Trend Following: conheça a estratégia do investimento em tendências

Tempo de leitura: 5 minutos

Imagem mostra investidor aplicando a estratégia trend following
Imagem mostra investidor aplicando a estratégia trend following

No mercado de capitais, existem diferentes estratégias para investir em ações. Dependendo do perfil, objetivos financeiros e momento do mercado, uma ou outra será mais adequada e, muitas vezes, algumas podem ser utilizadas simultaneamente para potencializar a rentabilidade da carteira. Uma dessas estratégias é o trend following, que busca identificar e aproveitar a tendência do mercado, seja de alta ou de baixa.

O fato de acompanhar os movimentos do mercado pode dar a impressão de que seja simples aplicar essa estratégia. De fato, o racional não é complexo, mas para identificar a tendência é preciso conhecer e saber interpretar determinados indicadores, conforme veremos a seguir.

O que é Trend Following?

Na tradução, o termo significa “seguir tendência”, e é justamente nisso o que se baseia o Trend Following. Basicamente, a estratégia parte da premissa de que, se a tendência de um ativo é de alta, as chances é de que seu preço continue subindo e, nesse caso, ele é uma boa oportunidade de compra. Por outro lado, se a sua trajetória é de queda, é provável que a desvalorização se mantenha e, com isso, a sua venda passa a ser uma boa alternativa.

O primeiro passo do investidor é identificar qual a tendência do ativo no mercado e, a partir daí, assumir a posição correta, ou seja, se vale a pena comprar ou vender o ativo em questão. Para isso, ele precisa fazer uso de indicadores da análise técnica, que ajudem a validar os padrões observados e possíveis movimentos de reversões, se for o caso.

Como funciona o Trend Following?

Como vimos, essa estratégia de investimento é totalmente apoiada em indicadores técnicos de tendência, que mostram a evolução de um ativo e em que momento da tendência ele está, se no início, no meio ou prestes a uma reversão. A seguir, veja alguns dos indicadores mais utilizados por traders e investidores que aplicam o Trend Tollowing:

Suporte e Resistência

Os conceitos de suporte e resistência permitem ao investidor entender como está a oferta e a demanda do mercado em relação a um ativo.

Quando observamos o histórico de um ativo no gráfico, podemos identificar determinados pontos nos quais o preço tem dificuldade de ultrapassar, seja para cima ou para baixo. Em outras palavras, o preço “bate” em um valor e recua, e faz isso por algum tempo, até que, finalmente, ultrapassa esse limite.

Dependendo da direção do movimento, esses pontos de bloqueio são chamados de suporte (quando impedem que o ativo caia mais) ou resistência (quando funcionam como um teto para a alta). É como se ambos fossem uma espécie de barreira psicológica para o preço do ativo. No caso do suporte, a queda perde força, e o contrário acontece na resistência.

Tanto o suporte quanto a resistência são linhas temporárias, que, dependendo da fase do ciclo de mercado, podem durar mais ou menos tempo. Podemos entender o suporte como a zona em que o volume de compra é o suficiente para segurar a queda do ativo. Já a resistência, é a faixa que mostra o limite da demanda, e que impede que o preço suba mais.

Média Móvel

Outro importante indicador da estratégia Trend Following é a média móvel, que, na análise técnica, é considerada um rastreador de tendência.

Basicamente, ela representa o preço médio de um ativo durante determinado período, e a sua análise deve ser feita junto com os níveis de suporte e resistência. Isso porque, se o preço superar a média, o indicador tende a ser um suporte. Por outro lado, se o preço ficar abaixo da média, ela funcionará como resistência, pois apontará para uma dificuldade de manutenção a alta.

De acordo com o prazo das operações, o investidor pode utilizar médias móveis mais curtas ou mais longas. De forma geral, quem opera no day trade utiliza médias entre 5 a 20 períodos. Já no swing trade (operações de curto ou médio prazo), pode-se aplicar médias de até 60 períodos, mais ou menos. Por fim, para o longo prazo, o aconselhável é utilizar 100 períodos ou mais para a análise.

Índice de Força Relativa (IFR)

Outro indicador relacionado aos níveis de suporte e resistência é o Índice de Força Relativa (IFR), que ajuda a mostrar se um ativo está superavaliado ou subavaliado. Esse indicador funciona como um termômetro do mercado, pois aponta para as possibilidades de os preços caírem ou subirem. Isso facilita a decisão do investidor de se posicionar em relação à compra ou à venda.

Na interpretação do IFR, os valores de 70 e 30 são considerados zonas de alerta, pois esses são os pontos limites de sobrecompra e sobrevenda do ativo. Nesse sentido, valores a partir de 70 correspondem a um excesso de compras, o que tende a aumentar as chances de sobrevalorização. Logo, esse pode ser um momento propício para venda. Por outro lado, valores de 30 para baixo sinalizam excesso de vendas, o que remete a um potencial bom momento para compra em virtude de os preços estarem mais baixos.

Bandas de Bollinger

As Bandas de Bollinger medem a volatilidade de um ativo, o que também servem para ajudar a identificar tendências antecipadamente. Esse indicador está associado ao desvio-padrão, que é a medida de variação dos preços de um ativo em determinado período. Quanto maior for esse desvio-padrão, maior será também a volatilidade do ativo, e mais afastadas estarão as Bandas de Bollinger no gráfico.

A representação gráfica desse indicador contempla uma linha central e duas bandas de preços, uma acima e outra abaixo da linha central. A linha do centro representa a média móvel exponencial; as bandas acima e abaixo dela são os desvios-padrão do ativo em questão. Para o trader, a interpretação é de que os preços estarão se movendo de acordo com as expectativas enquanto se mantiverem entre as bandas superior e inferior. Se a banda inferior for tocada, isso indica que pode ser um bom momento para compra; já se o preço tocar a banda de cima, pode ser a hora de vender o ativo.

Vantagens e desvantagens do Trend Following

Uma das principais vantagens dessa estratégia é sua simplicidade, pois ela é totalmente apoiada na tendência do mercado. Se o investidor souber utilizar corretamente os indicadores técnicos, conseguirá identificar onde o ativo se encontra dentro da tendência, e, com isso, poderá tomar a decisão mais adequada de investimento.

Além disso, o Trend Following possibilita ganhos mesmo em épocas de mercado em baixa, pois, nesses períodos, o investidor opera em short (vendido) no ativo em questão. E, quanto mais duradoura for a tendência, tanto de alta quanto de baixa, mais chances haverá de lucrar com a estratégia.

No entanto, é importante saber que, nem sempre, a tendência se mostra de forma clara no mercado. Se o sinal de alta ou de baixa for falso, o investidor assumirá uma posição errada, o que poderá gerar prejuízos para a carteira. Lembrando que essa estratégia demanda um bom domínio sobre indicadores técnicos e tempo do investidor para acompanhar o desempenho dos ativos, além da utilização de mecanismos de controle de riscos, como o stop loss.

Por fim, diferentemente do Buy and Hold, o Trend Following não prioriza a avaliação dos fundamentos da empresa. Logo, é uma estratégia bem mais suscetível à volatilidade, e que precisa ser revista em períodos menores de tempo.

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