Como escolhemos uma ação para as carteiras da Terra? Explicamos!

Tempo de leitura: 5 minutos

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Em um primeiro contato com o mercado de bolsa de valores, podemos ficar um pouco assustado com a quantidade de ativos listados e como são distintos uns dos outros. Isso torna extremamente difícil a tarefa do investidor que ambiciona uma rentabilidade maior do que o mercado e opta por seguir o seu próprio caminho escolhendo os ativos que irão compor a sua carteira de investimentos. É por isso que, neste conteúdo, explicaremos como escolhemos uma ação para nossas carteiras recomendadas.

Destacamos então, os pontos a se considerar numa seleção de ativo que garantam a composição de um portfólio de ações simples, mas que ainda se mostre rentável, capaz de superar os ganhos médios do mercado, ou apenas, preservar o capital investido.

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Enquadramento do ativo na carteira

O primeiro ponto para se escolher um ativo que componha uma carteira de ações é seu enquadramento de dentro do foco da carteira (e é por isso que temos diversas carteiras diferentes). E o foco depende exclusivamente dos valores que os investidores acreditam, como:

A – Carteira focada em dividendos, para os investidores que almejam complementar a renda mensal com ganhos recorrentes; é o caso da nossa carteira de dividendos

B – Focada em altíssimo retorno, na qual se busca empresas com perspectiva de grande crescimento no futuro, beneficiando os investidores através de ganhos sobre o capital investido; é a nossa carteira mensal

C – Carteira de proteção de patrimônio, com investimento majoritário em papéis de empresas já consolidadas no mercado e que se distanciam pouco do índice de mercado;

D – Carteiras focadas causas especificas, como a ESG, que baseia seu investimento em companhias que estejam comprometidas com desenvolvimento com as boas práticas de consciência social, ambiental e governamental;

E – Qualquer outro foco que o investidor decida adotar.

Portanto, não existe uma fórmula, cabendo ao investidor escolher a ênfase de sua carteira a partir do seu perfil e valores quanto ao mercado acionário, assim, escolhendo os ativos que sigam a mesma linha de pensamento para a sua composição. Isso é muito relevante para a nossa tomada de decisão!

Analisando volatilidade e liquidez

Quando se faz um investimento em uma empresa listada na bolsa de valores, pode-se esperar que ela se valorize (e desvalorize) por diversas vezes, até mesmo em período de minutos. Essa flutuação é bem aceita quando é favorável a posição assumida no início da operação, mas quando se concretiza numa direção desfavorável, acaba gerando angústia mesmo em investidores arrojados.

Desta forma, é importante verificar a volatilidade recente do papel como uma forma de projetar a amplitude de movimentos futuros, e se você é capaz de suportar esse tipo de volatilidade.

Como é o de se esperar, os ativos mais voláteis serão aqueles que deverão apresentar os maiores retornos, e em alguns modelos de carteira, como small caps, será inevitável não escolher esses ativos, mas nem todos os investidores suportam as emoções desse tipo de ação. Assim, é possível preferir ações que apresentem um grau baixo ou médio de volatilidade, possibilitando tranquilidade e tempo de reação ao investidor, ainda assim, uma rentabilidade que compense o risco de exposição ao mercado de renda variável.

Além do risco de mercado, que pode ser mensurado pela volatilidade, há também o risco de liquidez ao se investir em ações. Logo, é preciso levar em consideração o volume de negócios e volume financeiro nos pregões recentes da companhia, pois isso irá garantir que a rentabilidade não será comprometida, parcial ou completamente, no momento de entrada ou saída do papel. Tanto a volatilidade, quanto a liquidez não são fatores que decidem qual ação investir, mas com certeza, determinam muitas que devem ser evitadas.

Perspectiva macro da economia e setor

Ainda que sob uma mesma ótica econômica, diferentes setores da economia respondem ao cenário, também, de forma diferente. De uma forma geral, existem os setores cíclicos e os contrários ao ciclo, onde o primeiro se beneficia de uma economia em crescimento e o segundo se destaca em movimento econômicos mais lentos ou retrativos. Assim, é essencial entender o momento econômico do país e do mundo, e escolher os ativos que se valorizam em determinado ambiente.

Mas numa análise mais profunda, é necessário entender as nuances de cada setor e perceber suas vantagens e desvantagens, tanto como o momento do setor. Isso tornará o investidor consciente sobre qual será a resposta a partir de determinados acontecimentos, dando início às valorizações ou desvalorizações.

Fundamentos da companhia

Vale lembrar que o que define o preço de uma ação são seus fluxos de caixa futuros transportados até os dias atuais através do desconto de uma taxa, conhecido de forma mais simples como “trazer para o valor presente”.

Os fluxos de caixa são projetados a partir da situação financeira atual e perspectivas futuras da companhia, portanto, aquelas que se encontrem num momento ruim, terão suas projeções afetadas e a precificação em bolsa seguirá isso.

O mercado, porém, possui distorções, e mesmo empresas com bons fundamentos são cotadas a um valor abaixo ao preço justo, configurando uma oportunidade para o investidor. E são esses casos que justificam a análise fundamentalista, foco de renomados investidores que fizeram fortunas no mercado financeiro.

Momento recente da ação no mercado

Após verificar se a empresa a ser investida possui bons fundamentos e espaço suficiente para se valorizar no futuro a partir de uma cotação inferior ao valor intrínseco, é necessário analisar os movimentos recentes para entender se este é o melhor momento para comprar a ação.

Apesar da empresa possuir valor, é necessário que o mercado enxergue isso para que ela realmente se valorize, mas isso pode demorar dias, semanas ou, até mesmo, meses. E através da análise técnica conseguimos identificar o melhor momento para entrar no papel sem pegar o movimento muito antes ou muito depois de seu início.

Avaliação de correlação com outros ativos em carteira

Para se mitigar o risco de mercado, usa-se a diversificação, que nada mais é do que espalhar o seu capital em diferentes ativos com a expectativa que os ganhos de um compensem a perda de outro, tornando a carteira rentável na média. Existem formas bem cientificas de se fazer isso, analisando as correlações entre os ativos que compõem a carteira. Mas as correlações dos ativos são bem dependentes dos fatores externos, como empresas do mesmo setor.

Deste modo, manter a composição da carteira com ações de diferentes naturezas torna o portfólio mais seguro e isso deve ser considerado pelo investidor na hora de adicionar uma nova ação ou realizar uma troca. Considerando que a possibilidade de diversificação também dependerá da abrangência da carteira, as generalistas terão um leque muito maior de opções facilitando a escolha de novos ativos.

Governança Empresarial

Independente do foco de sua carteira, sendo os valores ESG ou não, entender se a empresa segue os princípios de boa governança e os riscos associados ao seu modelo de gestão, é primordial para que a sua carteira não tenha a rentabilidade afetada por um evento extraordinário.

Dentre os riscos associadas à uma péssima governança estão: os conflitos de agência, onde os dirigentes da companhia passam a tomar decisões em benefício próprio, deteriorando o valor da empresa no longo prazo; conflitos entre os próprios acionistas, num ambiente em que o controlador desconsidera o posicionamento dos minoritários para deliberar sobre o futuro da organização, algo que afasta muitos investidores de estatais, em aversão à imprevisibilidade dos atos de um governo ou troca dele; em adição ao outros diversos problemas que um investidor pode enfrentar, assim como fraudes contábeis, problemas jurídicos e risco de imagem. Na história do mercado, já tivemos diversos exemplos práticos dessas situações e, invariavelmente, seus investidores saíram muito prejudicados.

De forma breve, esse é o processo pelo qual a ação de uma empresa listada em bolsa deve passar para que seja preferida num processo de seleção, onde se analisa desde o mercado como um todo à empresa, especificamente. A complexidade dos passos, pode variar de acordo com o desejo do investidor, mas os princípios que embasam uma boa escolha se mantêm.

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