Commodities: a história do café no Brasil

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Commodities: a história do café no Brasil

A chegada do café no Brasil tem detalhes curiosos que aconteceram até a commodity tornar-se principal produto da economia durante quase um século.

Você sabia que a primeira muda de café chegou ao Brasil contrabandeada?

Tudo começou em 1727, quando o Sargento-Mor Francisco de Mello Palheta contrabandeou a primeira muda de café da Guiana Francesa após troca de favores com a esposa do governador de Caiena.

Esta muda foi introduzida na região do Pará e, com o passar dos anos, migrou da região amazônica para outras áreas do Brasil, tornando-se a principal riqueza do país.

Em 1781, o café passou pela região fluminense e começou a ter forte presença na região do vale do rio Paraíba, chegando a São Paulo (maior produtor na década de 1880), Paraná e Minas Gerais, que seguiram desenvolvendo o plantio da rubiácea (café).

Em poucos anos, o café saiu de uma posição de produto secundário para ser o principal produto da economia brasileira durante aproximadamente um século!

Influência do café no desenvolvimento do Brasil

A riqueza oriunda da cafeicultura incentivou o crescimento do país com a construção de fábricas, portos e estradas de ferro para escoar a produção.

Além disto, influenciou a abolição da escravidão, fortaleceu a imigração europeia, alterou fatores sócio-políticos e introduziu a cultura europeia, a qual se refletia na construção de teatros no interior paulista e de mansões na capital pelos conhecidos “Barões do Café”.

A premiada tela “Café” (1935), que projetou Portinari para o mundo
(Foto: Projeto Portinari/Divulgação)

Guerras, crises econômicas e fatores climáticos sempre foram alguns fatores que influenciaram a cultura cafeeira, tanto que existiram órgãos governamentais de destaque – como o DNC (Departamento Nacional do Café) e IBC (Instituto Brasileiro do Café – extinto em 1990 no Governo Collor) – específicos para administrar o setor, assim como representar o país em acordos internacionais.

Estes podiam atuar como reguladores de oferta e demanda, inclusive determinando a queima de café durante oferta excessiva do produto. Um exemplo disto aconteceu entre 1931 e 1945 com a queima de mais de 70 milhões de sacas – quantidade suficiente na época para suprir três anos de consumo mundial.


Queima de café para regular preços nos anos 30.

Outro exemplo de momento complicado para o setor foi a geada negra ocorrida em 1975, destruindo praticamente toda a produção do Paraná, o que provocou uma nova onda de migração das lavouras para novas áreas menos suscetíveis à influência de geada como o Cerrado Mineiro.

Em 1922, foi inaugurado o Palácio da Bolsa do Café em Santos (onde hoje está o Museu do Café), justamente para viabilizar a negociação do “antigo vinho da Arábia”, conforme contamos no post anterior.


Bolsa de Café em Santos (SP)

Confira os outros posts da série!

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>> Conheça a botânica do Café, espécies e características
>> Da lavoura até o consumidor: conheça o caminho do café até você
>> Café Tradicional, Gourmet ou Especial: qual é o melhor e como preparar?

Panorama do mercado de café hoje, 19/11/2020

  • Posição dos Fundos na Bolsa de NY passou de 2.602 Contratos de Café Comprados para 304 Contratos de Café Vendidos;
  • Estoque de Café Verde Americano foi divulgado no dia 16/11 com 6.137.128 sacas, redução de 264.937;
  • Furacão Iota provoca tragédias e perdas nos países produtores de café na América Central, em especial Honduras e Nicarágua;
  • Divulgação de possíveis vacinas contra a Covid favorecem mercados, trazendo perspectivas melhores para o consumo;
  • Preços sofrem forte alta na semana vencimento Março21 em NY: saiu de US$ 109,80 (mínima da 2° feira) e atingiu hoje US$ 124,40; na BMF tivemos oscilação entre US$ 122,00 e US$ 134,70 no mesmo período no vencimento Março21.

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Luiz Fernando Monteiro é responsável pela Mesa Café na Terra Investimentos. Graduado em Administração de Empresas pela Unip e com MBA em Agronegócios pela ESALQ/USP, está no mercado financeiro com foco em commodities desde 2000. Atuou em diversas corretoras e bancos focado nos mercados de café no Brasil, Nova York e Londres, além de ter atuado em operações estruturadas e leilões governamentais.

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