A TIM (TIMS3) encerrou o quarto trimestre de 2022 (4T22) com lucro líquido de R$ 538 milhões, valor 47% abaixo do apurado no mesmo período do ano anterior. No acumulado do ano, o resultado somou R$ 1,67 bilhões, queda de 43,5% no comparativo anual.
Se considerarmos os números normalizados da companhia, que incluem itens não recorrentes e a parcela incorporada da Oi Móvel, a piora do resultado do 4T22 é atenuada – queda de 23,2% no trimestre e de 18,4% no comparativo anual.
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A receita líquida da TIM alcançou R$ 5,82 bilhões no período, crescimento de 21,4% em relação ao último trimestre de 2021 e de 19,2% no acumulado do ano. A companhia informa que todas as principais linhas de negócio contribuíram para a melhora do indicador, conforme segue:
- – alta de 22,7% na receita de serviço móvel, devido à aquisição dos ativos móveis da Oi e monetização da base de clientes;
- – alta de 9,1% na receita de serviço fixo, pela expansão da TIM UltraFibra;
- – alta de 36,8% na receita de aparelhos, com a melhora do mix de produtos e campanhas pontuais de vendas.
Já os custos normalizados da operação somaram R$ 2,94 bilhões, cifra 25,2% superior ao último trimestre de 2021 e 21,7% maior no acumulado do ano. Segundo a companhia, o aumento foi ocasionado por custos adicionais com a aquisição da Oi Móvel e maiores despesas com aluguel da I-Systems, provedora aberta de fibra ótica criada em sociedade com a IHS Brasil em novembro de 2021.
O EBITDA normalizado da companhia cresceu 19,6% no 4T22, totalizando R$ 2,93 bilhões. Já no acumulado do ano, a alta do indicador foi de 17,2%, chegando à cifra de R$ 10,23 bilhões. Novamente aqui, o aumento da receita com serviços foi o principal impulsionador desse indicador financeiro.
No 4T22, a TIM apresentou resultado financeiro líquido negativo de R$ 350 milhões, uma piora de R$ 150 milhões em relação ao mesmo período de 2021. No acumulado do ano, as despesas financeiras líquidas atingiram R$ 1,43 bilhões, mais do que o dobro do acumulado do ano anterior (R$ 653 milhões). A empresa atribui a piora do indicador ao maior volume de juros sobre leases (os sites adquiridos na compra da Oi Movel somaram R$ 93,1 milhões), à alta da Selic no ano passado e ao aumento da alavancagem com a conclusão da aquisição da Oi.
A companhia encerrou 2022 com dívida total (pós-hedge) em R$ 18,57 bilhões, um aumento de R$ 5 bilhões no comparativo anual. Nesse total, estão reconhecidos R$ 2,9 bilhões referentes a arrendamentos financeiros com a incorporação de ativos da Oi e parte da linha de crédito junto ao BNDES (R$ 319 milhões), com prazo de 2,8 anos e custo de TJLP + 1,95%.