercado estiverem favoráveis, pode-se conseguir uma boa taxa. Mas, na pior das hipóteses, o título pode sofrer um ajuste negativo referente à marcação a mercado, que é uma atualização diária que ocorre em alguns ativos de renda fixa.

É muito importante conhecer esse conceito, pois ele afeta diretamente a rentabilidade dos investimentos. Clique abaixo e entenda como funciona.

Perfil de investidor

Outro ponto importante a observar na hora de escolher um título de renda fixa é o risco do investimento. Normalmente, essa categoria é associada a perfis mais conservadores, no caso de CDBs, LCIs e LCAs e Tesouro Direto, por exemplo.

Porém, na renda fixa, existem os títulos de crédito privado, como debêntures, Certificados de Recebíveis Imobiliários e do Agronegócio (CRIs e CRAs) e Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs). Esses títulos são emitidos por empresas e não contam com a proteção do FGC (Fundo Garantidor de Crédito), o que torna o seu risco maior do que o da renda fixa bancária. Por isso, normalmente oferecem um rendimento mais atraente do que a renda fixa conservadora, sendo indicados para um perfil de investidor mais arrojado.

Além disso, os títulos de crédito privado costumam ter vencimentos mais longos, justamente por financiarem projetos de longo prazo. Isso também contribui para elevar o risco desse tipo de papel.

Tributação

Em relação à tributação, um dos aspectos a conhecer na hora de escolher um título de renda fixa é a tabela regressiva do Imposto de Renda (IR). De acordo com o prazo da aplicação, as alíquotas do tributo sobre os rendimentos variam, iniciando em 22,5% até chegar à mínima de 15%, conforme segue:

  • – Até 180 dias: IR de 22,5%
  • – De 181 a 360 dias: IR de 20%
  • – De 361 a 720 dias: IR de 17,5%
  • – Acima de 720 dias: IR de 15%

No entanto, na renda fixa, existem alguns títulos que são isentos de IR. Os exemplos mais comuns são as LCIs e LCAs, os CRIs e CRAs e as debêntures incentivadas. Isso significa que, independentemente do prazo desses títulos, não haverá cobrança de IR sobre os seus rendimentos.

Outro tributo que pode incidir sobre os títulos de renda fixa é o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), mas somente quando ocorrer algum saque antes de 30 dias do início da aplicação. Nesse caso, as alíquotas iniciam em 96% e vão caindo até zerar no 30° dia do investimento.

Momento da economia

Dependendo das variáveis que influenciam na economia, haverá um ou outro investimento mais adequado para o momento.

Por exemplo, os títulos pós-fixados se beneficiam em um cenário de Selic alta, pois os seus rendimentos acompanham a trajetória dos juros. Nesse caso, o Tesouro Selic e os CDBs que pagam um percentual do CDI acabam sendo boas opções, pois garantem rentabilidade em linha com os juros mais altos.

Por outro lado, quando há expectativa de queda dos juros, adquirir um título prefixado é uma forma de garantir rendimentos mais altos. Isso porque, mesmo que a Selic venha a cair, quem investiu em um CDB pré ou no Tesouro Prefixado receberá a remuneração contratada no início da aplicação.

A inflação também é outro fator importante a ser avaliado na seleção dos investimentos. Nesse caso, quando as perspectivas são de preços em alta, investir em títulos atrelados ao IPCA ou IGP-M, por exemplo, garantem um retorno atrelado a esses índices inflacionários, o que protege o dinheiro da desvalorização causada pela alta dos preços.

E onde investir hoje na renda fixa?

Segundo Paulo Sodré, analista de renda fixa da Terra Investimentos, alguns fatores fizeram com que os spreads dos ativos de crédito privado subissem significativamente. Entre eles, estão os juros altos e os problemas no mercado bancário internacional (quebra do SVB e venda do Credit Suisse), além do caso Americanas, que abalou o sistema bancário brasileiro.

“Esses spreads subiram inclusive para empresas com boa capacidade de pagamento e balanços saudáveis, e isso fez com que debêntures AAA de prazos mais longos se tornassem muito atrativas. Uma boa alternativa nessa classe são os fundos de crédito privado com uma liquidez D+ 30, que conseguem diversificar bem seus portfólios e se beneficiam de uma eventual queda nos spreads, entregando ao investidor retorno considerável acima do CDI”, avalia o analista.

No entanto, se o investidor não quiser correr o risco de crédito, os títulos do tesouro IPCA+ de prazo intermediário, como 2028 e 2030, também são uma boa opção. “Nesse caso, há taxas que chegam a IPCA + 6%, e mesmo que esses ativos possam perder para o CDI no curto prazo, é improvável que isto aconteça no médio e longo prazo”, diz.

Por fim, para quem visa o longo prazo, uma boa alternativa são os ETF’s de renda fixa ligados ao IMA-B5+, como o IMBB11, que é negociado em bolsa e sua carteira atual está acima de IPCA + 6%. “Porém, como os títulos dessa carteira possuem um prazo de duração médio de 10 anos, o investidor precisa estar preparado para a volatilidade do papel”, conclui Sodré.

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