Agente Autônomo de Investimento (AAI): o que faz esse profissional?

Tempo de leitura: 5 minutos

Agente autônomo de investimentos
Agente autônomo de investimentos

Seja para começar a investir ou para diversificar a carteira, contar com um apoio especializado dá mais segurança na hora de escolher entre tantas alternativas disponíveis no mercado. É justamente esse o papel do Agente Autônomo de Investimento (AAI), que pode oferecer soluções personalizadas de acordo com cada perfil de investidor e objetivos financeiros.

Com cada vez mais investidores ingressando no mercado, cresce também a demanda das corretoras de investimentos por AAIs, o que abre novas oportunidades no mercado financeiro. Se você está em busca de orientações para investir, ou se pensa em atuar nesse mercado e deseja mais informações sobre a profissão de Agente Autônomo de Investimentos, continue a leitura a seguir.

O que é um Agente Autônomo de Investimento (AAI)?

O Agente Autônomo de Investimento – ou AAI – é o profissional que faz a intermediação entre os investidores e os produtos financeiros disponíveis no mercado financeiro.

Em outras palavras, o AAI é um elo entre os investidores e o mercado, e o seu papel é muito importante no desenvolvimento da educação financeira. Captar clientes, explicar aos investidores como funcionam os produtos, receber e transmitir as ordens de negociação, tudo isso faz parte das atribuições desses profissionais, como veremos na sequência.

Qual a função de um AAI no mercado financeiro?

Na prática, o seu trabalho é como o de uma assessoria de investimentos, pois ele está em contato direto com o cliente, auxiliando a executar a estratégia de investimentos de acordo com cada objetivo. A diferença é que, como o nome diz, o AAI não tem vínculo empregatício com uma instituição financeira, pois atuam por meio de um contrato de distribuição.

Inclusive, também pode constituir firma individual ou sociedade para exercer a atividade, desde que seja habilitado para isso e tenha registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Adiante, falaremos sobre esse aspecto mais detalhadamente.

De acordo com a instrução 497 da CVM, que dispõe sobre atividade do AAI, as funções desse profissional são as seguintes:

Prospectar e captar clientes

Pessoas de diferentes perfis de risco, renda e conhecimento sobre o mercado financeiro podem estar entre o público-alvo desse profissional.

Prestar informações sobre os produtos e serviços oferecidos pelas corretoras

Para que o investidor alcance os resultados desejados, é preciso saber como os produtos financeiros funcionam e quais os mais adequados para um ou outro objetivo.

Por exemplo, quem está formando a reserva de emergência deve priorizar a liquidez e a segurança dos ativos. Já quem tem condições de deixar o dinheiro investido por mais tempo, pode optar por investimentos de prazo mais longo, que normalmente oferecem maior remuneração. E há também quem busque conhecer alternativas mais arrojadas para rentabilizar a carteira. Em todas essas situações, o AAI explicará para os clientes como funcionam os produtos, de acordo com cada necessidade.

Gerenciar ordens de negociação

Os aspectos operacionais dos investimentos também fazem parte da rotina desse profissional.

O AAI vai receber as ordens de compra e venda emitidas pelos clientes e transmiti-las para os sistemas de negociação adequados. Isso pode ser feito por diferentes canais, como chamadas telefônicas, e-mails, chats, ou mesmo plataformas exclusivas para o gerenciamento dessas ordens.

O que um AAI não pode fazer?

Todos os profissionais estão sujeitos a limitações no exercício de suas atividades, e isso não é diferente com os AAIs.

Segundo a CVM, esse profissional está proibido de:

  • – Manter contrato com mais de uma instituição financeira.
  • – Atuar em nome dos clientes na administração da carteira, ou mesmo representá-los junto a instituições financeiras.
  • – Recomendar produtos de investimentos.
  • – Utilizar senhas ou assinaturas eletrônicas exclusivas dos clientes para transmitir as ordens recebidas.
  • – Elaborar e enviar aos clientes extratos das operações realizadas ou em aberto.
  • – Delegar a terceiros tarefas para as quais foi pessoalmente contratado.

Observe que, embora o AAI tenha o papel de ensinar e tirar dúvidas sobre o funcionamento dos investimentos, ele não pode sugerir qual ativo comprar ou vender, e nem administrar a carteira do cliente. Só quem pode fazer isso são os gestores de carteira.

Rotina de um Agente Autônomo de Investimentos

Como vimos, o AAI é a principal interface do investidor com a instituição financeira. Por isso, dedica uma boa parte de seu tempo ao contato direto com as pessoas, sejam elas clientes já ativos ou prospecções.

Essa proximidade é necessária para identificar as necessidades de cada cliente, conhecer os diferentes perfis e construir uma relação de confiança.

Outro aspecto importante na rotina de um AAI é acompanhar continuamente a economia e o mercado financeiro. Taxa de juros, inflação, performance das bolsas de valores (aqui e lá fora), cotação do dólar, tudo isso se reflete nos investimentos. Dependendo do momento econômico, esses reflexos têm maior ou menor intensidade, e é importante orientar os clientes sobre possíveis oportunidades ou riscos no horizonte.

Agente Autônomo e Analista CNPI: qual a diferença?

Como os dois são especialistas do mercado financeiro, muitas pessoas costumam confundir as atribuições desses profissionais. Basicamente, o que diferencia o trabalho do AAI e do Analista CNPI é o foco de atuação.

Enquanto o primeiro está voltado ao atendimento do cliente, o segundo analisa os ativos e elabora relatórios com pareceres e recomendações de investimento. Nesse sentido, podemos dizer que o trabalho do analista é um suporte para a orientação que o AAI dará aos clientes, explicando como funcionam os ativos e apontando os momentos de mercado mais propícios para que se opte por um ou outro.

O que é preciso para ser Agente Autônomo de Investimento?

O AAI não possui uma remuneração fixa, pois ele recebe um percentual sobre o resultado da carteira de seus clientes. Portanto, um dos requisitos indispensáveis para essa profissão é a boa capacidade de comunicação, além da disciplina para estar em contato constante com os clientes, tanto para identificar novas oportunidades quanto para avaliar a necessidade de um rebalanceamento de carteira.

Quanto à formação, esse profissional não precisa ser formado em algum curso superior. Mas para desempenhar a função, é obrigatório que tenha a certificação da Ancord (Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias).

Além de certificar profissionais, a Ancord auxilia na regulação do mercado e atua na educação financeira, desenvolvendo materiais que capacitam e atualizam profissionais de investimentos.

A prova para AAI possui 80 questões sobre diferentes temas, divididos em módulos. Para que seja aprovado, o candidato precisa acertar, no mínimo, 70% da prova, com 50% de acerto nos módulos I, II, VII e XIV.

Confira um panorama geral do conteúdo da prova:

  • – Atividade do AAI: o que faz, registro, credenciamento, regras de conduta, etc.
  • – Circulares e resoluções do Banco Central e da CVM: lavagem de dinheiro, responsabilidades, suitability, informações cadastrais de clientes, acompanhamento de operações de Pessoa Politicamente Exposta (PPE).
  • – Economia: noções gerais, indicadores, política monetária, cambial, fiscal e de rendas.
  • Sistema Financeiro Nacional: órgãos e competências.
  • – Instituições e intermediários financeiros: instituições, mercados, bolsas internacionais.
  • – Administração de risco: tipos de risco e diversificação de carteira.
  • – Mercado de capitais: produtos, regulamentos e tipos de operações.
  • Fundos de investimentos
  • – Securitização de recebíveis
  • – Clubes de investimentos
  • – Matemática financeira: conceitos básicos, taxas, regimes de capitalização, etc.
  • – Mercado financeiro e derivativos

Outras certificações do mercado financeiro

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