Última reunião do Copom do ano mantém a Selic em 13,75%

Tempo de leitura: 3 minutos

Imagem mostra reais e a primeira reunião do Copom do ano
Imagem mostra reais e a primeira reunião do Copom do ano

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a taxa Selic em 13,75% na última reunião de 2023. O valor permanece inalterado desde agosto desse ano.

Durante 2022, a taxa básica de juros foi de 9,25% aos atuais 13,75%. Em nota, o Copom afirmou que “entende que essa decisão reflete a incerteza ao redor de seus cenários e um balanço de riscos com variância ainda maior do que a usual para a inflação prospectiva”.

O comitê ainda alertou para o ambiente externo, que se mantém “adverso e volátil”, e para a elevada inflação dos preços para o consumidor. Para 2023, afirmou que ficará atento se a estratégia de manter a taxa nesse nível será “capaz” de segurar a inflação no país.

Dúvidas sobre as contas públicas

No mês passado, o presidente do Banco Central, roberto Campos Neto, disse que o mercado financeiro inverteu sua previsão e passou a considerar a retomada de alta da taxa Selic. A declaração foi feita durante evento promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em 25 de novembro.

Segundo ele, isso se deve a incertezas sobre as regras para as contas públicas, que tomou conta do mercado depois da divulgação da PEC da Transição. Isso porque a medida prevê que toda a despesa com o Bolsa Família – R$ 175 bilhões – seja tirada do teto de gastos. Com isso, seriam liberados R$ 105 bilhões para despesas com educação, saúde, segurança, entre outras.

No mesmo evento da Febraban, Campos Neto alertou para o fato de que o mercado financeiro está mais sensível a aumentos de gastos que possam piorar as contas públicas e impactar o endividamento do país.

“A dívida que foi feita na pandemia, e medidas de enfrentamento ao aumento dos preços de energia e alimentos foram boas, mas geraram dívida. Hoje agentes estão ansiosos para ver o plano dos governos para diminuir essa dívida”, afirmou Campos Neto.

Previsão para a inflação em 2023

De acordo com o Boletim Focus divulgado na segunda (5), a inflação oficial do Brasil, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deve fechar este ano em 5,92%. O valor ficou acima do teto da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional, que é de 2% a 5%. Para 2023, a expectativa atual é de que a inflação alcance 5,08%, e, para 2024 e 2025, as projeções são de 3,5% e 3%, respectivamente.

Por que o governo aumenta a taxa de juros?

A taxa de juros é uma das principais ferramentas de política monetária que o governo possui para controlar a inflação. Por sua vez, um dos fatores que causam a alta dos preços é o aumento da quantidade de dinheiro que circula na economia.

Explicando: em momentos de prosperidade econômica, é natural que haja mais disposição para o aumento de gastos. Isso porque as pessoas se sentem confiantes e acabam consumindo mais produtos e serviços do que normalmente fariam. Com o aumento no consumo, as empresas começam a produzir mais itens, justamente para atender ao crescimento da demanda.

Porém, se as empresas não conseguirem disponibilizar a quantidade suficiente de produtos e serviços que atenda a todos, ocorre um aumento generalizado dos preços. Em outras palavras, com uma oferta menor do que a demanda, a tendência natural é de que tudo acabe chegando ao consumidor com um preço mais caro.

Quando isso acontece, o governo aumenta a taxa de juros, com o objetivo de deixar o dinheiro mais caro e, consequentemente, arrefecer a disposição para o consumo. Com a menor demanda, a tendência é de que os preços voltem aos patamares anteriores e, assim, a inflação retorna ao controle.

Já na situação oposta, ou seja, quando a economia está desaquecida e precisa de estímulo, as autoridades monetárias reduzem os juros. Com melhores condições para o consumo, a demanda volta a subir e as empresas começam a retomar os níveis normais de atividade.

E como investir com a Selic alta?

Os juros em alta beneficiam os títulos de renda fixa de forma geral, seja no curto ou no longo prazo. Isso porque os investidores conseguem remunerações mais atrativas sem precisar correr o risco da renda variável.

Porém, para quem investe na bolsa, também existem boas oportunidades em tempos de Selic alta. Por exemplo, muitos fundos imobiliários (FIIs) de papel possuem títulos indexados ao CDI, que, por sua vez, anda lado a lado com a Selic. Logo, isso leva a um aumento dos rendimentos e, consequentemente, da distribuição de dividendos desses ativos.

Em relação às ações, normalmente lembramos dos bancos em momentos de Selic alta. Inclusive, a Terra Investimentos fez uma análise sobre as performances dos maiores bancos no terceiro trimestre de 2022. Clique aqui e confira os melhores e piores desempenhos.

Mas as seguradoras também se beneficiam dos juros altos, pois a maioria dos seus recursos estão investidos em renda fixa atrelada ao CDI. Logo, isso aumenta o rendimento de suas aplicações.

Compartilhe:

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on pinterest
Share on telegram
Share on whatsapp
Share on email
Blog Terra Investimentos

Posts Relacionados