Analista CNPI: conte com esse auxílio para investir melhor

Tempo de leitura: 6 minutos

Imagem mostra mulher analista CNPI
Imagem mostra mulher analista CNPI

Com a quantidade de alternativas disponíveis no mercado, é normal que as pessoas tenham dúvidas na hora de montar uma carteira de investimentos. Se esse é o seu caso, saiba que um analista CNPI pode lhe ajudar a tomar as melhores decisões, de acordo com o seu perfil e objetivos financeiros.

E, se você está pensando em ingressar nesse mercado, ou se já atua e está em busca de conhecimento para alçar novos voos, a CNPI é uma das certificações do mercado financeiro mais requisitadas. Dados da APIMEC – Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais – mostram que, atualmente, existem pouco mais de 1.600 analistas CNPI (posição de setembro/2023) para atender cerca de 60 milhões de investidores brasileiros.

Luis Novaes, analista CNPI da equipe de Research da Terra Investimentos, considera a certificação um passo importante para quem se interessa pelo mercado financeiro. “A CNPI fornece uma excelente base para aprimorar os conhecimentos, seja para atuar como analista ou simplesmente para aplicar nos próprios investimentos”, avalia.

Que tal saber mais sobre este certificado e como ele pode abrir portas na carreira e otimizar as estratégias de investimentos? Então, continue a leitura a seguir!

O que faz um analista CNPI?

O CNPI (Certificado Nacional do Profissional de Investimento) é um selo obrigatório oferecido pela APIMEC para quem deseja atuar como analista de valores mobiliários. Esse título habilita o profissional a realizar análise de ações e outros ativos de renda variável, derivativos, avaliação de riscos, valuation de empresas e elaborar relatórios com recomendações de investimentos.

Diferentemente de outras certificações, que se limitam a fornecer informações e esclarecer dúvidas, o CNPI permite que o profissional indique investimentos aos clientes. Por isso, ela abre um leque de possibilidades bastante amplo, para que o analista possa atuar em consultorias financeiras, casas de análise, equipes de research de bancos e corretoras e outras funções que envolvam recomendações de investimentos, inclusive de forma autônoma

Tipos de CNPI

Dependendo da área de atuação, o analista CNPI precisará de um dos três tipos de certificação: CNPI fundamentalista, CNPI técnico ou CNPI pleno. Veja o que representam cada uma dessas categorias na prática.

CNPI (Analista Fundamentalista)

Nesse tipo de CNPI, o analista irá avaliar as empresas listadas na bolsa de acordo com critérios da análise fundamentalista. Ou seja, seu objetivo será a análise de indicadores financeiros, aspectos de governança corporativa, macroeconomia, cenários de mercado (nacional e internacional) e tudo mais que possa impactar a performance das empresas listadas na bolsa.

Toda essa avaliação servirá de base para o profissional identificar tendências para as ações das empresas e elaborar pareceres, o que é fundamental principalmente para os investimentos de longo prazo. Lembrando que as companhias de capital aberto são obrigadas a divulgar periodicamente essas informações ao público, seja nas temporadas de balanços ou sempre que ocorrer algum fato relevante.

CNPI-T (Analista Técnico)

Já para quem deseja analisar os ativos a partir de suas movimentações de preços e indicadores de tendências e volatilidade, o CNPI-T é a chancela mais indicada.

Nesse caso, o profissional precisará de conhecimentos sobre análise técnica e sua análise terá foco no curto e médio prazo. Por isso, esse certificado é ideal para quem atua no day trade ou swing trade, pois ajuda a identificar janelas de oportunidade com mais precisão.

CNPI-P (Analista Pleno)

Por fim, o CNPI Pleno reúne as duas especializações anteriores. Logo, permite ao profissional traçar uma estratégia de longo prazo e, ao mesmo tempo, aproveitar as oscilações mais curtas do mercado para potencializar os resultados da carteira.

Luis Novaes observa que a certificação em ambas as categorias pode ser um bom diferencial profissional, pois dá uma amplitude de conhecimento maior ao analista.

“Sempre existirão diferentes tipos de clientes, que gostam de basear seus investimentos em racionais distintos. Há quem prefira investir com foco nos fundamentos da empresa, para a construção de uma carteira de longo prazo, e quem goste mais de análises dos movimentos do mercado em busca de oportunidades de curto prazo. Nesse caso, os fundamentos acabam sendo menos relevantes”, diz o analista.

O que é preciso para ser um analista CNPI?

Para que possa receber essa certificação, o candidato deverá ter formação universitária em algum curso reconhecido pelo MEC, em qualquer área de conhecimento.

No momento da inscrição para a prova, não será exigido o diploma da graduação. Porém, o prazo para a solicitação do certificado é de até 12 meses depois da aprovação. Logo, para que obtenha o CNPI, o profissional deverá terminar a faculdade antes desse período.

Como são as provas?

A avaliação é composta por três exames, cada um deles composto de 60 questões que o candidato precisa resolver em duas horas. Para aprovação, são necessários 40 acertos, no mínimo.

A prova 1 é comum às duas especialidades, e se o candidato realizar as três provas, terá a titulação CNPI Pleno, o que lhe dará propriedade para atuar como analista fundamentalista e técnico.

Prova 1 – Conteúdo Brasileiro (CB)

Os conteúdos da primeira prova abrangem os seguintes temas:

  • Sistema Financeiro Nacional: estrutura e competências dos principais participantes.
  • Mercado de Capitais: ativos negociados nesse ambiente, tributação, mecanismos de ofertas públicas (IPOs) e modelos de avaliação de investimentos. Esse costuma ser o módulo mais extenso dessa etapa.
  • – Mercado de Renda Fixa: características de títulos públicos e privados, regras de tributação e outros aspectos da renda fixa.
  • – Mercado de Derivativos: características dos quatro tipos de derivativos – mercado a termo, mercado futuro, opções e swap.
  • – Conceitos Econômicos: micro e macroeconomia, políticas monetária e fiscal e demais aspectos relativos.
  • – Ética e Relacionamento: regras inerentes ao trabalho do analista de valores mobiliários.
  • – Governança Corporativa: benefícios que o conceito traz ao mercado, níveis de classificação de governança na B3 e conhecer o Índice de Governança Corporativa (ICG), entre outros temas relacionados.
  • – Relações com Investidores e Sustentabilidade: princípios e estratégias do investimento sustentável.

Prova 2 – Conteúdo Global 1 (CG1)

Essa prova é exclusiva para o profissional que optar pela especialização na análise fundamentalista. Aqui, a avaliação se divide em dois módulos de 30 questões sobre:

  • – Análise e Avaliação de Ações e Finanças Corporativas: indicadores financeiros e macroeconômicos para a avaliação de empresas.
  • – Contabilidade Financeira e Análise de Relatórios Financeiros: análise de demonstrações contábeis, como balanço patrimonial, DRE (Demonstração de Resultado do Exercício), fluxos de caixa, entre outros.

Em cada um deles, o candidato precisa de, ao menos, 20 acertos para não ser reprovado.

Prova 3 – Conteúdo Técnico 1 (CT1)

Essa etapa da avaliação se destina somente ao analista técnico, e os conteúdos são os seguintes:

  • – Fundamentos da Análise Técnica: premissas, diferenças entre análise técnica e análise fundamentalista, escalas, gráficos e demais aspectos introdutórios.
  • – Teoria de Dow: conceitos, premissas e utilização.
  • – Conceito de Tendência: direções, traçados de retas e linhas de tendência e retorno, canais de tendências, suporte e resistência.
  • – Figuras Gráficas: conceito, padrões de continuidade e reversão e gaps.
  • – Teoria das Ondas de Elliott: ondas impulsivas e corretivas e sequência de Fibonacci.
  • – Padrões Candlestick: representações gráficas das oscilações de preços dos ativos.
  • – Indicadores: principais rastreadores e osciladores (médias móveis, bandas de Bollinger, índice de força relativa, entre outros).
  • – Gerenciamento de Risco: identificação de riscos e estratégias de mitigação.
  • – Estratégias Operacionais: definição e associação de estratégias de curto, médio e longo prazo.
  • – Trading Systems: algoritmos para estratégias de negociação.

Custos

Cada uma das três etapas é cobrada separadamente, e os associados da APIMEC possuem 25% de desconto. Atualmente, os valores são os seguintes:

Etapa da provaValor cheioAssociado APIMEC
Conteúdo Brasileiro (CB)R$ 735,00R$ 551,25
Conteúdo Global 1 (CG1)R$ 919,00R$ 689,25
Conteúdo Técnico 1 (CT1)R$ 919,00R$ 689,25

Os valores acima são de agosto de 2023, porém é importante acompanhar o site da APIMEC ou notícias sobre o tema para ficar por dentro de eventuais atualizações. Além disso, também é cobrada uma taxa para a emissão do certificado que, atualmente, é de R$ 195. Essa taxa é paga depois de o candidato aprovado preencher o cadastro no portal APIMEC, assinar o formulário de cadastro e o termo de adesão e enviar esses documentos junto com a cópia autenticada do diploma da graduação para a entidade.

Por fim, há um valor de manutenção que deve ser pago, que é cobrado anualmente para quem não exerce a profissão e trimestralmente para o profissional ativo.

Vantagens de contar com um analista CNPI para investir

Para obter o CNPI, o candidato precisa dominar diversas áreas de conhecimento, e cada uma delas exige muito estudo pois os conteúdos são bastante extensos. Isso traz credibilidade ao profissional na hora de prestar uma assessoria de investimentos que atenda aos objetivos do cliente.

Além disso, a certificação precisa ser atualizada de tempos em tempos. Isso garante que o analista mantenha os seus conhecimentos em dia, para que sempre possa prestar um serviço de excelência em benefício do investidor e de sua própria carreira.

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