Fundos cambiais: conheça essa alternativa para diversificação internacional

Tempo de leitura: 5 minutos

Imagem mostra investidor com dólares e euros e faz alusão a fundos cambiais
Imagem mostra investidor com dólares e euros e faz alusão a fundos cambiais

Uma das opções mais simples para diversificar os investimentos em ativos internacionais são os fundos cambiais. Aqui no blog, nós já falamos sobre as vantagens que a diversificação internacional pode trazer para a carteira. Entre elas, estão a variedade de ativos que existem lá fora e a equalização do risco-país dos investimentos, especialmente em períodos de turbulências na economia local.

E isso se aplica aos fundos cambiais, pois ao mesmo tempo que podem proporcionar bons ganhos, protegem o dinheiro da desvalorização do real frente a moedas fortes, como o dólar ou euro, por exemplo. E tudo isso sem precisar ter uma conta no exterior, o que é ótimo para quem pensa em se expor a economias fortes mas sem a burocracia e os custos de manter uma conta lá fora.

Outro ponto positivo é que os fundos cambiais estão bem mais acessíveis do que há alguns anos. Isso porque já conseguimos encontrar fundos que exigem aportes mínimos próximos a R$ 500, e com diversificação semelhante a das grandes carteiras internacionais.

No entanto, é importante entender que há perfis mais e menos próprios para nesses fundos, pois esse é um investimento que pode apresentar alta volatilidade. Para entender como funcionam os fundos cambiais e avaliar se eles fazem sentido ou não para sua estratégia de investimento, continue a leitura a seguir.

O que são fundos cambiais?

A principal característica de um fundo cambial é refletir as oscilações das moedas estrangeiras às quais ele está vinculado. De acordo com as normas do investimento, para que seja considerado cambial, o fundo deve manter, no mínimo, 80% de seu patrimônio investido em ativos atrelados a moedas internacionais – na maioria das vezes, dólar ou euro.

Isso não significa que, necessariamente, o gestor desses fundos precise investir diretamente nessas moedas. Em vez disso, pode adquirir ativos que tenham referência nelas, como ações de empresas estrangeiras, títulos de emissão bancária, ou até mesmo derivativos. Ou seja, um fundo cambial é composto por diversos investimentos que replicam a variação de determinada moeda estrangeira.

Os 20% restantes do patrimônio podem ser investidos a critério do gestor, conforme o regulamento do fundo. Muitas vezes, para contrabalançar o risco e atenuar a volatilidade cambial, a gestão opta por títulos mais conservadores de renda fixa para compor o restante da carteira.

Como funcionam esses fundos?

Basicamente, os fundos cambiais seguem a dinâmica de funcionamento de outros fundos de investimentos. Isso porque eles também são uma espécie de investimento coletivo, que reúne recursos de vários investidores e com a figura de um gestor, responsável pela escolha e acompanhamento dos ativos que formarão o patrimônio.

A diferença em relação a outros tipos de fundos é que, no caso dos cambiais, a maior parte desses recursos fica alocada em ativos e/ou derivativos vinculados a moedas estrangeiras. Se, com o passar do tempo, esses ativos tiverem resultado positivo, as cotas do fundo se valorizam. Por outro lado, se sofrerem perdas, isso será negativamente refletido no desempenho do fundo.

É importante entender que, apesar do fundo cambial acompanhar a variação de moedas internacionais, o gestor realiza as aplicações em reais e os investidores adquirem as cotas também em moeda nacional. Isso significa que a moeda estrangeira é somente a referência de desempenho desses fundos

Quanto rende um fundo cambial?

Como vimos, cada vez que os ativos que formam um fundo cambial se valorizam, isso se reflete positivamente nas suas cotas, e vice-versa. Além disso, custos com tributação e taxas próprias desses fundos também impactam a rentabilidade, conforme veremos nos próximos itens.

Tributação dos fundos cambiais

O Imposto de Renda (IR) incide sobre os rendimentos dos fundos cambiais. Para fins de tributação, eles são classificados em fundos de curto e de longo prazo, assim como ocorre com os fundos de renda fixa e multimercados.

Os fundos de curto prazo são formados por títulos com vencimento médio de até um ano. Por outro lado, nos de longo prazo, o vencimento médio da carteira supera 12 meses.

Em relação às alíquotas do IR, a cobrança dependerá do tempo de permanência no fundo. Ou seja, quanto mais tempo os recursos permanecerem investidor, melhor será o imposto a ser pago.

As alíquotas do IR sobre os fundos cambiais seguem a tabela regressiva, da seguinte forma:

  • Fundos de Curto Prazo:
  • – Até 180 dias de aplicação: 22,5%
  • – Acima de 180 dias de aplicação: 20%
  • Fundos de Longo Prazo:
  • – Até 180 dias de aplicação: 22,5%
  • – De 180 a 360 dias de aplicação: 20%
  • – De 361 a 720 dias de aplicação: 17,5%
  • – A partir de 721 dias de aplicação: 15%

Outra peculiaridade da tributação dos fundos cambiais é a incidência do come-cotas. Trata-se de uma antecipação do IR que ocorre duas vezes ao ano, sempre no último dia útil de maio e novembro. Para fins de cobrança, considera-se a menor alíquota de cada categoria (curto e longo prazo). Por fim, o recolhimento do tributo reduz a quantidade de cotas – daí o nome da sistemática.

Outro tributo que pode incidir sobre os rendimentos de um fundo cambial é o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). No entanto, a cobrança só ocorrerá se houver resgate antes de 30 dias do início da aplicação. Nesse caso, as alíquotas iniciam em 96% e vão reduzindo, até chegar a 3% no 29° dia.

Taxas do investimento

Outro aspecto que deve ser considerado quando avaliamos a rentabilidade de um fundo são as taxas do investimento. Independentemente do tipo de fundo, haverá sempre a taxa de administração, que serve para remunerar a gestão e administração. Essa taxa incide sobre o patrimônio do fundo, não importando se ele teve lucro ou prejuízo.

Em relação ao valor, o percentual da taxa de administração varia conforme a instituição financeira. Nesse sentido, sua cobrança é diária, embora o investidor a conheça como um valor em base anual.

Além da taxa de administração, os fundos cambiais poderão ter taxa de performance. Como o nome diz, ela acompanha o desempenho do fundo, sendo cobrada apenas o retorno da aplicação superar o benchmark do investimento. Em outras palavras, a taxa de performance é uma espécie de bônus ao gestor que conseguiu rentabilidade acima da esperada.

Essa taxa também não é padrão em todos os fundos de investimento. Da mesma forma que a taxa de administração, quem determina a taxa de performance é o responsável pelo fundo, e ambas devem constar no regulamento da aplicação.

Quais são os riscos de um fundo cambial?

O principal risco dos fundos cambiais é justamente a volatilidade da moeda estrangeira. Por mais eficiente que possa ser a escolha e acompanhamento dos ativos, não há como prever eventos na economia que possam derrubar abruptamente o dólar ou o euro, por exemplo. Logicamente, estudar o histórico do fundo e do gestor ajuda a ter mais segurança na hora de investir. Porém, isso não é o suficiente para eliminar os riscos de um investimento atrelado a moedas estrangeiras.

Além disso, há também o risco de crédito, ou seja, as chances de o fundo vir à falência. No entanto, esse risco é reduzido quando o gestor tem credibilidade e histórico de bons resultados. Novamente, aqui vai a dica para que o investidor conheça bem o fundo antes de ingressar nele.

Quando vale a pena investir em fundos cambiais

Como vimos, um dos apelos desse tipo de fundo é atenuar o risco-país dos investimentos. Ao alocar recursos em ativos vinculados a economias fortes, o investidor consegue proteger parte de seu patrimônio das oscilações da economia local.

Os fundos cambiais também podem ser uma excelente ferramenta para o planejamento de viagens ao exterior, como férias ou períodos mais prolongados. Com eles, podemos formar reservas para esses eventos na própria moeda do país ao longo do tempo. Dessa forma, conseguimos fazer um preço médio, e não corremos o risco de comprar dólares, euros ou outra moeda de uma vez só a um preço muito alto.

O mesmo vale para quem possui compromissos financeiros em moeda estrangeira ou tem algum tipo de negócio com parceiros internacionais. Em outras palavras, os fundos cambiais também são um bom instrumento de hedge, acessível para qualquer tipo de investidor.

Lembrando que os fundos cambiais são adequados para o perfil de investidor mais arrojado, que suporte bem a volatilidade do câmbio.

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