Por serem acessíveis e de simples funcionamento, os ETFs são uma das alternativas mais fáceis de ingressar no universo da renda variável. No entanto, para escolher um ETF que esteja alinhado a cada estratégia de investimentos, é preciso observar alguns aspectos importantes, que ajudarão a obter os melhores resultados.
O que precisamos avaliar para escolher um ETF?
Os ETFs (Exchange Traded Funds) democratizaram a diversificação nos investimentos, possibilitando ao pequeno investidor ter acesso a diferentes ativos ou mercados ao mesmo tempo. Além disso, a exemplo das ações, fundos imobiliários e alguns BDRs, atualmente os ETFs negociados na bolsa brasileira já podem distribuir dividendos. Portanto, alguns ETFs também poderão ser uma opção para quem busca renda passiva nos investimentos.
Com a popularização desse investimento na bolsa, no final de 2020, surgem cada vez mais ETFs à disposição do investidor. Mas afinal, como escolher esses ativos? Quais critérios devem ser observados no momento da decisão? Confira a seguir alguns pontos importantes que você deve avaliar para fazer a melhor seleção de ETFs.
Tipo de diversificação
Com ETFs, podemos ter acesso a diversos índices, ativos e mercados financeiros. Por exemplo, se o objetivo for diversificar na renda fixa, há ETFs que investem em títulos públicos e privados da categoria.
Já se a ideia é acompanhar a performance de grandes companhias listadas na bolsa, podemos optar por ETFs que representam índices importantes, como o Ibovespa (principal índice da bolsa brasileira), o ISE, e até mesmo índices vinculados ao mercado internacional. Nesse caso, alguns exemplos são o S&P 500 e os índices MSCI, que acompanham economias de diversos lugares do mundo – alternativas para quem está pensando em diversificação internacional.
E as possibilidades de diversificação com esse investimento não param por aí. Na B3, você também pode encontrar ETFs ligados a commodities, a ouro e até mesmo a criptoativos. Ou seja, as opções são muitas e com diferentes graus de risco. Por isso, o primeiro passo para escolher um ETF é definir em quais ativos e/ou mercados você deseja ter exposição, de acordo com a sua tolerância ao risco e objetivos financeiros.
Liquidez do ETF
Dependendo da composição do ETF, ele poderá sofrer várias e fortes oscilações ao longo de seu histórico, o que o faz um investimento adequado para a carteira de longo prazo. Mesmo assim, é importante conhecer a sua liquidez, ou seja, a facilidade com que as cotas podem ser convertidas em dinheiro quando se precisa fazer um resgate. De certa forma, a liquidez tem relação com a segurança de um investimento, pois, quanto maior ela for, mais fácil conseguimos comprar ou vender um ativo.
No caso dos ETFs, a liquidez está associada principalmente ao ativos subjacente que o fundo busca replicar. Nesse sentido, ele difere das ações, cuja liquidez é medida pelo volume de negociação dos títulos. E isso faz todo sentido, pois, com o objetivo desse investimento é replicar determinado ativo, o que importa para a sua liquidez é a negociação desses ativos.
Um exemplo disso é o BOVA11, ETF que replica o Ibovespa e que tem um expressivo volume de negociações. No entanto, o que garante a sua liquidez não é a frequência de negociações, mas sim a liquidez das gigantes da bolsa que estão dentro dele. É importante ter claro esse conceito, pois é possível que um ETF tenha um baixo volume de negociações mas seus ativos sejam líquidos.
Diversificação de ativos
Em maior ou menor grau, todo investimento tem riscos, e um deles é o risco não sistêmico (ou específico), associado a determinado ativo ou segmento de mercado. Uma das formas de proteger os investimentos desse tipo de o risco diversificando o portfólio.
Em relação a um ETF, quanto mais ativos ele tiver na composição do seu patrimônio, teoricamente mais protegido ele estará do risco não sistêmico. Lembrando que existem ETFs de setores específicos, como tecnologia, saúde, finanças, energia, entre outros. Embora isso aumente o risco específico, ele pode ser atenuado quando o fundo investe em uma quantidade maior de ativos.
Gestão e histórico de resultados
Tanto nos ETFs quanto em qualquer tipo de fundo de investimento, conhecer o trabalho e a reputação do gestor é fundamental para dar segurança na hora da escolha.
O gestor é quem define toda a estratégia do investimento. Por isso, o seu papel é fundamental para os resultados do fundo. O seu trabalho começa escolha dos ativos financeiros que irão compor o fundo, e essa escolha deve estar em linha com o perfil do investimento, descrito no regulamento.
Além disso, é importante analisar o histórico do ETF, pois isso também dará uma sinalização sobre a atuação da gestão. Embora um retrospecto positivo não garanta resultados futuros, comparar as oscilações passadas de diferentes fundos pode ajudar a escolher um ETF.
Custos
Além do Imposto de Renda (IR) sobre os rendimentos, os ETFs também possui taxa de administração, emolumentos cobrados pela B3 e taxa de corretagem, dependendo da instituição financeira.
A taxa de administração é cobrada anualmente, e o seu valor depende da administradora do fundo. Normalmente, o percentual fica entre 0,20% e 0,80% do valor do investimento. Já os emolumentos incidem sobre cada operação realizada, e a cobrança é feita pela B3 e pela Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC).
Prestar atenção nesses custos é muito importante na hora de escolher um ETF, pois eles têm impacto direto no rendimento da aplicação.
Vantagens de investir em ETFs
Para obter uma boa diversificação na bolsa, é bem mais prático adquirir cotas de ETFs do que comprar individualmente ações, BDRs ou outros ativos de renda variável. Além disso, existem ETFs de valores iniciais bem acessíveis, e os custos acabam sendo menores comparado a ações, pois há menos taxas de corretagem por operações.
Por fim, esse investimento é uma boa porta de entrada para quem deseja diversificação internacional. Dependendo do ETF, você pode ter acesso a diferentes setores da economia e empresas ao redor do mundo.
Clique abaixo e confira a relação completa de ETFs disponíveis na B3: