Weg (WEGE3): saiba por que a empresa é uma das queridinhas da bolsa

Tempo de leitura: 4 minutos

Imagem mostra logo e máquina da WEG (WEGE3)
Imagem mostra logo e máquina da WEG (WEGE3)

Não é à toa que os números da Weg (WEGE3) estão sempre entre os mais esperados das temporadas de balanços dos últimos anos. Com um longo histórico de receitas e resultados crescentes, a empresa acumula valorização superior a 20.000% desde 2000. Inclusive, a Weg foi considerada a melhor performance do terceiro trimestre de 2022 pelos analistas da Terra investimentos.

De forma geral, as ações da companhia são vistas como defensivas por parte do mercado. Por isso, funcionam como uma espécie de porto seguro para o investidor, principalmente em momentos de maiores turbulências na economia.

Uma das razões que explicam essa relativa estabilidade é a forte atuação da Weg na infraestrutura. Isso porque o segmento não costuma apresentar grande volatilidade mesmo em cenários econômicos mais adversos. Outro fator é o investimento constante da Weg no desenvolvimento de tecnologias próprias. Nesse sentido, a autonomia tecnológica permite o desenvolvimento de produtos e soluções de forma mais ágil, o que se reflete positivamente no seu valor de mercado.

Neste conteúdo, você saberá mais sobre a história e atuação de uma das companhias mais valorizadas da bolsa brasileira. Além disso, poderá conferir a análise da equipe da Terra Investimentos sobre os últimos números da companhia e suas perspectivas de resultados. Continue a leitura a seguir!

Weg (WEGE3): histórico e áreas de negócios

A história da Weg inicia em 1961, na cidade de Jaraguá do Sul, em Santa Catarina. A pequena empresa, idealizada por Werner Voigt, Eggon Silva e Geraldo Werninghaus (o nome da empresa vem das iniciais dos 3 sócios), inicialmente produzia motores elétricos.

Aos poucos, a Weg começou a ampliar as suas atividades, e nos anos 80 passou a produzir também componentes eletroeletrônicos e para automação industrial, transformadores, tintas e vernizes eletroisolantes. Ou seja, de fabricante de motores, a empresa passa a ser fornecedora de soluções elétricas industriais completas.

Atualmente, o escopo de seus produtos e serviços abrange soluções de eficiência energética para toda a cadeia produtiva, desde a geração, transmissão e distribuição de energia até a automação de edifícios. Com plantas industriais em 12 países e presença comercial em mais de 135 países, a Weg (WEGE3) possui cerca de 37 mil colaboradores distribuídos pelo mundo.

As áreas de negócios da companhia estão divididas da seguinte forma:

– Equipamentos eletrônicos industriais: motores elétricos, drives e equipamentos de automação industrial e serviços de manutenção, utilizados em praticamente todos os tipos de indústrias.

– Geração, transmissão e distribuição de energia (GTD):  geradores elétricos para usinas hidráulicas e térmicas (biomassa), turbinas hidráulicas (PCH e CGH), aerogeradores, transformadores, subestações, painéis de controle e serviços de integração de sistemas.

– Motores comerciais e appliance:  motores monofásicos para bens de consumo durável, como lavadoras de roupas, aparelhos de ar-condicionado e bombas de água, por exemplo.

– Tintas e vernizes:  tintas líquidas e em pó e vernizes eletro-isolantes, com foco em aplicações industriais do mercado brasileiro e em expansão para a América Latina e outras regiões.

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Análise dos especialistas da Terra Investimentos

Segundo Luis Novaes, analista da Terra Investimentos, o balanço do 3T22 da Weg foi uma das surpresas positivas da temporada, com resultado acima do esperado pelo mercado.

Nos últimos anos, diversos governos ao redor do mundo atuaram no sentido de tentar evitar o agravamento da crise financeira. Mesmo assim, muitos países saíram da pandemia com suas economias fragilizadas, inclusive as grandes potências. 

Além disso, a guerra entre Rússia e Ucrânia contribuiu para elevar os preços ao redor do mundo, de uma forma que não se via há tempos. Com os custos inflacionados, a atividade industrial dos principais países não conseguiu seguir com sua recuperação aos níveis pré-pandêmicos. Por isso, não se esperava que a Weg (WEGE3), com operação focada no fornecimento de equipamentos ao setor industrial, registrasse um bom trimestre. 

No entanto, a escassez de energia impulsionou as cotações do petróleo e derivados desde o início de 2022, quando o conflito estourou, tendo em vista que a Rússia é um dos principais produtores da commodity. Dessa forma, o setor de óleo e gás conseguiu ter seus resultados alavancados nos últimos meses. Isso porque muitos países precisaram gastar mais com manutenção e renovação de alguns equipamentos, o que favoreceu o desempenho da Weg.

“Todos esses fatores contribuíram para que a receita de vendas da Weg fosse bem acima do esperado pelo mercado no período. Além disso, a menor inflação no Brasil possibilitou que as margens fossem consideravelmente ampliadas em relação ao último ano”, observa Novaes.

O analista também destaca que a empresa contou com um maior uso das instalações e processos produtivos mais otimizados para dar conta do maior volume de vendas. Outro ponto que favoreceu a Weg foi a desaceleração econômica da China, pois isso ocasionou a queda de alguns insumos para a produção.

Perspectivas para a Weg (WEGE3)

Alguns dias depois da divulgação do balanço, a companhia se reuniu com os investidores para esclarecer alguns pontos sobre sua estratégia de longo prazo. Mesmo após o resultado positivo, ainda havia muitas incertezas sobre se esse trimestre seria apenas um ponto fora da curva ou o início de um novo tempo. Isso porque a atividade industrial das principais economias do mundo ainda está em movimento de retração. 

Segundo a Weg, todas as complicações vividas nos últimos anos abriram algumas oportunidades na cadeia de suprimentos internacional. Dessa forma, uma fatia relevante foi conquistada no mercado, principalmente do exterior.

“Como o setor industrial tem uma característica forte de relacionamento, espera-se que esses clientes sigam com a Weg (WEGE3), enquanto houver bons motivos para que a parceria seja mantida”, analisa Novaes.

A companhia também destaca que ainda há mercados para serem conquistados, principalmente no continente asiático. Além disso, a Weg estaria bem posicionada na transição energética, considerando suas divisões de produtos voltados para energia solar e motores elétricos, sendo essas fontes potenciais de receitas bilionárias. 

Por fim, Novaes destaca que a empresa demonstra ter valor no longo prazo, com uma tese de investimento que faz sentido em relação ao caminho que as indústrias estão tomando, da combustão para o elétrico. Por outro lado, o que poderia penalizar os investimentos de curto prazo são as incertezas quanto às economias dos países desenvolvidos e industrializados.  

Pontos fortes:

  • – grande portfólio de produção, com atuação em diversos segmentos;
  • – bem posicionada no cenário de transição energética ;
  • – presença no mercado em expansão;
  • – histórico de lucratividade (a Weg nunca apresentou prejuízo enquanto companhia aberta).

Pontos fracos:

  • – dependente de atividade industrial nacional e internacional, o que é preocupante em tempos de desaceleração da economia;
  • – suas ações com múltiplos acima do histórico, o que pode indicar limitação no potencial de valorização.

Além da Weg, que tal conhecer outros destaques da última temporada de balanços? Clique aqui, e confira as melhores e piores performances, segundo nossos analistas!

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