Drawdown: o que é e como impacta os investimentos?

Tempo de leitura: 4 minutos

Imagem mostra trader acompanhando o drawdown dos investimentos
Imagem mostra trader acompanhando o drawdown dos investimentos

O primeiro passo para investir bem é traçar uma estratégia, de acordo com cada perfil de investidor e objetivos financeiros. Qualquer que seja a estratégia adotada, será preciso medir o risco de algum ativo ou da carteira como um todo, e um dos parâmetros utilizados para isso é o drawdown.

Na prática, esse indicador permite avaliar a oscilação dos investimentos, algo muito importante especialmente para quem investe em ativos de maior volatilidade. Neste artigo, explicaremos como funciona o drawdown, como calculá-lo e de que forma ele influencia os investimentos, para que você também possa utilizá-lo em seus investimentos. Acompanhe a leitura a seguir!

O que é e para que serve o drawdown?

O drawdown é um indicador que expressa a maior queda do valor de um ativo ou de uma carteira em relação a sua cotação máxima. Essa medição pode ser feita apenas para determinado período ou para todo o histórico do investimento em questão.

Com esse indicador, o investidor consegue visualizar quanto dinheiro perdeu em termos percentuais com um ativo durante determinado tempo. Por isso, ele é muito utilizado por quem investe em renda variável, especialmente em modalidades que costumam ter mais volatilidade, como ações, fundos imobiliários, fundos cambiais ou derivativos, por exemplo.

Ao observar o drawdown, conseguimos entender o quão instável um ativo pode se mostrar ao longo do tempo. Nesse sentido, quanto maior for o indicador, mais volátil o ativo tende a ser, e, consequentemente, maior será o seu risco. Observar esse comportamento é muito importante para que possamos definir e monitorar qualquer estratégia de investimento. Isso porque, se o risco do ativo ou da carteira for demasiadamente alto, pode ser o caso de revisar a estratégia ou utilizar mecanismos de proteção, como as ordens stop loss.

Esse indicador também pode ser útil quando o investidor precisa escolher entre dois ou mais ativos. Nesse caso, é preciso calcular o drawdown de cada um e avaliar qual deles oferece o risco mais alinhado ao perfil e estratégia de investimento. Dependendo do resultado da análise, um ou outro ativo pode ficar de fora da escolha, ou podem ter participações diferentes na carteira.

Outra forma de utilizar o indicador é comparando a volatilidade atual de um ativo com a passada. Dessa forma, podemos observar se, atualmente, a relação entre risco e retorno desse ativo está mais atrativa ou não.

Como calcular o drawdown?

Agora que já sabemos o que é e para que serve o indicador, é hora de fazer o seu cálculo. Para encontrá-lo, precisamos definir a série histórica (período de cálculo) e encontrar a cotação mais alta e a mais baixa dessa série. Logo após, dividimos o pico (valor mais alto) pela mínima do ativo, e dividimos esse resultado pelo pico do ativo.

Ou seja:

Drawdown (DD)= (valor máximo do ativo / valor mínimo do ativo) / valor máximo do ativo

O drawdown pode ser expresso em percentual. Para isso, basta multiplicar o resultado do cálculo por 100.

Imagine que você tenha comprado determinada ação, e quer analisar o seu desempenho em um período de 12 meses. Durante esse tempo, você observou que o valor mais alto alcançado pelo título (pico) foi de R$ 100, e o mais baixo (vale) foi de R$ 70. Colocando esses valores na fórmula do drawdown, temos o seguinte:

DD = (100 – 70) / 100 = 0,3 ou 30%

Nesse caso, a flutuação da ação foi de 30%, considerando as suas cotações máxima e mínima durante o período analisado.

Drawdown máximo (MDD)

Quem utiliza esse indicador, pode analisar diferentes graus de queda dos ativos. Porém, a métrica mais utilizada por traders e investidores de forma geral é o máximo drawdown, ou MDD, que representa a queda máxima de um ativo em sua série histórica. Ou seja, é o percentual máximo de perda que esse ativo teve até o momento.

Por isso, o MDD é considerado um importante indicador de risco. Dependendo do quão instável for o ativo e do nível de perda que já atingiu, pode ser preciso fazer uma nova alocação de ativos, de forma a manter os resultados projetados para a carteira.

Qual o drawdown ideal?

Na verdade, o drawdown adequado a cada carteira dependerá basicamente da tolerância ao risco de cada investidor. Ou seja, quem tem um perfil mais arrojado, pode suportar melhor um DD mais alto, que representa mais incerteza e volatilidade para a carteira. Por outro lado, é possível que o investidor mais conservador tolere apenas um pequeno nível de rebaixamento.

De qualquer forma, não basta somente olhar o resultado do cálculo, pois existem alguns fatores importantes para interpretar o drawdown corretamente. O primeiro deles diz respeito à efetiva perda financeira que o ativo teve no período analisado.

Por exemplo, digamos que o DD de uma ação tenha sido de 80%, mas, no final do período, o papel recuperou praticamente todo o valor perdido. Nesse caso, o indicador refletiu somente a volatilidade do ativo, e não uma perda financeira em si. Em outras palavras, o investidor não realizou prejuízo, pois a ação teve uma queda acentuada mas se recuperou em tempo.

Outro aspecto importante na análise do indicador é o tempo de recuperação do ativo. No exemplo acima, embora a ação tenha oscilado 80%, o investidor não perdeu dinheiro, pois o título recuperou o preço. Mas em quanto tempo isso aconteceu? Pode ter sido rapidamente, assim como pode ter levado semanas, meses, ou até mais de um ano.

Ou seja, o ativo até pode alcançar novamente uma cotação alta depois de um vale acentuado, mas nem sempre isso acontece em um prazo adequado ao planejamento do investidor. Log, a análise conjunta desses dois fatores (efetiva perda financeira e tempo de recuperação) é que determinará se um DD é bom ou não.

O que fazer para reduzir o drawdown dos investimentos?

Administrar o drawdown da carteira exige monitoramento constante dos ativos e das condições de mercado. Dependendo do perfil da carteira, essa pode ser uma tarefa bastante trabalhosa, pois será necessário colher dados de tempos em tempos para calcular o grau de oscilação dos investimentos.

No entanto, a diversificação do portfólio ajuda bastante a atenuar a volatilidade de um ou outro ativo. Quanto melhor for a distribuição de ativos, mais o investidor conseguirá aproveitar as oportunidades de rentabilidade. Ao mesmo tempo, diversificar bem é uma excelente ferramenta para controlar o risco da carteira.

E por falar em diversificação, a Terra Investimentos possui seis tipos de carteiras recomendadas, que atendem a diferentes estratégias de investimentos. Para receber essas indicações por e-mail, basta abrir gratuitamente uma conta conosco!

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