Aluguel de ações: saiba como ganhar com o mercado em baixa

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Aluguel de ações
Aluguel de ações

Receber dividendos ou lucrar com a valorização do título no longo prazo são as estratégias mais comuns de quem investe em ações. Mas também dá para investir nesse ativo sem precisar comprá-lo, com o aluguel de ações, uma operação que pode trazer bons ganhos para quem tem e quem aluga o título.

Quem possui as ações ganha com a taxa de aluguel, e quem aluga os títulos consegue lucrar quando o mercado está em baixa. A seguir, mostraremos como funciona a operação – vantagens, riscos, custos e demais informações para que você possa conhecer mais essa possibilidade de investimento. Acompanhe!

O que é aluguel de ações?

A lógica do aluguel de ações é a mesma dos tradicionais alugueis de imóveis. 

Quem tem um imóvel desocupado, teoricamente está deixando de explorar todo o potencial de ganho do bem, pois irá se beneficiar somente de sua valorização. Se a ideia for não vender o imóvel no curto prazo, o aluguel é uma alternativa para rentabilizar o patrimônio.

Com o aluguel de ações, acontece o mesmo, pois existem duas partes na operação: quem possui a ação (o doador) e quem aluga o título (o tomador). Ambos são investidores, e podem ganhar com a operação.

Nesse desenho, o doador normalmente é um investidor com foco no longo prazo, ou seja, um holder, cujo objetivo é ser sócio da empresa por bastante tempo, independentemente das oscilações do mercado. Por outro lado, o tomador é quem aluga os títulos, pois o seu objetivo é obter ganhos no curto prazo.

Como funciona o aluguel de ações?

Esse tipo de operação inicia com o doador da ação, que informa à instituição financeira sobre o interesse de alugar as suas ações. Além disso, precisa também definir a quantidade de títulos, o valor e o prazo da operação. A partir daí, as ações já ficam disponíveis, à espera de um tomador interessado.

Na linguagem do mercado, o tomador é quem está “vendido”, ou “a descoberto”. Isso significa que ele está operando sem ter o ativo e, por isso, precisa constituir uma garantia para realizar o aluguel. Essa garantia pode ser em dinheiro ou em aplicações financeiras, como títulos de renda fixa (CDB ou Tesouro Direto, por exemplo) ou mesmo outras ações.

O objetivo da garantia é cobrir a liquidação do aluguel ao final do período contratado. No momento em que a garantia é constituída, o tomador já pode realizar a operação.

No aluguel de ações, a propriedade dos títulos é transferida para o tomador, de forma temporária. Por isso, durante a vigência da operação, o doador deixa de ter determinados direitos de acionista, como votar nas assembleias ou mesmo participar delas.

E por que alugar ações?

Até aqui, vimos como funciona e quem são o doador e o tomador no aluguel de ações. Mas você ainda pode estar se perguntando? Afinal, qual o objetivo desse tipo de operação? Por que alugar ações em vez de comprá-las? Quem ganha com isso?

Basicamente, a lógica do aluguel de ações é tentar lucrar com os títulos em momentos de baixa do mercado, ou de uma ação específica. Imagine a seguinte situação: você costuma acompanhar o mercado acionário, e percebe que uma ação vem caindo. Depois de analisar os fundamentos da empresa e as condições de mercado, você acredita que a tendência de queda permanecerá por algum tempo ainda.

É justamente aí que o aluguel de ações pode lhe proporcionar ganhos. Se você não tiver essa ação, poderá procurar quem a tenha, alugá-la e, logo em seguida, vender o título no mercado. Nesse caso, o aluguel é feito por um período predeterminado. Ou seja, desde o início da operação você sabe quando precisará devolvê-la ao doador.

E como devolver as ações, se você as vendeu logo após ter alugado? Simples: basta recomprá-las pouco antes do vencimento do aluguel. Se a sua expectativa de queda se confirmar, as ações estarão mais baratas do que quando você as vendeu. Logo, você ganhará com a diferença entre os preços de venda e de compra.

Quando alguém aposta na desvalorização de um ativo, chamamos isso de short no mercado financeiro – que também significa operar vendido ou a descoberto.

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Dividendos no aluguel de ações

No aluguel de ações, uma dúvida comum é sobre o recebimento de dividendos. Se a empresa distribui lucros durante o período em que a ação estiver alugada, o próprio sistema da operação debita a conta do tomador e encaminha os recursos ao tomador da ação.

Durante o aluguel, a propriedade das ações é temporariamente transferida ao tomador. No entanto, o doador permanece com o direito de receber dividendos sobre elas.

Quais os custos do aluguel de ações?

O doador não tem nenhum custo para disponibilizar suas ações para aluguel. Já o tomador da ação precisará pagar uma taxa de registro da operação à B3 e uma taxa de corretagem à instituição financeira intermediária (dependendo da instituição, essa taxa também pode ser cobrada do doador).

Além disso, o doador também tem que pagar Imposto de Renda sobre o ganho da operação, e um percentual ao doador pela posse temporária das ações.

Tipos de contratos

Outra peculiaridade dessa operação são os tipos de contratos, que variam de acordo com as condições pactuadas entre as partes, conforme veremos a seguir.

Contrato reversível ao doador

Quem emprestou as ações pode encerrar o contrato a qualquer momento, mesmo antes do período combinado. Nesse caso, o tomador paga a taxa de aluguel proporcional ao tempo que ficou com os títulos.

Contrato reversível ao tomador

Nesse caso, o direito de encerrar antecipadamente a operação é do tomador. Se decidir por isso, ele precisa devolver as ações em até quatro dias.

Contrato reversível ao doador e tomador

Tanto o doador quanto o tomador podem encerrar o contrato a qualquer tempo antes do vencimento.

Contrato com vencimento fixo

Por fim, nesse tipo de contrato, nenhuma das partes pode antecipar o vencimento da operação. Ambas devem levar o contrato até o prazo previamente acordado.

Vantagens, desvantagens e riscos do aluguel de ações

Para o doador, a grande vantagem da operação é uma nova possibilidade de lucrar com o título, que muitas vezes nem é considerada. Afinal, se ele não tem a intenção de vender a ação, alugá-la acaba sendo uma forma de gerar renda passiva com o investimento.

Porém, o dono do título deve estar ciente de que, durante o aluguel, o ativo ficará travado para negociações. Logo, mesmo que apareça uma boa oportunidade, ele não poderá vendê-lo.

Já para o tomador, a grande vantagem é poder lucrar com a ação sem precisar comprá-la. Mas é preciso avaliar bem os custos da operação, para não correr o risco de que eles absorvam o ganho potencial do aluguel.

Quanto aos riscos, mesmo que o tomador não devolva as ações no vencimento, a B3 pode executar a garantia da operação para ressarcir o doador. Isso limita as chances de prejuízo de quem é dono do ativo.

Por outro lado, existe o risco de mercado para o tomador, que é quando a ação não se comporta como ele previa. Ou seja, se o título reverter a tendência de queda, pode ser que ele esteja mais caro no vencimento do contrato. Se isso acontecer, o tomador terá prejuízo, pois, para honrar a operação, terá que recomprá-lo por um valor maior do que vendeu.

Além de ações, dá para alugar outros ativos?

Quem estabelece os critérios para o aluguel de ativos financeiros é a B3. Nesse sentido, a exigência da bolsa é de que eles estejam livres de ônus e depositados na Central Depositária de Ativos.

De acordo com a B3, além das ações, também é possível alugar os seguintes ativos atualmente:

  • Units (ativos compostos por mais de um tipo ou classe de valores mobiliários);
  • Cotas de ETFs;
  • Cotas de Fiagro;
  • BDRs patrocinados e não patrocinados nível I;
  • BDRs de ETFs;
  • Cotas de Fundos Imobiliários (FIIs);
  • Cotas de Fundos de Investimentos em Participações (FIP).

Que tal saber mais sobre o aluguel de ações?

Se você está em busca de novas alternativas para diversificar os seus investimentos e quer saber mais sobre o aluguel de ações ou sobre outras oportunidades, a Terra Investimentos tem uma equipe especializada que pode lhe auxiliar!

Vamos te ajudar a cuidar melhor do seu dinheiro!

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