ETF: o que é e como funciona esse tipo de investimento?

Tempo de leitura: 6 minutos

ETFs: o que são e como investir nesses fundos?

Você sabia que dá para ter uma carteira diversificada sem precisar gastar muito adquirindo diferentes ativos? Pois uma das formas mais fáceis e rápidas de conseguir isso é por meio de um ETF.

No Brasil, esse investimento foi regulamentado em 2002. Porém, somente no final de 2020 é que se tornou mais popular, a partir de novas regras definidas pela CVM, que permitiu o acesso de pequenos investidores aos ETFs.

Que tal conhecer melhor esse investimento de renda variável? Então, continue a leitura e entenda o que são ETFs e de que forma você pode investir nesses fundos.

O que é ETF?

A sigla ETF vem de Exchange Traded Fund (fundo negociado em bolsa, na tradução literal). Basicamente, o objetivo de um ETF é replicar determinado índice ou ativo financeiro. Por isso, também costumam ser chamados de “fundos de índices”.

Por exemplo, existem ETFs que replicam a performance de índices da bolsa brasileira, como o Ibovespa, o SMLL (Índice Small Cap) ou o IFIX, por exemplo. Nesse caso, o desempenho do fundo será semelhante aos índices que ele representa. Ou seja, é como se o investidor, ao comprar cotas desses ETFs, tivesse rentabilidade próxima às das ações que compõem o Ibovespa ou dos FIIs listados no IFIX.

Os ETFs foram criados pelo economista e investidor norte-americano John Bogle, em meados da década de 1980. Na ocasião, o objetivo do fundador do grupo Vanguard era reduzir os custos dos investimentos. Dessa forma, mais pessoas poderiam ter acesso ao mercado financeiro.

Segundo Bogle, era preferível pagar mais barato por um investimento que somente seguisse um índice ou ativo financeiro. Isso porque as taxas caras dos fundos de gestão passiva não traziam retornos compatíveis com esses custos.

Há época, houve muitas críticas às convicções do economista, principalmente em meio a gestores e defensores de fundos de gestão ativa. No entanto, o fato é que, rapidamente, os ETFs se tornaram populares em várias partes do mundo.

Como funciona esse investimento?

Suponha que um ETF seja ligado ao índice que representa as small caps brasileiras – o SMLL. Nesse caso, o gestor utilizará os recursos que formam o patrimônio do fundo para comprar as mesmas ações que fazem parte da composição do índice, e na mesma proporção que cada uma representa.

Da mesma forma que ações, BDRs e outros ativos de renda variável, as cotas dos ETFs são negociadas no pregão da bolsa de valores. Em relação à performance, esses fundos acompanharão as oscilações dos ativos que representam, e as suas cotas também refletirão a oferta e demanda por parte dos investidores.

Quanto custa investir em ETFs?

Para adquirir cotas de ETFS, o investidor terá custos semelhantes aos das operações com ações, como taxas de corretagem e emolumentos cobrados pela B3.

Além disso, há também a taxa de administração, que serve para remunerar o trabalho do gestor do fundo. No entanto, essa taxa costuma ser bem reduzida em comparação aos fundos de gestão ativa, pois o papel de um ETF é simplesmente acompanhar a performance de um benchmark, e não tentar superá-lo.

Há também a cobrança de Imposto de Renda (IR) sobre os rendimentos dos ETF, cuja alíquota é de 15% nas operações fora day trade e de 20% nas transações que começam e terminam no mesmo dia. Aqui, existe uma diferença em relação a outros fundos de investimento: no caso dos ETFs, não há recolhimento de IR na fonte. Por isso, se o investidor vender as cotas com lucro, precisará calcular o tributo devido sobre o resultado e fazer o recolhimento por meio de um DARF (Documento de Arrecadação Fiscal). Esse pagamento deve ser feito até o último dia útil do mês seguinte ao da venda das cotas.

Vantagens de investir em ETFs

A seguir, confira alguns dos principais pontos positivos desse investimento:

Fácil diversificação da carteira

Se você deseja investir no mercado acionário, é bem mais fácil fazer isso com ETFs do que comprando ações diretamente.

Pense no seguinte: para montar uma carteira de ações, é preciso escolher cada título. Isso demanda tempo e, principalmente, conhecimento técnico para fazer uma seleção adequada. Por outro lado, se você adquirire cotas de um ETF, é como se estivesse investindo em diferentes ativos.

Outro ponto importante é que os ETFs, assim como outros fundos de investimento, possuem um gestor. Ou seja, há profissionais qualificados por trás da estratégia desses investimentos. Isso dá mais segurança principalmente a investidores iniciantes.

Acessibilidade para o investidor

As novas regras da CVM sobre ETFs, vigentes desde outubro de 2020, deram mais acessibilidade ao investimento. Isso porque passaram a permitir que investidores de varejo também pudessem negociar esses ativos. Até então, somente investidores qualificados tinham acesso aos fundos de índices.

Além disso, a CVM também diminuiu o lote mínimo de negociação, que passou de dez para uma unidade. Atualmente, é possível encontrar no mercado algumas cotas de ETFs a pouco mais de dez reais.

Custos menores

Voltando ao exemplo das ações, se você decide comprá-las diretamente, terá vários custos de corretagem na operação – terá esse custo na compra e na venda para cada ação. Por outro lado, no ETF você só terá essa corretagem uma única vez na compra e uma na venda. Há também a taxa de administração devida ao gestor do fundo, mas que você acaba não pagando diretamente (já que ele é descontado de dividendos e de um ajuste de preço ao longo do tempo). Ou seja, com menores custos, é possível ter mais diversificação do que adquirindo diretamente ações.

Vale lembrar também que os ETFs não têm a incidência do come-cotas, uma antecipação de IR que ocorre semestralmente e que reduz o montante investido. Essa é uma vantagem em relação a fundos que possuem essa sistemática de tributação, como os fundos de ações e os multimercados, por exemplo.

Internacionalização dos investimentos

Se você deseja diversificar a carteira em ativos internacionais, também pode utilizar um ETF para esse fim. Ou seja, é uma forma indireta de investir em moeda estrangeira sem precisar enviar recursos para fora do país

Isso porque há ETFs que replicam índices de bolsas internacionais, como NYSE ou Nasdaq, por exemplo. Outros, têm como objetivo acompanhar a economia de alguns países ou regiões, como os que seguem o MSCI (Morgan Stanley Capital International). E há também ETFs que investem em bonds de governos e de empresas estrangeiras. Ou seja, é uma forma bem mais barata e direta de ter acesso a diferentes mercados mundiais.

Aderência à estratégia original

De tempos em tempos, os índices de referência do mercado financeiro passam por atualizações. Por exemplo, a carteira teórica do Ibovespa é revista a cada quatro meses, para definir quais empresas serão incluídas, excluídas ou permanecerão na composição do índice.

Se a estratégia do investidor for acompanhar o Ibovespa e ele tiver ações para isso, precisará negociar os títulos cada vez que uma ação for incluída no índice ou deixar de compô-lo. Por outro lado, se ele tiver cotas de um ETF que segue o Ibovespa, não é necessário se preocupar com qualquer atualização, pois o próprio gestor se encarregará disso.

Versatilidade

A exemplo das ações e dos fundos imobiliários, os ETFs também podem ser utilizados nas operações de aluguel. Essa pode ser uma boa alternativa para quem adquire esses ativos com objetivo de longo prazo, pois permite lucrar com eles mesmo quando o mercado está em baixa.

Saiba mais sobre como funciona o aluguel de ações e de outros ativos no link abaixo:

Dividendos

Quem busca renda passiva com investimentos já pode contar com esse ativo para diversificar o seu portfólio. No final de janeiro de 2023, a B3 autorizou a listagem de ETFs que distribuem proventos aos investidores.

Mas atenção: a nova regra vale somente para os ETFs lançados e registrados na B3 a partir de 30 de janeiro. Isso significa que nada muda para os fundos que já estão sendo negociados, pois as suas regras originais não serão alteradas.

Em relação à distribuição dos proventos, não há uma regra única definida para todos os ETFs. Ou seja, cabe a cada gestão estabelecer os critérios para isso, que deverão constar no respectivo regulamento do investimento, assim como a “data com” e “data ex”.

Por fim, quanto à periodicidade, a única determinação das novas regras é de que seja respeitado o prazo mínimo de 30 dias entre um pagamento e o próximo. Na prática, poderemos ter ETFs que distribuem dividendos mensalmente, semestralmente, uma vez por ano ou em outro intervalo de tempo definido pelo gestor.

Quais são os ETFs diponíveis na B3?

No mercado brasileiro, você pode encontrar ETFs atrelados a ações, fundos imobiliários, criptoativos, setores da economia, ativos internacionais, e assim por diante. Atualmente, há bem mais ETFs de renda variável na B3, mas o investidor que deseja diversificar em títulos públicos e privados também pode adquirir ETFs de renda fixa na bolsa brasileira.

No link abaixo, você pode conferir a relação completa e atualizada de ETFs disponíveis na B3:

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