Mais uma vez, o Banco do Brasil (BBAS3) reportou números robustos na temporada de balanços. O banco encerrou o 4° trimestre de 2023 (4T23) com lucro líquido ajustado de R$ 9,44 bilhões, alta de 4,8% na comparação com o último trimestre de 2022. O resultado superou as expectativas do mercado – analistas ouvidos pela Bloomberg projetavam lucro de R$ 9,2 bilhões para o banco no período.
No acumulado do ano, o indicador somou R$ 35,56 bilhões, um crescimento de 11,4% ante os 12 meses anteriores.
O ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) ficou em 22,5%, superando o dos concorrentes privados – inclusive o do Itaú (ITUB4), que fechou em 21,2%. O resultado do banco foi positivamente impactado pelo aumento da margem financeira bruta e das receitas de prestação de serviços no trimestre.
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O que esperar da temporada de balanços do 4T23?
No 4T23, a margem financeira bruta (receitas com crédito e tesouraria menos custos de captação) do Banco do Brasil (BBAS3) alcançou R$ 25,76 bilhões, alta de 20,1% na comparação trimestre a trimestre. Na visão acumulada, o valor chegou a R$ 93,49 bilhões, 27,4% acima da cifra de 2022.
O destaque ficou por conta do resultado de tesouraria, que cresceu 22,1% ante o 4T22 e 39,9% no acumulado do ano. As operações de crédito também apresentaram evolução consistente (volumes e taxas), com alta de 13,8% na comparação trimestral e 23,3% de janeiro a dezembro de 2023.
As receitas de prestação de serviços totalizaram R$ 8,74 bilhões no 4T23, alta de 3,6% ante o mesmo trimestre do ano anterior. As maiores contribuições vieram da receita no mercado de capitais (+38,6%), seguida por taxas de administração de consórcios (+23,4%), operações de crédito (+11,8%) e convênios (8,7%). No acumulado de 2023, o crescimento foi de 4,6%.
A PDD (provisão para devedores duvidosos) ampliada fechou em R$ 9,98 bilhões, 52,8% acima do provisionamento do mesmo período de 2022. Segundo o banco, o agravamento do risco de crédito do segmento Empresas demandou aumento da referida provisão.
No acumulado de 2023, a PDD ampliada bateu R$ 30,53 bilhões, alta de 82,3% ante 2022. Além da piora do risco do segmento Empresas, o banco reconheceu integralmente a perda de R$ 2,56 bilhões referentes ao calote da Americanas, e realizou provisões adicionais no segundo e terceiro trimestres de 2023.
Ao final de 2023, a carteira de crédito ampliada do Banco do Brasil era de R$ 1,11 trilhão, um crescimento de 10,3% em 12 meses. Destaques para o agro (+14,7%), pessoa jurídica (+9%) e pessoa física (+8,1%).
Guidance 2023 x realizado
(Fonte: balanço do 4T23)
Guidance 2024
(Fonte: balanço do 4T23)
Pagamento de dividendos e JCP
O Banco do Brasil pagará R$ 2,38 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) aos acionistas, ambos relativos ao 4T23. A distribuição dos proventos ocorrerá em 29/02/2024, e terá como base a posição acionária de 21 de fevereiro deste ano. Ou seja, a partir de 22 de fevereiro, as ações do banco passarão a ser negociadas “ex-dividendos“.